Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Vicente Martins Professor universitário Sobral, Brasil 8K

Tenho visto, com relativa frequência nas mídias (FB, cartuns). a grafia "afinzona" como em «não posso dar muita bandeira de que estou afinzona dele». É assim mesmo que deve ser grafada esta palavra? Fico na dúvida porque "afinzona", ao certo, deriva da locução  «a fim de».

Poderíamos falar neste caso de formação por parassíntese?

Carla Matos Terapeuta da fala Braga, Portugal 5K

Gostaria que me indicasse e justificasse o processo de formação da palavra esbracejar.

Obrigada.

João Miranda Intérprete Bruxelas, Bélgica 5K

Será admissível usar o verbo "pseudonomizar" (o contexto é o do tratamento dos dados pessoais dos registos criminais)? Alguma alternativa mais vernácula?

Muito obrigado!

Isabel Lourenço Secretária Coimbra, Portugal 33K

Pedia o favor de me esclarecerem uma dúvida. Sobre o poema O gato de louça, de Álvaro Magalhães (Porto, 1951), foi feita a seguinte pergunta: «Transcreve da segunda estrofe o verso que contém uma personificação.» Passo a transcrever as duas primeiras estrofes, no sentido de facilitar a resposta:

1 – «Coitado do gato de louça/pousado na mesa redonda,/sobre um pano de renda./Não há quem lhe fale./Não há quem o ouça.»

2 – «Nunca se mexeu,/nem quando as moscas lhe pousavam no nariz./Nunca ninguém o ouviu miar./Testemunha silenciosa/da vida no corredor,/o gato de louça viu tudo/o que ali fizemos em segredo/e não disse nada a ninguém.»

Na minha opinião, o único verso da 2.ª estrofe que contém uma personificação é «e não disse nada a ninguém», uma vez que a fala é própria apenas do ser humano. O mesmo já não se pode dizer de «o gato de louça viu tudo», pois outros seres vivos são dotados de visão. Penso tratar-se de animismo (?).

Obrigada.

Carla Henriques Enfermeira Odivelas, Portugal 3K

Gostaria de esclarecer uma dúvida que está relacionada com a prolepse. Se uma personagem está a ter um sonho premonitório, isso poderá ser considerado uma prolepse?

Dou como exemplo o texto Leandro, Rei da Helíria [de Alice Vieira], quando o rei ou a filha Violeta têm os sonhos premonitórios do que mais tarde virá a suceder.

Obrigada.

Benjamin Ragg Estudante Lisboa, Portugal 9K

Na escansão do verso «pôs-se na minha frente uma velhinha suja», a palavra «pôs-se» conta como uma única sílaba métrica, ou duas?

A contração entre o s de pôs e o s de se é realizada?

Obrigado.

Rui Marques Farmacêutico Lisboa, Portugal 7K

Qual é o termo mais correcto em língua portuguesa para designar uma pousada/albergaria com características próprias vocacionadas para um público jovem, com dormitórios colectivos e geralmente de custo inferior a um hotel ou pensão? Geralmente deparo-me com a variante anglófona hostel, mas já encontrei por diversas vezes em literatura especializada em viagens a palavra "hostal". O dicionário electrónico da Porto Editora apenas admite para este significado a palavra hostel, definindo-o como um «estabelecimento que fornece serviços de alojamento, em quartos privados ou coletivos (dormitórios) a preços inferiores aos de um hotel; albergue». Hostal é referido apenas como sinónimo de "estau", definido como «antiquado: espécie de hospedaria onde os reis de Portugal alojavam a corte e os embaixadores, nas cidades onde se demoravam». A palavra hostel existe já então de uma forma efectiva na língua portuguesa e é preferível a hostal, como concluo da consulta deste dicionário?

Ana Moreira Malveira, Portugal 3K

A palavra anestesia é derivada, ou composta?

Mário Ferreira Estudante Lisboa, Portugal 3K

Podemos afirmar: «Eu vou ao cinema.» Mas quando estamos a responder a uma pergunta: «Há alguém que vá ao cinema?» > «Eu vou» > «Vou eu». Existe alguma diferença gramatical entre as duas respostas? Estão ambas corretas?

Maria Besuga Contabilista Óbidos, Portugal 7K

É incorreto escrever «fazer que» ou «faz que»? Só pode usar-se «fazer com que» ou «faz com que»? Qual é a diferença ou em que contexto se justifica o uso de uma e/ou de outra forma?