O seu raciocínio está correto. A personificação consiste num recurso que tem como função atribuir características humanas a animais ou objetos. O ato de dizer algo só é possível da parte do homem (a não ser que tenha um valor conotativo, por exemplo, «aquele quadro diz-me muito»). A sua segunda ideia também está correta, uma vez que, sendo o gato de louça um objeto, e sendo o ato de ver uma característica própria dos seres vivos, estar a dar-lhe esta competência é conceder-lhe vida própria.
A personificação é a «atribuição de qualidades, atitudes e impulsos humanos a seres inanimados e a animais irracionais» [Introdução ao Texto Literário, Noções de Linguística e de Literariedade, Mário Carmo e M. Carlos Dias, Didática Editora, Lisboa, 1978, p. 79].
O animismo é uma «figura de estilo que consiste em atribuir propriedades animadas, mas não especificamente humanas, como no caso a personificação, a seres ou realidades inanimados» [Gramática da Língua Portuguesa, Vítor Fernando Barros, Âncora Editora, Edições Colibri, 2011, p. 281].