Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório
Maria da Conceição Martins Professora Almada, Portugal 12K

Gostaria de saber se podemos colocar vírgula a seguir a um complemento direto, quando este inicia a frase, como por exemplo na seguinte frase: «O livro, deu-lhe ele.»

E poderá acontecer o mesmo com o complemento indireto?

Muito obrigada.

Mai Lakes Escritor Recife, Brasil 4K

Na seguinte frase o uso de preposição a ou em antes de «altas horas» é obrigatório?

«Fotos de alta qualidade até mesmo altas horas da noite.»

«Fotos de alta qualidade até mesmo a altas horas da noite.»

Pergunto, porque acreditava que a elipse da preposição era permitida e recorrente em casos nos quais a circunstância adverbial fica clara pelo contexto, mas fui informada de uma regra que diz que o uso da preposição é obrigatório para evitar ambiguidade entre tempo contínuo e um período determinado de tempo. Essa regra procede e se aplica ao contexto acima?

Sofia Carvalho Estudante Lisboa, Portugal 20K

No excerto do texto

«A outra circunstância é altamente importante, e modifica radicalmente a maneira como Orpheu tem sido visto. Na verdade, após essa revista e outras igualmente efémeras (ou que não chegavam sequer à informação da grande imprensa e ao público em geral), o Modernismo foi longamente ofuscado pela continuidade literária anterior»

«Orpheu» e «essa revista» podem constituir um caso de coesão lexical por substituição, sendo «revista» um hiperónimo de «Orpheu»? Ou a presença do determinante demonstrativo «essa» inviabiliza esta hipótese. Se assim for, será um caso de coesão gramatical referencial por correferência? Se sim, porquê?

Muito agradeço, antecipadamente, a vossa resposta.

Lanito Molita Estudante Lisboa, Portugal 75K

Tenho uma dúvida suscitada por um amigo meu brasileiro.

Esse meu amigo referiu há uns dias que, no Brasil, a frase «estou fascinado pelo arco-íris» é considerada pouco apropriada para um texto erudito. Isto por muitos escritores brasileiros considerarem que a contração pelo, que é resultado da aglutinação da antiga preposição per com o artigo ou pronome lo ou resultado da aglutinação de por e o, é informal e deve ser substituída por «por o», ficando: «Estou fascinado por o arco-íris.»

Eu, que sou português, pergunto agora se aqui em Portugal se segue similar ideia. O que será mais conveniente para um texto erudito do português europeu?

«Estou fascinado pelo arco-íris», ou «Estou fascinado por o arco-íris»?

Desde já agradeço a atenção dispensada.

Raul Santos Engenheiro de Software Almada, Portugal 14K

Oiço cada vez mais a expressão «faz-me sentido» com a intenção de dizer algo como «penso que faz sentido». Creio que esta utilização não está correcta[*], pois «faz-me sentido» significaria que me teriam feito ou dito algo que me magoou, que me deixou "sentido".

Infelizmente, os meus conhecimentos de gramática e afins estão muito ferrugentos e não consigo justificar a minha opinião na totalidade. Será que me podem esclarecer?

Muito obrigado. 

[* Manteve-se a grafia correcta, anterior à norma ortográfica em vigor.]

Francisco Neves Estudante universitário Porto, Portugal 4K

Como estudante universitário, decidi comprar dois exemplares de Alice no País das Maravilhas traduzidos por duas tradutoras diferentes. No seguimento da leitura destes livros, deparei-me com umas dúvidas relativas à pontuação.

Em primeiro lugar, está correta a frase «Alice começava a aborrecer-se imenso de estar sentada à beira-rio com a irmã, sem nada para fazer: espreitara uma ou duas vezes para o livro que a irmã lia, mas não tinha gravuras nem diálogos»? Está correcto o uso da preposição de, ao invés da preposição por, que, no meu ver, me parece ser mais correta? E o uso dos dois pontos?

Em segundo lugar, tendo por base a frase «Em primeiro lugar, tentou lobrigar qualquer coisa lá em baixo e perceber para onde ia, mas estava demasiado escuro; depois, olhou para as paredes do poço...», não seria mais correto reformulá-la da seguinte maneira: «Em primeiro lugar, tentou lobrigar qualquer coisa lá em baixo e perceber para onde ia. Mas estava demasiado escuro; depois, olhou para as paredes do poço...»?

As minhas dúvidas prendem-se, pois, com a pontuação, as preposições e os sinais de pontuação que acompanham a conjunção mas.

Grato pela atenção.

João Paulo Reis Estudante Florianópolis, SC, Brasil 9K

Quais das duas seguintes formas estão corretas?

a) "Analisando-se os autos, verifica-se que (...)";

b) "Analisando os autos, verifica-se que (...)".

A segunda forma é usada com frequência. Se ela está correta, por qual razão dispensa o uso da partícula "se"?

Grato.

Patrícia Costa Assistente administrativa Lisboa, Portugal 19K

Relativamente ao verbo restringir, consultei a vossa resposta em 16/04/2004, mas não fiquei esclarecida.

Restrito é exclusivamente um adjetivo? Ou seja, dizer algo como «o acesso foi temporariamente restrito» está errado?

Muito obrigado e cumprimentos.

Adriana Rosales Pérez Estudante Cidade do México, México 3K

Como se diz [em espanhol] terna em português? Ou seja, o conjunto de três candidatos para realizar um trabalho. Existe o conceito?

Luís Machado Bibliotecário Coimbra, Portugal 3K

O termo monotético parece fazer parte do vocabulário do português do Brasil, (significando «uma classificação que utiliza apenas um critério diferenciador»1) assim como da língua inglesa (monothetic: "That assumes or is based on a single essential element or idea"2).

Haverá alguma expressão, no português de Portugal, com significado similar?

1 Dicionário Informal, em linha.

2 Oxford English Dictionary, em linha [tradução livre da frase em inglês: «que supõe ou é baseado num único elemento ou ideia essenciais»]