Aquilino Ribeiro é um autor muito complexo, e há apenas algumas referências quanto à sua linguagem. Destacamos as seguintes:
Sousa, Maria da Graça Frazão Castelo Branco, Linguagem regionalista e linguagem popular em Aquilino Ribeiro: o caso de Aldeia, Covilhã: 2005. Tese de mestrado em Língua, Cultura Portuguesa e Didáctica apresentada à Universidade da Beira Interior.
Almeida, Manuel Henrique Maximino de, Aquilino Ribeiro entre jornalismo e literatura: conformação e canonização da escrita Aquiliniana (1903-1933). Viseu: [s. n.], 2001. Tese de doutoramento em Literatura Portuguesa, Univ. Católica Portuguesa.
De fa{#c|}to, não são muitas as fontes ou glossários para Aquilino Ribeiro, contudo, ele bebia em Camilo, e este, por seu turno, nos velhos gramáticos e léxicos da língua. Talvez valha a pena consultar também o Dicionário de Camilo Castelo Branco (1989), de Alexandre Cabral.
Tendo em conta que muitos dos vocábulos e das expressões em Aquilino são regionalismos ou provincianismos, termos populares (plebeísmos), termos antigos, em desuso, termos familiares, gíria, calão, estrangeirismos e mesmo neologismos, torna-se difícil a sua identificação. Se o que se pretende é estudar aprofundadamente a linguagem de Aquilino, sugerimos que se consultem dicionários do tipo dos acima mencionados.
Estas são, basicamente, as “fontes” aquilinianas.
Quanto às expressões remetidas, segue-se a respectiva definição:
«Homem-lige, s. m. (ant.) o que devia certa prestação de serviço ao senhor, que era ligio; (fig.): Era o Chico Barbudo, homem-lige da reação, que acampava ali todas as noites com a sua gente. ( Aq. Ribeiro, Mônica, p. 248, 4. ª ed.) Cf. lígio. lígio 2 adj. (ant.) dizia-se do indivíduo que estava ligado ao seu príncipe ou soberano para o servir na paz e na guerra. Cf. homem-lige. F. cp. fr. Lige.» (Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, de Caldas Aulete)
«À fia resga» é o mesmo que «por um triz», «por um fio», «por pouco», «à rasquinha», etc.
Fazer o bem de alma remete para a tradição de rezar missas a um defunto para o bem de sua alma, ou seja, para que lhe sejam perdoados os pecados, para que encontre o caminho rumo aos céus, e que descanse em paz. Junto dos mais religiosos, ainda hoje se ouve a expressão «rezar pela alma de alguém», ora essa tradição vem de há muito, e «fazer o bem de alma» era impreterivelmente necessário para a salvação da alma de um defunto.
Não encontrámos referência a «ronho do matagal».
Esperamos ter ajudado.