A precedência não se deve a uma intenção ortográfica, mas, sim, referencial (pragmática), isto é, num adjetivo composto de nomes pátrios aparecerá primeiro o adjetivo a que se quer dar mais relevo por alguma razão prática relacionada com o mundo extralinguístico.
Por exemplo, quando se refere um acontecimento desportivo entre seleções nacionais e o país de uma delas é o anfitrião do jogo, este aparece anunciado primeiro. Imagine-se um caso como Portugal-Turquia, donde se infere «jogo luso-turco?, porque o jogo decorre em Portugal (ver aqui).
Na Gramática do Português (Fundaçáo Calouste Gulbenkian), confirma-se o que antes se disse:
«A escolha da ordem [neste tipo de compostos] pode ser condicionada por questões pragmáticas, por exemplo em pacto luso-francês realçar-se-á a posição de Portugal e em pacto franco-português, a de França.»
Sendo assim, supondo que se fala de um «encontro franco-italiano», é possível (não é forçoso, porém) que esse encontro tenha lugar em França ou que seja organizada por franceses ou que seja predominantemente francês. Se o composto for ítalo-francês sugere-se a situação contrária: destaca-se por algum motivo a participação italiana.