Parecem-me correctas e aceitáveis ambas as frases. Se considerarmos que é a chamada ordem directa a mais usual em português (sujeito, predicado e complementos), em «O candidato passou a ser eu», o sujeito é O candidato, e eu é o nome predicativo do sujeito. Se, porém, optarmos por «O candidato passei a ser eu», equivalente a «(Eu) passei a ser o candidato», o sujeito é (eu), e o candidato é o nome predicativo do sujeito. Por outras palavras, subentendo eu, o candidato só pode ser nome predicativo do sujeito. No meu entender, Manuel Alegre optou por se colocar como sujeito da oração: «O candidato passei a ser eu», igual a «(Eu) passei a ser o candidato». É assim a língua portuguesa!