Não encontrámos registos de usos normativos da expressão «Faz-me sentido», usada como equivalente a «ter significado (para mim)», «ser compreensível (para mim)» ou «ser lógico (para mim)». A expressão a que se recorre comummente para expressar este valor é «Faz sentido» (cf. Dicionário Houaiss). Se o locutor quiser reforçar a ideia de que está a expressar uma avaliação estritamente pessoal, poderá dizer «faz sentido para mim».
Acresce ainda que o verbo fazer pode ter usos pronominais que se associam a diferentes sentidos, como:
(i) “agir livremente, segundo o seu próprio arbítrio”: «na calada da noite, eles fizeram-se e hoje estão ricos»;
(ii) “espalhar-se por completo”: «fez-se silêncio»;
(iii) “ficar reduzido a”: «o copo fez-se em pedaços» (sentidos e exemplos retirados do Dicionário Houaiss).
Os dicionários não apontam, porém, um valor semelhante ao que se pretende transmitir com o uso pronominal em «faz-me sentido».
Assim, pelo que ficou exposto, a opção mais adequada ao que se pretende afirmar será «(não) faz sentido (para mim)».
Relativamente ainda à interpretação que o consulente faz de sentido, usado como adjetivo com o valor de “está magoado com alguém ou alguma coisa” (Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea), diga-se que as expressões mais comuns para exprimir este valor são «ficar sentido» ou «deixar alguém sentido». Logo, a ser usada com este significado, a expressão em causa também não corresponde a um uso normativo.
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