Como trabalho com design gráfico, às vezes fica complicado saber que termos usar de forma correta. Gostaria de saber qual a diferença entre as palavras motivo e padrão. Os dicionários não são claros.
Há diferença de significado entre as preposições ante e perante? Quando se deve usar uma ou outra? Ainda, há diferença de significado entre elas e a locução prepositiva «diante de»?
De antemão, agradeço a resposta.
Tenho uma questão relativa a desencadeadores de próclise.
Sei que o advérbio não é um desencadeador de próclise em relação ao pronome clítico e ao verbo que o sucedem, como em «Não vos prefiro!» Poderá, no entanto, ser desencadeador de próclise se suceder ao verbo e ao pronome clítico, ou nunca será agente de próclise nesse caso? Nesse caso, poderemos, então, ter as seguintes frases: «Prefiro-vos não!», ou «Prefiro-vos, não!» Sendo estas frases regras de como a próclise não é consequência de causa proclítica se o agente desencadeador de próclise for sequência e não antecedente do verbo da oração.
Ajudai-me em tal dúvida, por favor. [...]
Tenho dúvidas num assunto do Dicionário Priberam. Vou mostrar a seguinte definição:
«objecção | s. f. ob·jec·ção |èç| substantivo feminino 1. Argumento com que se replica ou se impugna. 2. Dúvida. 3. Dificuldade. • Grafia alterada pelo Acordo Ortográfico de 1990: objeção. • Grafia no Brasil: objeção.»
Ora, a transcrição fonética de "OBJECÇÃO" no Dicionário Infopédia, por exemplo, é: ɔbʒɛˈsɐ̃w̃. No Dicionário Priberam, que demonstra qual é a pronúncia que deve ser efectuada para cada vocábulo sem exibir uma transcrição fonética completa, mas observando em detalhe a parte do vocábulo que, quiçá, poderá manifestar maior dúvida no falante, a nota que observamos para "OBJECÇÃO" é a seguinte: |èç|.
A minha interrogação é se este "è" de |èç| está ou não correcto, se deveria ser um "é" ("E" com acento agudo e não grave, como se vê em "DILECTO" (|ét|)) visto que a transcrição fonética do "E" só pode ser manifesta com os seguintes exemplos: [e] (dedo), [ɛ] (fé), [ɨ] (metal) e [ẽ] (vento).
Podeis explicar-me em que transcrições fonéticas [...] o Dicionário Priberam se base[ou] para dizer que o "JECÇ" de "OBJECÇÃO" deve ter esta fonética |èç|? É que o mesmo acontece com "ABJECÇÃO" (|èç|) e "EFECTUAR" (|èt|) e "PROJECTAR" (|èt|) e outros vocábulos similares, mas "PROJECTO" (|ét|) e "CORRECTO" (|ét|) já se encontram da forma a que estou acostumado, com "é" com acento agudo.
Auxiliai-me nisto, por favor. Muito obrigado pela vossa atenção.
Seria correto escrever «podes beber Coca-Cola, Pepsi, Sprite, chá ou café»? (só pode escolher um) ou temos que colocar ou entre todas as palavras, ou seja «podes beber Coca-Cola ou Pepsi ou Sprite ou ou chá ou café»?
Muito obrigado.
[...] [G]ostaria de vos transmitir a minha gratidão pelo excelente serviço que prestam no que se refere à defesa do verdadeiro português (hoje em dia tão frequentemente vilipendiado) em toda a sua riqueza de vocabulário, vertentes e matizes. Ultimamente, no âmbito da minha profissão de tradutor/revisor, tenho sido confrontado com uma crítica que me parece infundada. Apesar de ninguém me ter apresentado qualquer fonte fidedigna que possa servir de suporte a tal correção, também não consegui, até agora, encontrar qualquer argumento em contrário plasmado numa obra oficialmente reconhecida, pelo que apelo à vossa ajuda para garantir que me exprimo da forma mais correta possível.
