Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Orações
Maria Luísa Toscano Professora do 1.º ciclo Lisboa, Portugal 8K

Segundo o Dicionário Terminológico, na frase «Eu quero fumar», considera-se que o sujeito é nulo. Será possível dar uma explicação mais pormenorizada sobre isto?

Muito obrigada.

Sara Pedro Formadora Fafe, Portugal 13K

É frequente assinalar-se o que do verso «Que eu canto o peito ilustre lusitano» como causal.

No entanto, na pergunta 31 499, o que do exemplo «Empresta-me o teu dicionário, que deixei o meu em casa» é classificado como explicativo.

Não são as duas frases semelhantes? Nesse caso, poderíamos classificar a oração desse verso d´Os Lusíadas como explicativa?

Confesso que a noção de orações coordenadas explicativas aplicada a estes dois exemplos me causa alguma dificuldade. Compreendo perfeitamente o exemplo dado no Dicionário Terminológico, mas não tenho a certeza.

A indicação, dada em várias fontes, de que a coordenada explicativa não pode ser colocada no início da frase não está, por outro lado, de acordo com a explicação dada a uma pergunta já de 1/03/2007, com o título A função do que. Nessa questão, é apresentado o exemplo da frase «passámos a tarde debaixo do chapéu, que o calor era insuportável», tendo sido sugerida a classificação da oração iniciada por que como subordinada causal. Ora, não me parece que esta oração pudesse iniciar a frase: *«que o calor era insuportável, passámos a tarde debaixo do chapéu».

Agradeço, desde já, a vossa resposta e todo o trabalho que têm vindo a realizar.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 5K

Na resposta sobre o tema suprarreferido, afirmou-se:

«c) mas, se articularmos duas orações, sem que estas se encaixem numa frase matriz para aí desempenharem a função de sujeito (p. ex., «Eles cometeram pecados e têm vícios»), não falamos em sujeito composto, porque cada oração tem o seu próprio sujeito, eventualmente indeterminados, apesar de correferentes, como ocorre em «pensa-se e diz-se», cujos sujeitos são indeterminados.»

A frase comentada é a seguinte: «Pensa-se e diz-se que é possível que haja vida noutros planetas.»

Penso que não haja aí sujeitos indeterminados, mas sujeitos oracionais representados pela frase «que é possível», sendo «que haja vida noutros planetas» também sujeito oracional de «é possível».

Trata-se, em meu entender, de um interessante encadeamento de orações com vínculo sintático com «pensa-se» e «diz-se».

Peço ao professor Carlos Rocha a fineza de comentar.

Obrigado.

Luiz Mendes Engenheiro Luanda, Angola 4K

Qual a forma correcta?

1 – «entendemos estar preparados»,

ou

2 – «entendemos estarmos preparados»?

André Cunha Funcionário público Funchal, Portugal 5K

Li, com muito interesse, a peça de Sandra Duarte [intitulada "Apresente-se sem nódoas linguísticas!"].

Apesar disso, no final, fiquei com dúvidas sobre a regência de preocupar-se e sobre a colocação do pronome reflexo em «se apresentar»: «Por conseguinte, preocupe-se não só em construir um bom CV, mas também em se apresentar com rigor e sem nódoas linguísticas!»

Agradecia a vossa prestimosa opinião.

Obrigado.

Marina Ferreira Tradutora São Paulo, Brasil 8K

Sempre tenho dúvidas em relação a construções com os verbos assegurar, garantir e certificar, especialmente quando precedidos do verbo dever.

«Deve-se assegurar que os programas são compatíveis», ou «deve-se assegurar que os programas sejam compatíves»?

«Dessa forma, garante-se que isso será feito», ou «garante-se que isso seja feito»?

«Certifique-se de que a avaliação seja feita», ou «de que a avaliação será feita»?

Indicativo, ou subjuntivo?

Obrigada!

Filipa Carvalho Documentalista Lisboa, Portugal 3K

Mediante a seguinte construção frásica, em que idealmente deviamos ter duas preposições diferentes, por qual devemos optar?

"À", "da", ou nenhuma delas, enunciando somente o lugar onde?

(chegar à) – «com partida e chegada à cidade do Porto»;

(partir da) – «com partida e chegada da cidade do Porto»;

(lugar onde) – «com partida e chegada na cidade do Porto».

Agradeço muito a atenção dispensada e o auxílio na nossa tão difícil língua portuguesa.

Amanda Cavalcanti Professora São Paulo, Brasil 83K

Para mim está claro o uso formal de quereria em orações subordinadas, por exemplo: «Se eu pudesse querer alguma coisa, quereria viajar.»

Tenho dúvidas no caso das solicitações: «Eu quereria falar com você.»/«Eu queria falar com você.»

Embora o uso da língua consagre a segunda opção, normativamente a primeira está correta? Ou este não é um caso de uso do futuro do pretérito e, sim, do imperfeito com sentido de atenuação?

Obrigada!

Daniela Figueira Professora Porto, Portugal 3K

Na frase «Eu como fruta e bebo água porque me faz bem à saúde», a oração «Eu como fruta» é coordenada, a oração «e bebo água» é coordenada copulativa, e «porque me faz bem à saúde» é subordinada causal.

A minha questão é: a oração subordinante não existe? Esta oração está subordinada a uma oração coordenada?

Obrigada, desde já, pela atenção dispensada.

Maria Luísa Santos Estudante Almada, Portugal 14K

Venho pedir os vossos esclarecimentos para a correcta utilização das palavras trajeto e trajetória. Julgo que são sinónimas, mas interrogo-me sobre a pertinência de uso de uma ou de outra. 

Obrigada!