Complemento indireto no português coloquial de Angola
Aqui em Angola, ocorre, tanto na linguagem oral como na escrita, um fenómeno linguístico que consiste em começar a frase com sujeito indeterminado e no final dela explicitar o sujeito começando com a preposição em.
Exs.:
*Lhe bateram no João.
*Vão ralhar na Mingota.
*Roubaram o teu arroz no Joaquim.
É bem provável que essas construções estejam erradas do ponto de vista normativo, mesmo assim, gostaria de saber uma possibilidade de análise sintáctica, principalmente a do sujeito iniciado por em («no João», «na Mingota», «no Joaquim»). Uma hipótese que melhor descreveria esse fenómeno, qual seria?
Muito obrigada!
«Matar com ferro» e «matar à paulada»
Estou a fazer uma tradução e, com base na máxima «com ferro se mata, com ferro se morre», surgiu-me a seguinte dúvida: posso dizer «matou uma a ferro e outra à fome», ou terei mesmo de dizer «matou uma com o ferro e outra à fome»?
Matar pede a preposição a apenas em frases como «matou à fome», «matou à pancada», «matou à paulada», ou pode ser extensível a outros casos que não encontro na net nem em livros?
Reconhecido pela atenção dispensada, despeço-me com respeitosos cumprimentos.
Uso coloquial: «deixa eu ver»
Por motivos familiares, convivo frequentemente com brasileiros, todos eles com cursos superiores. Uma das frases que pronunciam repetidamente e que me choca bastante é «deixa eu ver», «deixa eu fazer».
Já tentei explicar que a frase está mal construída. Inutilmente. É de tal forma que até eu já tenho dúvidas!
Estas construções estão efetivamente erradas?
Agradeço os vossos sempre úteis esclarecimentos
Esbulhado
O adjetivo esbulhado pode selecionar a preposição com, reger a preposição com?
«Sentiu-se esbulhado com o que houve.»
E nesta frase:
«O Imperador viu-se esbulhado de reinar com este ato.»
Nesse caso, a preposição com refere-se a que constituinte frasal? Não será igualmente regida por esbulhado como se dá à preposição de?
Muito obrigado ao vosso excelente trabalho!
O verbo logar-se
Gostaria de saber a regência verbal de logar(-se): "logar(-se) em" ou "logar(-se) a"?
Deslassar e deslaçar (maionese)
A maionese pode deslassar ou deslaçar, ou ambas? Fica frouxa, logo deslassa, ou perde a consistência que já tinha e, portanto, deslaça?
Obrigada. Obrigada também pelo vosso excelente trabalho.
A posição e o significado do adjetivo último
Na frase «A linguagem é o recurso último e indispensável do homem», se o adjetivo destacado for deslocado para antes do substantivo recurso («último» recurso), haverá alteração de sentido frasal?
Há diferença semântica entre «último recurso» e «recurso último»? Se sim, qual?
Muito obrigado!
O topónimo Carapinha
Qual a origem e qual o significado de Carapinha, no concelho de Tábua?
«Convidar a» e «convidar para»
Há alguma diferença entre «convidar para» e «convidar a»? Se sim, quando devemos usar esta expressão e quando devemos usar aquela? Estou particularmente interessado neste caso: «Convidou-me a escrever um livro» ou «Convidou-me para escrever um livro»?
Muito obrigado.
Oração reduzida de infinitivo: «sem se ver»
No verso de Camões «Amor é um fogo que arde sem se ver», seria correto dizer que «sem se ver» seria um adjunto adverbial de modo?
Quer dizer: o modo como se arde é «sem se ver» (ou no caso, com o pronome apassivador se = arde sem ser visto).
Seria «sem se ver» um adjunto adverbial de modo (termo acessório) do predicativo «arde»?
Poderiam me responder por enorme gentileza?
Obrigado.
