O verbo testar, utilizado no sentido de «submeter a um teste», «colocar à prova», é transitivo direto, o que significa que as construções com este verbo terão realizações como as seguintes:
(1) testar alguém
(2) testar algo / alguma coisa
As preposições que são apresentadas como exemplo na questão (contra e para) estão relacionadas não com o verbo mas sim com o nome que é seu complemento direto, que, no caso apresentado, corresponde ao nome medicamento. Este nome pode ser regido pela preposição contra, tal como atesta o Dicionário de Regimes de Substantivos e Adjetivos, de Francisco Fernandes (Editora Globo, 1995). Assim, uma construção como a seguinte estará próxima dos casos referidos na questão:
(3) «O laboratório testou um medicamento contra a alergia.»
A expressão testado contra virá, julgamos nós, da construção passiva a que afirmações desta natureza são muitas vezes submetidas, uma vez que permitem alguma impessoalidade nas afirmações:
(4) «Um medicamento contra a alergia foi testado (pelo laboratório). / Foi testado um medicamento contra a alergia (pelo laboratório).»
O valor básico da preposição contra é o de oposição, «introduzindo um constituinte que denota uma entidade, material ou abstrata, humana ou não humana, à qual se opõe outra entidade (representada por um constituinte da frase)» (Raposo et al, Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, p. 1559). Neste contexto, uma expressão como «medicamento contra a alergia» significa que o medicamento se opõe à alergia, procurando impedi-la.