Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Maria Teresa Professora Lisboa, Portugal 3K

No verso «chegar antes de ti para te ver chegar», do poema "Isto é o amor", de Nuno Júdice, podemos dizer que estamos perante um pleonasmo? Se não, qual o recurso expressivo que poderá estar neste verso?

Obrigada.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 1K

«Quem se humilha será exaltado.»

Existe ambiguidade na frase acima, desde que consideremos o verbo humilhar-se como pronominal ou como estando na voz passiva pronominal?

«Humilhou-se» ou «foi humilhado»?

Obrigado.

Pedro José Ferreira Machado e Silva Engenheiro de Petróleo Rio De Janeiro, Brasil 2K

No período a seguir, fiquei com uma dúvida atroz, «Todos foram à festa, inclusive eu.»

«Inclusive eu» será uma oração assindética com o verbo elidido? Se «inclusive eu» fosse parte do sujeito composto, deslocado, o verbo não deveria estar na 1.ª pessoa do plural? «Todos fomos a festa, inclusive eu.»

Nesse caso, o termo «inclusive eu» não será um pleonasmo de vício [de linguagem], visto que a desinência verbal já denotaria que o locutor também fora à festa? Portanto, minha escolha seriam duas orações, a segunda com o verbo elidido: «Todos foram à festa, inclusive eu (fui).»

Grato.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 4K

Minha consulta se prende às expressões expletivas do tipo «é que», «é onde», «é quando», das quais se diz que servem a dar ênfase a orações ou a termos de oração.

Observo, entretanto, que, a par da ênfase, tais expressões possam carrear um caráter de exclusividade. Se não, vejamos as seguintes frases:

«A prática da leitura gera conhecimento» (um dos fatores que geram).

«É a pratica da leitura que gera conhecimento» (exclusividade – somente a pratica da leitura, talvez por influência de uma estrutura tal como «Pode-se viajar, podem-se visitar museus ou conhecer pessoas, mas é a prática da leitura que gera conhecimento»).

«A sombra das montanhas de Minas conduz à reflexão» (também ela conduz).

«A sombra das montanhas de Minas é que conduz à reflexão» (somente ela conduz).

«Na praia de Copacabana é onde transitam belas mulheres» (é somente lá que transitam).

«Na praia de Copacabana transitam belas mulheres» (é também lá que transitam, aliás frase mais condizente com a realidade...).

Obs.: Quando de usa o advérbio mais ou o pronome indefinido mais, parece não haver alteração de sentido com o uso da expressão expletiva: «É na praia de Copacabana que transitam as mais belas mulheres»; «É a prática da leitura que gera mais conhecimento».

Gostaria de um exame a respeito, o qual desde já agradeço.

Rodrigo Muñoz Rojas Estudante Santiago do Chile, Chile 3K

Sempre grato pelo vosso trabalho, venho por este meio novamente pedir esclarecimento a uma dúvida gramatical que me surgiu.

Estou a fazer um exercício sobre o uso da estrutura estar + a + infinitivo, para ações em processo.

Há um caso particular em que devo utilizar o verbo pronominal vestir-se. A minha primeira resposta foi «nós estamos a nos vestir», pois, segundo o que estudei antes, a presença da preposição a exige que o pronome esteja antes do verbo. Contudo, a correção do livro mostra «nós estamos a vestir-nos».

Assim sendo, qual é a posição correta do elemento pronominal em dita estrutura?

Desde já, obrigadíssimo pela ajuda.

João Pedro Estudante Portugal 3K

«É uma obra para se ler, ver e ouvir.» = «É uma obra para ser lida, vista e ouvida.»

As frases acima (sinónimas) parecem ser gramaticais, mesmo sem a repetição do «se» apassivante, na primeira, e de «para ser», na segunda.

Já nos exemplos abaixo, a primeira frase parece ficar agramatical sem o «se» (complemento direto) do verbo «tornar-se», enquanto a frase equivalente é claramente agramatical pela mesma razão.

«Foi um jogador que se afirmou e tornou um craque.» = «O jogador afirmou-se e tornou um craque.»

Em que casos pode evitar-se a repetição do clítico se numa sequência/enumeração verbal em próclise?

Obrigado.

David Medeiros Profissional de Saúde Porto, Portugal 6K

Li o seguinte num jornal diário:

«Vítima identifica imediatamente agente condenado por o agredir.»

Será correcto dizer/escrever «condenado POR O agredir»?

Ou seria mais correcto dizer "«condenado por agressão», ou talvez melhor ainda «condenado por agredi-lo»?

Desde já o meu obrigado.

João Celindo Profesor Guarda, Portugal 24K

O hífen era comum nas expressões hei-de, hás-de, etc. etc. Com o Acordo Ortográfico [de 1990], passamos a hei de, hás de. Até aqui é claríssimo.

Havia também casos mais complexos com dois hífenes no mesmo conjunto como hei-de-lhe, hás-de-me, etc. Imagino que as formas gráficas corretas passam a ser hei de lhe, hás de me.

Ou teria alguma sensatez, cair o primeiro hífen e não o segundo, e passarmos a grafar "hei de-lhe," "hás de-me"?

Grato.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 4K

A frase «O aluno queixou-se do professor ao diretor», objeto de consulta de Félix Carneiro Carvalho em 1/9/2009, poder-se-ia modificar para «O aluno se lhe queixou do diretor»?

Obrigado.

Erik da Silva Simões Estudante Pernambuco, Brasil 2K

A justaposição de várias orações subordinadas adverbiais num só período composto subordinadas é considerada mal escrita? Haveria outra alternativa? Por exemplo:

«O estudante leu o texto científico para que pudesse iniciar sua pesquisa ainda que não gostasse do tema mas se saiu bem porque tinha domínio do conteúdo.»

Obrigado.