Ao traduzir a expressão «establish connection to» (por exemplo, «establish connection to a different network»), utilizo por vezes a frase «estabelecer ligação com», à semelhança do que faço quando traduzo «establish connection with a different network» ou «connect to a different network». Acontece que, de vez em quando, recebo comentários que classificam tal expressão como sendo incorreta, indicando que a mesma deve ser substituída por «estabelecer ligação a». O argumento é sempre o mesmo: a regência do verbo ligar, no sentido de «unir/pôr em comunicação» implica que se utilize a preposição a. Apesar de concordar com o exposto relativamente ao verbo ligar, (uma vez que a utilização de com só é aplicável no sentido de «acender/pôr a funcionar»), não me parece que a regência no caso em apreço deva ser associada ao substantivo ligação, adotando as regras do verbo ligar, mas sim ao verbo estabelecer. Assim sendo, é óbvio que, ao telefonar a alguém, não posso «ligar com o destinatário», mas sim «ligar ao destinatário».
Quanto à expressão «estabelecer ligação com», não me parece que possamos aplicar o mesmo princípio, uma vez que entendo que a mesma implica reciprocidade, ou seja, quando «ligo» a alguém, o destinatário pode atender a chamada ou não, mas quando «estabeleço ligação com» alguém, a ligação concretiza-se, de facto. O mesmo acontece quando estabeleço laços, relações de amizade, acordos «com alguém» (e não "a alguém"). Por outro lado, se considerarmos a frase «O João liga-se (à Internet) com aquela rede operativa», também podemos presumir que o com na tradução de «establish connection with» é referente à utilização de um determinado meio (rede, etc.) para estabelecer a ligação. Contudo, existem muitas outras situações em que determinado termo pode ser interpretado de forma distinta, dependendo do contexto, o que não faz com que tais expressões devam ser abolidas (como é o caso de «os seus problemas», em que «seus» pode referir-se ao destinatário ou a terceiros).
Perante o exposto, agradeço que me confirmem se o meu raciocínio é correto, ou se, no caso em apreço, especificamente, a tradução «estabelecer ligação com» deve ser sempre substituída por «estabelecer ligação a».
Gostaria de saber se reenergizante é uma palavra válida na língua portuguesa.
Obrigada.
Senhores, primeiramente, deixo-lhes meus parabéns pelo excelente trabalho do portal. Leio costumeiramente as dúvidas aqui respondidas e sempre aprendo conteúdos novos e boas indicações de estudo.
No momento, estou em um "debate linguístico" que divide o grupo mais próximo de professores em torno da classificação do termo «sobre o assunto», no seguinte período: «A falta de informações dos habitantes sobre o assunto faz com que a cidade entre em pânico a cada notícia.» Há colegas de trabalho que alegam ser adjunto adverbial de assunto deslocado, logo, deve ser separado por vírgulas; outros, em menor número, não aceitam e explicam que não há qualquer relação do termo com verbo ou outros termos adverbiais, sendo um complemento nominal da palavra informação – tanto é assim que, segundo eles, pode-se omitir o adjunto adnominal «dos habitantes», para perceber melhor a complementação de sentido. Claro, para esse segundo grupo, não há de se pôr vírgulas para separar o referido termo.
Em [sua] opinião, qual é a classificação?
«Teria muito gosto de fazer parte da sua equipa» ou «teria muito gosto em fazer parte da sua equipa»?
[...] [E]m muitos dos [livros de Geshe Kelsang Gyatso traduzidos por certa editora brasileira] encontramos a expressão «caminho à iluminação» (ex. «O caminho à iluminação é um dos objetivos dos ensinamentos de buda.») ou, no caso de um dos títulos, encontramos Novo Guia à Terra Dakini. Tanto num caso como no outro, parece-me que a preposição correta a utilizar seria para, ou seja «caminho para a iluminação» e Novo Guia para a Terra Dakini. Gostaria de conhecer a vossa posição.
Obrigado.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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