Existem vários tipos de coesão, que importa distinguir:
(i) coesão lexical: assenta nas relações que as palavras estabelecem por partilharem traços semânticos idênticos, que lhe permitem estabelecer relações de hierarquia (hiperónimo-hipónimo), de parte-todo (holónimo-merónimo), sinonímia e antonímia:
(1) «O escritor publicou um livro. O autor dedicou-o à mãe.»
(ii) coesão referencial: assenta na relação gramatical entre dadas formas linguísticas que têm a capacidade para apontar para expressões que já apareceram no texto ou que aparecem mais à frente; a anáfora ou a catáfora são processos que estabelecem a coesão referencial, assim como a elipse:
(2) «O João chegou. Ele vem cansado.»
Neste quadro, as expressões «coesão referencial, coesão por elipse e coesão por substituição estarão todas incluídas no mesmo quadro da coesão referencial.
(iii) coesão interfrásica: assenta em processos gramaticais que estabelecer relações entre segmentos frásicos. Os conectores são as unidades que tipicamente asseguram este tipo de coesão:
(3) «Primeiro, abriu as portas. Depois, deu início à palestra.»
A coesão sequencial corresponderá a ao tipo de coesão aqui descrito.
(iv) coesão temporal: assenta nos processos de sequencialização temporal que contribuem para a ordenação temporal e relativa das situações descritas nos enunciados. Os tempos verbais e os advérbios de tempo asseguram, por excelência, este tipo de coesão:
(4) «Estudei muito durante o dia de ontem e hoje o teste vai correr bem.»
(v) coesão frásica: assenta nos mecanismos que asseguram a ligação correta entre os elementos linguísticos. As preposições, por exemplo, asseguram este tipo de coesão:
(5) «Gosto de falar com as pessoas.»
Disponha sempre!