Porquê pertence a duas classes de palavras: advérbio¹ e nome masculino. Assim o regista, por exemplo, o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa:
« .advérbio
I. Tem valor semântico causativo em frases interrogativas diretas, sendo parafraseável por 'por que motivo', 'por que razão'.
1. Usa-se isoladamente, sem outro constituinte na frase – Não estou interessado. – Porquê?
2. Usa-se com frase infinitiva. Porquê complicar tanto as coisas mais simples?
II. Tem valor semântico causativo em frases interrogativas indiretas, depois de verbos declarativos, sendo parafraseável por 'por que motivo', 'por que razão'.
1. Usa-se da frase interrogativa indireta como constituinte único. Estava alterado, não sei porquê. Devolveu as mercadorias sem indicar porquê.
2. Usa-se com frase infinitiva. Não percebo porquê insistires tanto.
.substantivo masculino
O que está na origem ou explica um acontecimento, um comportamento = CAUSA, MOTIVO, RAZÃO. Não te sei dizer o porquê de uma reação tão violenta.»
Assim, respondendo à questão, o termo é perfeitamente válido, enquanto nome comum (Quero saber o porquê de tanto entusiasmo).
Quanto a poder usar, nas mesmas circunstâncias, os outros casos de advérbios que citou, isso só acontece com como, esclarecimento fornecido pelo Dicionário Houaiss: «como, antecedido pelo artigo o, é freq. substantivado em frases do tipo, o como e o porquê de todo o debate».
Os restantes advérbios citados não são também substantivos.
¹Maria Regina Rocha coloca-o na lista dos advérbios interrogativos, na sua Gramática de Português, p. 69