Estão ambas corretas. São ambas constituídas pelo mesmo sujeito e predicado. Em português, é permitida a inversão sem a mudança de significado. Se bem que a estrutura tradicional em termos sintáticos seja: sujeito, predicado e complemento direto. Mas a inversão de palavras pode, também, contribuir para uma mudança de significado, nomeadamente, quando se inverte a posição de substantivos e adjetivos. Por exemplo, «um homem pobre» é diferente de «um pobre homem», estando a primeira expressão a referir-se ao aspeto económico, e a segunda, à sua infelicidade.
N. E. (15/05/2016) – O consulente João de Brito (Vila Real) entendeu enviar a seguinte achega, que agradecemos: «[...] A questão acerca da correção ou não de ambas as respostas é perfeitamente secundária. Indo, então, ao cerne da questão, diríamos que a ordem sintática direta é, de facto, o paradigma corrente da comunicação linguística em português. É dessa forma que se exprimem as declarações, que constituem as peças básicas da comunicação linguística. Nunca é impunemente que se altera aquela ordem. No caso vertente, trocam-se, um pelo outro, o sujeito e o predicado. Sendo o predicado a função sintática mais forte, ao colocar no seu lugar o sujeito, o comunicador pretende realçá-lo. E a resposta deixa de ser um simples declaração e passa a ser um destaque: entre todos os que foram interrogados, pode não ir mais ninguém ao cinema, mas ELE vai.» Resta-nos reforçar que, como se afirma na resposta e reitera o consulente, não existe aqui um problema de correção, porque ambas as frases são gramaticais. A diferença entre a ordem direta e a inversão de sujeito fazem antes parte de um conjunto de questões discursivas que transcendem a sintaxe frásica, como se aponta em várias respostas, entre elas: "A função sintáctica de 'o Pedro' na frase 'O Pedro, ele não compreendeu nada'"e "A diferença entre juízo tético e juízo categórico".