Apesar da oração apresentada – «prefiro-vos não!» / «prefiro-vos, não!» – não se enquadrar na sintaxe normativa, o atrator da próclise, neste caso o advérbio não, se se encontrar depois do verbo, deixa de atrair o pronome para uma posição anterior ao mesmo. Esta é a regra.
Não obstante, ouve-se em português do Brasil expressões como «Sei não!». É o que observa Paul Teyssier, no seu Manual de Língua Portuguesa (Coimbra, Coimbra Editora, 1990, pág. 336):
«[...] Na linguagem popular repete-se muitas vezes a negação depois do verbo, p. ex.:
Ele veio? Não veio, não. [...] / Não sei, não. [...]
E, finalmente, suprime-se o primeiro não e fica (somente no Brasil):
Veio não. [...] / Sei não. [...]»
Note-se que esta construção não segue as normas, e, por isso, não está correta, mas, num contexto informal, pode acontecer ser utilizada.