DÚVIDAS

Sudestino e centro-oestino
Se existem os termos sulista, nortista e nordestino para designar os habitantes das regiões correspondentes do Brasil – Sul, Norte e Nordeste –, não seria de bom uso haver também "sudestino" e "centro-oestino" para se referir aos habitantes das outras duas regiões desse país – Sudeste e Centro-Oeste? Já vi ambos os termos em trabalhos acadêmicos, mas não achei no vocabulário da Academia Brasileira de Letras nem em outro dicionário de referência. Atenciosamente, Luiza Beirão
Valor não restritivo do adjetivo qualificativo: «peculiar rei»
Em «O peculiar rei.», o adjetivo detém um valor restritivo, explicativo (ou não restritivo)? Não obstante o facto de o adjetivo desempenhar a função sintática de modificador restritivo do nome, pode considerar-se que o seu valor não é restritivo, porque está anteposto ao nome «rei»? Esta dúvida que coloco surgiu da realização de uma ficha de trabalho que me foi facultada e após ter pesquisado e encontrado referências a um «valor não restritivo», associado aos adjetivos antepostos. Agradecido!
O uso do artigo indefinido: «Umas pessoas não comem gatos»
Recentemente li num blog a frase: «Umas pessoas não comem gatos.» Em seguida houve um comentário afirmando que esta frase estaria errada, porém sem explicar o porquê. Fiquei confuso, pois me pareceu que «Algumas pessoas não comem gatos», soaria melhor aos ouvidos. Assim, gostaria de saber qual seria a construção correta e se haveria alguma orientação ou cautela no emprego de umas e algumas, particularmente no início das frases. Obrigado!
O verbo assistir referido a pessoas
Durante um debate entre parlamentares num canal de TV, vi uma deputada cumprimentar os participantes referindo-se aos telespectadores em casa com a expressão «aos que nos assistem». Ora, dito assim, parece-me que que a senhora estará a dizer «aos que nos ajudam», e deveria ter dito «aos que nos veem/ouvem» em casa. Em todo, porque tenho dúvidas na utilização deste verbo na construção frásica, solicito o vosso esclarecimento. Melhores cumprimentos.
Uso do auxiliar ter e do pretérito mais-que-perfeito do indicativo
No uso de formas verbais, tenho dúvidas sobre o uso dos verbos ter e haver como auxiliares. – Em expressões como «Tinha-me preparado para a docência»/ «havia-me preparado para a docência», gostaria de saber se são equivalentes, se se pode usar um verbo ou o outro indistintamente. Neste caso coincidiria com o tempo verbal chamado em espanhol pretérito pluscuamperfecto: «Me había preparado para la docencia». E também [queria saber] se é equivalente à expressão: «preparara-me para a docência.» Acho que neste caso a forma verbal em português é o pretérito-mais-que-perfeito, e coincidiria com o que dizemos em galego: «Preparárame para a docencia.» Outros exemplos similares: «Ele disse que havia tido uma espécie de alergia na pele.»/«Ele disse que tinha tido uma espécie de alergia na pele.»/«A moça entrou e disse que tivera um sonho terrível.» – Em espanhol: «Él dijo que había tenido una especie de alergia en la piel.»/ «La chica entró y dijo que había tenido un sueño terrible.» –  Em galego: «El dixo que tivera unha especie de alergia na pel.»/ «A rapaza entrou e dixo que tivera un soño terrible.»
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