Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Coesão/Coerência
Paulo Ricardo dos Santos Gonçalves Professor Rondonópolis, Brasil 3K

O advérbio principalmente pode ser utilizado como um tipo de operador argumentativo?

Veja a frase:

«Cada porta fechada aumenta essa insegurança e sensação de impotência, principalmente no cenário atual que nos prende em um ciclo de rejeição.»

Obrigado.

Mayara Gomes Estudante Fortaleza, Brasil 2K

Quando nos referimos à palavra família, no caso abaixo, pode-se usar o masculino (para eles), como por exemplo: «Cuidamos de nossa família e fazemos questão de protegê-la. Sabemos que, para eles, é importante nos ver com saúde […]»?

Suellen B. Pedrosa Autônoma Ribeirão Preto, Brasil 32K

Estou estudando os cinco tipos de coesão (coesão referencial, coesão lexical, coesão por elipse, coesão sequencial e coesão por substituição) e já me deparei com dúvidas, pois os termos se repetem.

Na coesão referencial, por exemplo, ela pode ser anáfora, catáfora, elipse (que aparentemente é a mesma coisa que coesão por elipse) e reiteração (que também pode ocorrer na coesão lexical). Na coesão lexical, pode ser reiteração (como citado acima), substituição (que aparentemente é o mesmo que coesão por substituição) e contígua.

Falta-me apenas eu estudar a coesão sequencial, que ainda não tive tempo.

As referências acima procedem ou estão incorretas? Se está correto, por que se informa haver cinco tipos de coesão, quando três delas são situações que ocorrem em outros tipos de coesão?

José de Vasconcelos Estudante Foz do Iguaçu, Brasil 2K

Como se deve dizer: «Tanto antigamente como modernamente se dizia», ou «se diz»?

Muito obrigado!

Ana L. P. Cavalheiro Professora Pelotas, Brasil 1K

Gostaria de saber como funciona a obrigatoriedade ou não dos pronomes o ou a, ou seja, se é obrigatório o uso, conforme estes exemplos:

– Conheces estes livros?

– Não, não conheço.

ou:

– Conheces estes livros?

– Não, os não conheço.

 

Obrigada.

Joabe Demétrio Contador João Pessoa, Brasil 29K

Estou estudando a coesão lexical e me deparei com uma contradição: alguns afirmam que esse tipo de coesão se dá por reiteração e substituição e outros, por reiteração e contiguidade.

Afinal, como ocorre a coesão lexical? Apenas por reiteração e substituição, ou também por contiguidade?

Obrigado.

Geobson Freitas Silveira Agente público Bela Cruz, Brasil 5K

Confesso que já procurei em algumas gramáticas referências sobre um possível uso da locução "uma vez que' como temporal mas sem sucesso.

Assim peço a vocês esclarecimento sobre o fato até porque é algo muito comum, corriqueiro de se ouvir ou mesmo ver construções do tipo:

1) Uma vez que chega o inverno, ele se retrai no interior de sua casa.

2) Uma vez que tomares este remédio, sentirás um intenso alívio.

3) Uma vez que a tocar, comece a dançar.

De fato, a norma culta alberga tais construções? Algum gramático faz referência? Algum dicionário ?

Desde já, bastante grato.

José de Vasconcelos Estudante Foz do Iguaçu , Brasil 4K

O relativo que não é referido como pronome anafórico. Porquê não? Há alguma gramática que o dê como anafórico e indique a sua necessidade para a coesão frásica?

O complementador que, quando introduz relativas adjetivas, recupera o antecedente. Seria possível relacionar o complementador que com a coesão frásica?

 

Muito obrigado!

Sara Dias . Portugal 2K

Em geral, gostaria de saber quando é possível substituir o Infinitivo Composto pelo Infinitivo Simples, mantendo o sentido da frase.

Sei que esta pergunta já foi respondida antes no Ciberdúvidas: «Trata-se da possibilidade da substituição de uma forma pela outra– de "intercambialidade", como se sugere na pergunta –,sem incorrer em incorreção ou alteração significativa no significado da frase. O infinitivo simples (IS) pode substituir o infinitivo composto (IC), mas a inversa não é sempre possível.»

No entanto, há casos em que me parece que a substituição do Infinitivo Composto pelo Infinitivo Pessoal altera o sentido da frase, ou cria, até, frases agramaticais (26). Fico por isso na dúvida se a resposta do Ciberdúvidas que transcrevi tinha um caráter geral. Tinha?

No caso concreto das frases 1 a 4, penso que 1 e 2 têm sentidos semelhantes, mas 3 e 4 não. Qual é a razão para nos casos 1 e 2 ser possível fazer a substituição (caso seja) e nos casos 3 e 4 não (caso não seja)?

(1) Foi bom termos tido essa reunião. (2) Foi bom termos essa reunião.

(3) É bom termos tido essa reunião. (4) É bom termos essa reunião.

Quanto aos seguintes pares de frases, consideram que têm o mesmo sentido? Quais são as regras que permitem (ou não) realizar a substituição de um tempo por outro?

(5) Espero desligar o gás. (6) Espero ter desligado o gás.

(7)No caso de não poderes vir, telefona-me. (8)No caso de não teres podido vir, telefona-me.

(9) Até ele ficar bem, não me irei embora. (10) Até ele ter ficado bem, não me irei embora.

(11) Em vez de terem ido ao mercado, podiam ter ido à praia. (12) Em vez de irem ao mercado, podiam ter ido à praia.

(13) Depois de acabares os trabalhos de casa, podemos ver televisão. (14) Depois de teres acabado os trabalhos de casa, podemos ver televisão.

(15) Apesar de o tempo ter estado péssimo, foram passear. (16) Apesar de o tempo estar péssimo, foram passear.

(17) Apesar de terem tido muito dinheiro, são discretos. (18) Apesar de terem muito dinheiro, são discretos.

(19) Lamento não terem assistido à reunião. (20) Lamento não assistirem à reunião.

(21) Lamentei não teres vindo à festa. (22) Lamentei não vires à festa.

(23) Não vás para a rua sem pores o casaco. (24) Não vás para a rua sem teres posto o casaco.

(25) É provável já se terem conhecido na última reunião. (26) É provável já se conhecerem na última reunião.

Uma vez mais, agradeço o ótimo serviço prestado e a atenção dispensada.

Miguel Jesus Estudante Setúbal, Portugal 3K

Pergunta bastante simples. Nos nomes «Padre António Vieira» na linha 2 e «jesuíta» na linha 5, temos presente coesão lexical ou coesão gramatical referencial, ou correferência não anafórica?

«Mais do que um livro de pregação, que o próprio

não quis fazer, os Sermões do padre António Vieira

estão cheios de referências biográficas. A inveja e a ingratidão

da pátria, a defesa dos índios e dos judeus, a missionação

e a diplomacia exercidas pelo jesuíta do século XVII estão

presentes ao longo desta obra, que a partir de hoje terá

uma nova edição crítica a Sermão de Santo António

aos Peixes, Sermão do Bom Ladrão, Sermão da Sexagésima.»