Como já aqui se respondia em anterior esclarecimento, nenhuma regra está formalmente estabelecida para esse tipo de referência gráfica – sendo, por isso, opcional, conforme o gosto e o estilo do utilizador e/ou da publicação que a ele recorra.
Omissos nessa especificação concreta, as gramáticas e prontuários ortográficos usam por regra os parêntesis curvos para assinalarem o singular e o plural das palavras, assim como o respetivo género feminino e masculino. Vide, por exemplo a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra (págs. 290, 322 e 515), Gramática da Lingua Portuguesa, Uma Nova Abordagem, de Álvaro Garcia Fernandes (págs. 117 e 146) e Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, de Domingos Pascoal Cegalla (pág. 481). Mas também há os que usam indiferenciadamente o parêntesis curvo e a barra oblíqua ou diagonal. É o caso da Gramática Resumida, de Celso Pedro Luft (págs. 99, 119 e 173, p.ex.). Já o uso da barra é o que se recomenda, por exemplo, no Guia para uma Linguagem Promotora da Igualdade entre Mulheres e e Homens na Admnistração Pública, da Comissão para a Cidadania e Igualdade do Género *.
O que se aconselha, pois, como em tudo o que respeite aos códigos de escrita, é um critério uniforme para qualquer dessas situações. Para isso, e por isso mesmo, existem os manuais de redação e de estilo, definidores – e orientadores – da opção gráfica que deve ser seguida em todas as publicações, sempre, de forma coerente e ao mesmo tempo de fácil e rápido entendimento dos leitores.
No caso do Ciberdúvidas, a preferência recaiu no uso do parêntesis curvo para essas indicações concretas (cf. Barra e parêntesis em alternância de género, de A. Tavares Louro), o que não obsta ao recurso da barra – ou mesmo aos dois sinais em simultâneo –, sempre que for caso disso. Por exemplo:
trabalhador (a)
trabalhador (es/as)
rapaz(es)/rapariga(s)
ancião (anciãos, anciães e anciões)/ã (anciãs)
* Informação que nos fez chegar a consulente Isabel Maria, a quem muito agradecemos o contributo.