Conta como duas sílabas. A presença do hífen reforça a ideia da separação silábica. Porém, «a sílaba métrica nem sempre coincide com a sílaba gramatical. Os poetas elidem, por vezes, um som (elisão), ou fundem dois sons num só (sinalefa); outras vezes separam os sons do ditongo (diérese). São liberdades poéticas» (Introdução ao Texto Literário, Noções de Linguística e de Literariedade, Mário Carmo e M. Carlos Dias, Didática Editora, Lisboa, 1978, p. 185]).
No caso apresentado, soa-nos melhor a separação. Nas chamadas «ligações rítimicas» (o termo é de Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 1984, p. 667), os casos de sinalefa, elisão e crase envolvem sempre vogais, e não consoantes (cf. ibidem). Sendo assim, uma sequência como "pôs-se" não permite nenhum tipo de supressão ou contração vocálicas, e, por isso, contam-se duas sílabas métricas, tal como também aconteceria na contagem de sílabas fonéticas: pôs/-se.
A ligação de -s com a vogal não tem incidência na contagem de sílabas, porque se a vogal, já por si, constituía uma sílaba, com o -s agregado continua a ser uma só sílaba.