Estou com algumas dúvidas na identificação de classe de palavras na expressão: «uns pares de centenas de pessoas» – nesta expressão, «centenas» é um quantificador? Ou «uns pares» é quantificador e «centenas» é um nome (coletivo)?!?
Agradeço a vossa atenção.
Gostaria de ser esclarecido quanto à correcta utilização das expressões «tomar medicação» e «fazer medicação», com apoio nalguns exemplos. São expressões sinonímicas?
Obrigado.
O nome da atual ministra da Justiça de Portugal tem sido grafado, na maioria das publicações noticiosas, como Francisca Van Dunem (com v maiúsculo). Segundo consta, o apelido é de origem holandesa e existe uma grande descendência dos van Dunem em Angola, de onde é natural a ministra. Na Internet encontra-se referência também às variantes "Van-Dúnem" e "Van Dúnem". Ao longo do tempo é natural que os nomes próprios vão alterando a sua grafia, e penso que a grafia correta do nome de cada pessoa é a que consta nos seus documentos oficiais ou a que a própria utiliza. Se assim for, e, se a pessoa a quem nos referirmos como "Van Dunem"/"Van-Dúnem"/"Van Dúmen" se chamar, de facto, assim, não há qualquer objeção à grafia usada. Estou certo? Pergunto-me, no entanto, se o uso de um v maiúsculo no nome da ministra é o correto ou se é apenas uma gralha, do mesmo género de quando se escreve «Leonardo Da Vinci» ou «Vincent Van Gogh»?
Obrigado desde já e parabéns pelo trabalho!
Existe a variante "ouriço-caixeiro"?
Obrigada.
A respeito da consulta sobre o fenómeno da chamada troca do /v/ pelo /b/, gostaria de contribuir outro ponto de vista.
A consideração deste fenómeno fonético como "dialectal" vem do facto de isto acontecer actualmente apenas na região norte de Portugal e nos dialectos galegos; no entanto, na maior parte do país e, portanto, no português padrão actual, não acontece. Isto leva à consideração de que são os nortenhos os que «falam esquisito» e se afastam da norma. Mas isto é o mesmo que dizer que a situação "original" do português foi a diferenciação dos fonemas /v/ e /b/. Não obstante, a língua portuguesa tem a sua origem exactamente no território onde actualmente esta diferenciação não existe (Galiza e Norte de Portugal) e talvez nunca existisse. A troca destes sons tem origem no latim vulgar, no qual se produz uma confusão dos fonemas [β], que é um alófono fricativo bilabial de [b] quando intervocálica, e [w], fonema semiconsoante que era escrito <v> ou <u> e pronunciado como o <w> do inglês. Este fenómeno é conhecido como betacismo. A ideia mais estendida é que, perante esta confusão, as línguas românicas tiveram soluções diferentes, uma das quais é a criação duma fricativa labiodental, /v/. Nas línguas galo-românicas ou itálicas parece que foi assim, e às vezes alguns consideram que também aconteceu isto no "português meridional", mas não nos dialectos do Norte.
Acho totalmente errado dizer que isto é influência do espanhol. Mas o caso do português tem de ser necessariamente diferente do do galo-românico, porque esse "português meridional" não é mais do que a evolução duma língua que já se tinha formado no Norte e que ainda hoje não tem o fonema labiodental /v/ (dialectos galegos e dialectos portugueses setentrionais). Portanto, a aparição do fonema /v/ em português parece mais um fenómeno tardio acontecido já dentro da língua portuguesa do que uma evolução directa da situação do latim vulgar, como poderia ter acontecido nas línguas galo-românicas ou itálicas. Portanto, poderia ter acontecido que o verdadeiramente dialectal na origem da língua portuguesa fosse a pronúncia fricativa do /v/, embora se tenha estendido depois desde os dialectos centro-meridionais portugueses, conformando finalmente uma característica do português padrão ou standard. Ninguém possui toda a verdade.
Obrigado.
Lo siento no hablo portugués pero visité el Palacio da Pena en Sintra y vi en su capilla una esfera armilar con la divisa SMIDME. ¿Podrían decirme que significa? He buscado en internet y bibliotecas pero no lo encuentro.
Obrigada.
No Dicionário Enciclopédico de Teologia, do Prof. Arnaldo Schüler (Editora da ULBRA, Canoas, 2002. p. 172), lemos, no verbete édito: «Ordem judicial tornada pública através de editais ou anúncios»; em edito, temos: «Paroxítono. Norma, lei, determinação oficial, decreto, ordem. P.ex.: Edito de Milão (q.v.). No direito romano, complexo de normas jurídicas.» A obra traz, como aponta a abreviatura q. v. (quod vide), o verbete "Edito de Milão".
Dicionários como o Caldas Aulete e o Priberam corroboram as diferenças conceituais apontadas para esses parônimos (não contemplam, todavia, o exemplo "Edito de Milão").
Minha dúvida reside sobre o assim chamado Edito de Milão. Além do compêndio de Schüler, sei que no meio eclesiástico (o "site" do Vaticano é um exemplo), é comum que se empregue o termo paroxítono para se referir ao decreto imperial que deu liberdade de culto a todos no Império Romano em 313, tornando, por conseguinte, o cristianismo uma religião lícita. A língua italiana também faz distinção (vide, p.ex., o Vocabolario Treccani on-line ou o Dizionario di Italiano on-line do Corriere della Sera) entre edito (pronúncia proparoxítona, com o mesmo sentido do nosso acentuado édito) e editto (pronúncia paroxítona, com o mesmo sentido da palavra portuguesa edito).
Gostaria, pois, de confirmar a grafia Edito de Milão (e não "Édito de Milão", como registram alguns textos, a meu ver erroneamente).
Agradeço, desde já, a gentileza da atenção.
Um aluno me perguntou o que significava «bicos de rouxinol» no texto de Vinicius de Morais «deram-me bicos de rouxinol para jantar».
Eu não sei o que significa.
Muito obrigada.
Existe alguma regra consagrada para separar a menção do género masculino da menção do género feminino, como por exemplo: «trabalhador/a» ou «trabalhador(a)»?
Na frase «independentemente de quem o escreveu, aprecio este livro», a expressão «de quem o escreveu» é complemento de advérbio?
Obrigado.
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