Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Polémicas em torno de questões linguísticas.


Toda a riqueza do conceito de cultura vem da própria origem da palavra, do latim "cultivare", cultivar. Espíritos mais práticos perguntariam: por que gastar o seu latim nestes tempos descartáveis que vivemos? Uma resposta óbvia – pelo menos para aqueles que lidam diretamente com a língua portuguesa e lutam pela sua preservação – é que ela é conhecida como «a última flor do Lácio», ou seja, foi a última ramificação do latim e, por obra e graça de uma pequena nação de desbravadores, Portug...

1. Constitui tema de fundo da entrevista de Vasco Graça Moura o ensino do Português, associado aos problemas que colocam programas e manuais. Não pretendo aqui pronunciar-me sobre essa questão que considero exigir reflexão cuidada e envolvimento de competências diversificadas (ao contrário do que parece pensar o "poeta e político" Vasco Graça Moura, que entregaria apenas a "professores de literatura" a tarefa...

Os méritos do dicionário da Academia das Ciências de Lisboa

A propósito da resposta As dúvidas de um «sportinguista com status e stique», onde se transcrevia um anterior texto sobre o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, aqui fica este aditamento do seu autor, o nosso prezado consultor D' Silvas Filho.

 

 

Não há língua padrão sem a literatura; o ensino daquela não deve separar-se do desta

Sobre a língua padrão, escrevem Lindley Cintra e Celso Cunha que, "embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque actua como modelo, como norma, como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à variação. Numa língua ex...

O trabalho que os linguistas fazem deve ter consequências no ensino da língua

Sendo linguista há mais de trinta anos, não consegui resistir à tentação de colaborar na polémica sobre o ensino da língua portuguesa que já se prolonga há alguns meses. As reflexões que se seguem têm como objectivo mostrar que o trabalho que fazem os linguistas deve ter consequências no ensino da língua materna, visto que a língua é um objecto de estudo e aprendizagem em si mesmo, tal como o...

Trinta anos depois do 25 de Abril, não temos grandes razões para estar satisfeitos com o nosso progresso cultural. O analfabetismo diminuiu, a escola abriu-se, as manifestações artísticas multiplicaram-se, o programa editorial ampliou-se - mas a iliteracia real dos portugueses faz da alfabetização um mero índice estatístico e as opções oferecidas pelo ensino ressentem-se da quebra de uma formação de base sólida e carecem de um magistério habilitado. Por outro lado, a multiplicação das activid...

Os linguistas, afinal, gostam ou não de literatura? A polémica continua a provocar reacções

Vasco Graça Moura

1. A senhora Dr.ª Inês Duarte ficou muito enxofrada por eu ter dito que os linguistas odeiam a literatura. Escusava de se abespinhar tanto com a minha provocação, porque, como entenderá quem for medianamente capaz de interpretar uma frase no contexto em que...

A nova arquitectura curricular e o programa de Língua Portuguesa trazem para a discussão o papel da literatura e dos textos literários no ensino da língua materna

Do Ensino Básico e Secundário chegam-nos, com infalível regularidade, notícias pouco animadoras: ou porque o insucesso em Matemática atinge níveis escandalosos; ou porque a falta de competências na língua materna, tanto ao nível da leitura como da escrita, é um constrangimento que o aluno transporta p...

Contributo para uma polémica desencadeada por Vasco Graça Moura sobre o papel dos linguistas na elaboração dos programas de Português

As ciências modernas contam-se entre os mais notáveis triunfos e tesouros culturais da humanidade. Como outros, merecem (...) um tratamento escrupuloso e respeitador. Noam Chomsky

1. "Os linguistas têm ódio à literatura"

«A forma como o Português é ensinado <br> é escandalosa»
Contra «a realidade menor» da literatura

Nesta entrevista* à jornalista Alexandra Lucas Coelho o poeta, escritor, tradutor e ex-ministro Vasco Graça Moura (1942-2014diz que se estivesse no lugar de ministro da Educação teria tentado suspender os programas de Português, propondo acções correctoras para os próximos três anos e sugere que professores de literatura preparem entretanto um programa alternativo.

* in jornal "Público", de 1 de fevereiro de 2004. Texto escrito segundo a norma ortográfica de 1945.