Gostaria que me esclarecessem relativamente à classificação do sujeito da seguinte frase:
«Está a acontecer um pouco por todo o lado, mas sobretudo em livros.»
A minha primeira resposta foi sujeito nulo indeterminado («algo está a acontecer»), mas surgiu depois a dúvida relativamente à possibilidade de poder tratar-se de um sujeito nulo subentendido.
A frase pertence ao texto cujo link disponibilizo [aqui].
Antecipadamente grata.
O uso de e e «além disso», seguidos, na mesma oração, é correto?
Exemplo: «fulano disparou com a arma de fogo e, além disso, estourou uma bomba.»
Desde já, agradeço a atenção.
Antes de mais, parabéns pelo excelente trabalho desenvolvido!
Tenho uma questão... no excerto:
«Portugal tem dois vizinhos: o oceano Atlântico e a Espanha. Um deles foi visto durante muito tempo como uma opção arriscada, traidora e perigosa, o outro era líquido.»
Numa questão apresentada em aula, considerou-se que, ao recorrer a "um deles" e a "o outro", se punha em evidência a coesão interfrásica.
Esta análise é a correta? Se sim, por que razão?
Muito obrigada pela atenção dispensada!
Em certos tipos de textos jurídicos é costume utilizar alíneas como no seguinte exemplo (enumeração de factos):
«1. Factos Provados 1.1 Da acusação a) No dia 31 de janeiro de 2023 coloquei uma dúvida ao Ciberdúvidas; b) [...]?
Sucede, por vezes, que o número de itens é tão elevado que se dão várias "voltas" ao alfabeto, chegando-se, por exemplo à alínea zzzzzzz).
Este tipo de situações, para além de parecerem algo ridículas, suscitam dificuldades de formatação nos processadores de texto e geram alguma confusão nas remissões para as alíneas, dando azo a lapsos e retirando a utilidade prática às remissões, que utilizo sobretudo quando o texto das alíneas é de alguma extensão para poupar repetições.
Exemplo: «Como se diz na alínea zzz) [...]; Na alínea yyyy lê-se [...]; Remete-se aqui para a alínea ffff), etc.»
Haverá alguma outra maneira correta de designação dos itens de modo a evitar dar tantas "voltas" ao alfabeto?
Agradeço a atenção dispensada.
No meu trabalho escrevo bastante, e tenho vindo a deparar-me com um dilema, cuja resolução não me agrada.
Aprendi que o sujeito é de indicação obrigatória em qualquer frase, mas, francamente, esse cuidado não só me parece desnecessário como, no mesmo parágrafo, pode dificultar o ritmo da leitura e da motivação em ler. Poderiam esclarecer?
Obrigada.
Venho pedir a vossa ajuda para perceber as possíveis estratégias de coesão presentes no uso do pronome a (em «a sinto») na frase «Escrevi esta carta com sinceridade e é com sinceridade que a sinto». Este pronome constitui um exemplo de coesão gramatical referencial por anáfora.
A minha dúvida é se pode ser também um caso de coesão gramatical frásica, por ser o complemento direto de um verbo e estar no feminino singular.
Muito obrigada pela vossa ajuda.
Eu dou aulas de Português como Língua Não Materna (PLNM).
Num texto aparece o seguinte:
«Eu sou o Rui e vivo com os meus pais, os meus avós e as minhas duas irmãs mais velhas»
No segundo parágrafo surge o seguinte:
«Eu estou no meu quarto a jogar às cartas e a minha irmã mais nova está a estudar no quarto dela.»
Provavelmente o narrador queria referir que essa é a irmã mais nova das duas irmãs mais velhas... Contudo, é correto exprimir essa ideia dessa forma?
Quem lê o texto é induzido em erro, pensando que o narrador, na verdade, tem três irmãs, referindo-se à mais nova...
Qual o tipo de coesão na frase «Escorregam da mente criativa de Fernando e foram batidos à máquina tingindo o papel de onde nunca saíram»?
Obrigada.
Considere-se o seguinte excerto:
«O único viajante com verdadeira alma que conheci era um garoto de escritório que havia numa outra casa, onde em tempos fui empregado. Este rapazito coleccionava folhetos de propaganda de cidades, países e companhias de transportes; tinha mapas – uns arrancados de periódicos, outros que pedia aqui e ali –; tinha, recortadas de jornais e revistas, ilustrações de paisagens, gravuras de costumes exóticos, retratos de barcos e navios. Ia às agências de turismo, em nome de um escritório hipotético, ou talvez em nome de qualquer escritório existente, possivelmente o próprio onde estava, e pedia folhetos sobre viagens para a Itália, folhetos de viagens para a Índia, folhetos dando as ligações entre Portugal e a Austrália.»
O segmento textual «Este rapazito coleccionava folhetos de propaganda de cidades, países e companhias de transportes» evidencia o respeito por que princípios da coerência textual? Respeita todos os princípios do mesmo modo; ou, por outro lado, um especialmente, em particular (por exemplo, o da relevância ou o da não contradição, em havendo a necessidade de se elencar só um)?
Muito obrigado.
Na sequência de frases:
«Inês detesta a vida doméstica. Costurar, bordar e fiar são tarefas que a deixam insatisfeita e revoltada.»
o processo de referenciação anafórica assegurado pela expressão «costurar, bordar e fiar» é anáfora por substituição de holónimo por merónimo, ou anáfora por substituição de hiperónimo por hipónimo?
«Vida doméstica» é holónimo ou hiperónimo?
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