Pouco há acrescentar ao diagnóstico competente apresentado na questão.
O tipo de oscilações que ocorrem nos casos de «forma sonata» e «forma rondó» parece ocorrer também, por exemplo, nas formas homólogas do italiano (salvaguardada a devida distância, porque esta língua tem uma ortografia bastante diferente da do português). Com efeito, a Enciclopédia Treccani aceita, para o italiano, duas grafias para «forma sonata» – com e sem hífen. Sendo assim:
a) se em «forma sonata» e «forma rondó» as palavras sonata e rondó forem analisadas como apositivas, dispensa-se o hífen;
b) no entanto, não é impossível a hifenização de modo a assinalar que se trata de um composto em que sonata e rondó perderam a função apositiva e, em associação com forma, constituem já unidades com sentido próprio.
Quanto a rondó-sonata, o hífen justifica-se porque se trata da associação de dois substantivos que se coordenam para formarem uma unidade lexical (composto) e gráfica que denota um género híbrido ou uma peça que concilia as duas formas.
Note-se, ainda, que o Dicionário Houaiss regista também como subentrada a sonata a expressão «sonata forma», também sem hífen, tal como acontece à forma «forma sonata» (subentrada a forma, no referido dicionário). Além disso, tendo em conta as observações do consulente, a sequência «forma rondó-sonata» configurará apenas um caso de aposição (para especificação) de rondó-sonata a forma. Daqui se infere que não se justifica um hífen extra e que, não podendo legitimar-se «forma-rondó-sonata», se deve aceitar «forma rondó-sonata».