Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Classes de palavras
Johan de Rie Reformado Mértola, Portugal 3K

Comprei o livro Cebola Crua com Sal e Broa de Miguel Sousa Tavares. Na página 53 encontrei as frases seguintes:

«A liberdade foi, de facto, a minha grande escola de vida. Comecei a aprendê-lo por mim mesmo, nos Jesuítas e contra eles, como já contei. E, simultaneamente, aprendi-o em casa dos meus pais e com os meus pais.»

[...] o autor fez um erro em escrever «comecei a aprendê-lo (a liberdade) e aprendi-o (a liberdade) em casa dos meus pais...», ou existe outro motivo para utilizar a forma masculina?

Obrigado.

Ana Nogueira Engenheira Amora, Portugal 18K

Ultimamente tenho-me deparado com a utilização indiferenciada dos termos «de baixo», "debaixo", «de debaixo». Gostaria de saber, para o contexto «ele saiu ______________ da mesa», qual o termo correcto a utilizar. Já vi uma resposta a esta dúvida em que aponta como correcta a opção «de baixo» mas tenho visto tantas vezes escrita a forma «de debaixo» que pergunta se esta não será também uma forma correcta.[*]

[*] N. E. – Manteve-se a forma "correcta", com "c", anterior à aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. A grafia atualizada é correta.

Paul Castro Professor de português Glasgow, Reino Unido 7K

Estou a ensinar o infinitivo pessoal aos meus [alunos] e quero acabar a aula comentando alguns usos mais complexos (e talvez poéticos). Pensei em usar o título da canção "O Quereres" de Caetano Veloso mas ainda não consegui encontrar uma boa explicação para este uso. Neste caso "O quereres" equivale a «o facto de quereres»?

Obrigado por qualquer esclarecimento.

Luis Novais Epidemiologista Lisboa, Portugal 2K

Qual é a forma correcta: «infecção pelo VIH», ou «infecção por VIH»?

Muito obrigado. 

Geobson Freitas Silveira Agente Público Bela Cruz, Brasil 2K

Gostaria muito de saber a função ou classificação da locução «em que» retirado de um versículo bíblico:

«Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós , sendo nós ainda pecadores.» (Romanos 5:8)1 

 

1. N.E.: Versículo retirado de uma versão em linha da Bíblia Almeida Corrigida Fiel, a qual, por sua vez, se baseia na tradução do Novo Testamento por João Ferreira de Almeida (1628-1691), sacerdote português convertido ao protestantismo. À frase bíblica em causa deu-lhe o referido autor a seguinte formulação (mantém-se a grafia seiscentista): «Mas Deus encarece sua charidade pera com nosco, que Christo morreo por nós, sendo nós ainda pecadores.» No exemplo apresentado na questão, escreve-se corretamente conosco, forma normativa brasileira que, no português de Portugal, corresponde à grafia connosco,

Ana França Estudante Lisboa, Portugal 6K

Tenho uma pergunta em relação ao uso da expressão «sei lá!» Por que razão tem esta o valor negativo de «não sei» quando não comporta qualquer marcador de negação?

Obrigada pela atenção.

Maria Luísa Cordeiro Professora Chaves, Portugal 11K

Embora tenha consultado as vossas respostas e as gramáticas de que disponho, continuo, assim como os meus colegas, a ter dúvidas no que diz respeito à classificação de último - se primeiro é um adjetivo numeral, por que razão último, que tem o mesmo comportamento "frásico", é, segundo respostas vossas e as gramáticas, um adjetivo qualificativo?!! Não tem o mesmo comportamento dos adjetivos dessa subclasse?! Na expressão «o último a chegar...», o antónimo é «o primeiro a chegar», logo, e segundo o que aprendi, tem de pertencer à mesma classe gramatical! Por favor, esclareçam - nos!

Muito obrigada.

Eduardo Costa Professor Brasil 6K

«Embora não trate especificamente da violência contra as mulheres, o texto remete para casos de estupro e agressão física, dos quais elas são as maiores vítimas.»

Na frase acima, o vocábulo trate é um verbo transitivo indireto. Porquê?

Vasco Ferreira Técnico Superior Lisboa, Portugal 15K

Tenho ouvido e lido cada vez mais a expressão o porquê, que sempre achei estar errada, por se estar a pôr um artigo definido num advérbio interrogativo. No entanto, soube recentemente que se começa a defender o uso de porquê como substantivo, justificando o artigo. Isto é mesmo assim? É possível usar advérbios interrogativos como substantivos? Posso passar a dizer o onde ou o quando ou o como ou, claro, o porquê?

Muito grato pela atenção e muitos parabéns por esta plataforma e pelo excelente trabalho desenvolvido. 

Ellen Goes Estudante Lages - SC, Brasil 88K

Aprendi na aula que o pois é conclusivo somente quando estiver após o verbo da segunda oração. Fazendo exercícios, entretanto, percebi que bastava o pois após o primeiro verbo para que fosse classificado como conclusivo. Qual é a regra exata?

Exemplos:

1) «Ela estudava muito, pois desejava ser aprovada.»

2) «Ela estudava muito, desejava, pois, ser aprovada.»

Desde já, muito obrigada!