Na frase «Além disso, visa gerar créditos aos consumidores, os cidadãos e as empresas do Estado», há erro de paralelismo sintático?
Muito obrigado.
Na pág. 31 do Público de 23.03.2009 pode ler-se na crónica do Miguel Esteves Cardoso:
«Pode ser picuinhas, mas aqui fica a eulogia pronominal.»
Consultado o dicionário não encontrei significado para o palavrão "eulogia".
Podem, por favor, esclarecer-me?
Obrigada.
Já aqui vi algumas questões como aquela que irei expor, mas a resposta não me parece clara. Desejo ser elucidado de forma conclusiva. Usando a seguinte frase (isolada, sem qualquer contexto) como exemplo, «De forma alguma é azul», estou a negar que é azul, ou estou a dizer que de alguma forma é azul? Se estou correcto (e como vem descrito numa das respostas às questões anteriormente colocadas), só posso usar a expressão «de forma alguma» com sentido de negação quando na mesma sentença ela é acompanhada de uma negação. Ou seja, só poderei negar (utilizando a expressão «de forma alguma») que é azul da seguinte forma: «Não é azul de forma alguma.» De outra maneira, não é possível numa frase isolada fazer uma negação, utilizando apenas a expressão «de forma alguma» (sem outra forma de negação). Inequivocamente pode-se utilizar: «De forma nenhuma é azul.» Que é justamente o contrário de «De forma alguma é azul.»
Numa das questões colocadas: «[Pergunta] Quando nos queremos referir a algo com que, por exemplo, não estamos de acordo, como nos devemos exprimir? "De forma alguma" ou "De forma nenhuma"?
[Resposta] É correcto algum com sentido negativo (= nenhum), quando vem depois de um substantivo. Até o nosso grande Camões o empregou n´Os Lusíadas, I, 71: "Os segredos daquela Eternidade A quem juízo algum não alcançou!"»
Ao contrário do que foi explicado, nenhum não tem qualquer sentido de negação mas, sim, a palavra não, pois, se colocarmos a mesma frase sem o não, ficando «Os segredos daquela Eternidade A quem juízo algum alcançou!», perde-se o sentido de negação, permanecendo a palavra algum e retirando o não. Portanto, algum não influencia a afirmação tornando-a uma negação. O nosso grande Camões nunca utilizou algum ou «de forma alguma» com sentido de negação (felizmente). Não obstante, esta expressão é comummente utilizada como negação e espanta-me como os usuários de um idioma permitem que «uma mentira dita muitas vezes possa tornar-se verdade». Ou seja, estou eu errado de forma alguma!? Ou não estou eu errado de forma alguma?! É de salientar que o não, nenhum, nada, nunca, jamais e outras é que fazem a diferença entre uma negação e uma afirmação. Expressões como «de forma alguma» poderão ser no máximo uma enfatização de uma negação: «Não é azul, de forma alguma.»
Concluindo, ao dizer «De forma alguma é azul», estou exactamente a afirmar que de alguma forma é azul e não a negar que seja azul? Estou correcto quando afirmo que, por si só, a expressão «de forma alguma» não representa uma negação? Queiram por favor corroborar ou contradizer as minhas declarações utilizando exemplos.
Grato pela atenção.
No meu tempo, aprendi na escola que «novo carro» e «carro novo» não significavam a mesma coisa; assim como «bonita rapariga» e «rapariga bonita», «mau homem» e «homem mau», «fino bigode» e «bigode fino», «forte homem» e «homem forte», etc.
Será que o que me ensinaram ainda é válido ou por efeito de tanto se "macaquear" as falas estrangeiras ficou definitivamente fora de moda e substituído por uma maneira de falar cada vez mais "martelada", medíocre, feia e, às vezes, até irracional? Já ouvi chamarem aos arquivos distritais, «distritais artigos»...
Entendo que evolução não é sinónimo de destruição!
Despeço-me desde já grata.
«Os ventos sopravam de feição para eles», ou « Os ventos sopravam à feição deles»?
Comparando a pronúncia predominante da palavra papel com a fala de um cacique, "papéw" e "papé" respectivamente, é uma supressão de uma consoante final, ou uma supressão de uma vogal final? O que significa supressão?
Lendo a célebre obra de Aquilino Ribeiro Quando os Lobos Uivam (Bertrand, 3.ª edição), deparei-me com alguns termos e expressões que gostaria de esclarecer, visto que não o consegui através de dicionários.
Venho por isso pedir ajuda ao Ciberdúvidas, a qual desde já muito agradeço.
Qual o significado de:
«fazer o bem de alma» (pág. 23); «deitar vozes a gaiteiro» (pág. 56); «homem-lige» (pág. 57); «à fia resga» (pág. 103); «ronho do matagal» (pág. 249)?
Gostava também de saber se existe algum glossário dos termos e expressões de carácter regional, empregados pelo grande escritor nas suas admiráveis obras.
E desta forma termina o tópico denominado "Chamar com Regência":
(...) «Assim, embora se defenda como preferível a forma "ele chamou-lhe intelectual", não poderá dizer-se que é um erro a construção "chamar de" no sentido de "chamar nomes a alguém", presente na frase "ele foi chamado de intelectual"».
Mas como pode tal?...
Se aceitarmos a construção «ele foi chamado de intelectual», teremos de aceitar também «chamaram-no de intelectual». Se aceitarmos «chamei-o de mentiroso», teremos de aceitar, por exemplo, «chamaste-o», ao invés de «chamaste-lhe»; «chamámo-lo», ao invés de «chamaste-lhe», etc. E, como bem refere M.R.M.R.: «seria, sim, incorrecto dizer “o chamam” ou “chamam-no”. A forma correcta é "lhe chamam"». «Ela chamou sábio ao professor» = «Ela chamou-lhe sábio» Em Portugal, é esta a construção correcta.
Se alguém «o chamou», foi, possivelmente, para obter a sua atenção. Se alguém lhe chamou, foi, provavelmente, um nome qualquer. E são, decididamente, coisas diferentes. O que será que me escapa?
Obrigada.
Acabei de descobrir no site do Portal da Língua Portuguesa que coa é forma do verbo coar, enquanto côa é substantivo.
Ora, eu estive sempre convencido de que as palavras que terminavam em «oa» (acentuado) não precisavam de acento gráfico (boa, coroa, doa, gamboa, Lisboa, pessoa, voa, etc.). Nos «casos particulares» que os senhores apontam aqui, parece que o acento gráfico é usado para distinguir palavras com pronúncia diferente que, sem o dito acento gráfico, ficariam ambíguas.
Se tanto coa (forma verbal) e côa (substantivo) são pronunciadas ['koɐ], poderiam os senhores explicar-me o porquê do acento gráfico?
Obrigado.
Gostaria de saber a regência dos verbos destruir e roubar nestes dois exemplos:
«O fogo destruiu a plantação do fazendeiro.»
«Ninguém deve roubar a infância de um ser humano.»
Muito grata.
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