Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Coesão/Coerência
Antonio Lima Professor Bonito-PA, Brasil 21K

A conjunção aditiva e apresenta valores semânticos, como adversidade («mas», porém»), conclusão /consequência («portanto, por isso, então»). Além desses, alguns estudiosos dizem que o e pode apresentar:

1) Sequenciação temporal, quando ligar dois eventos sucessivos: «depois da discussão, Maria fechou o rosto e João foi para o quarto em seguida» (Fernando Pestana).

2) Finalidade: «Ia telefonar-lhe e (=para) desejar-lhe parabéns.»

3)) Condicional: segundo a estudiosa Cilene Rodrigues (PUC-RJ) no artigo "No escape from syntax! das (in)subordinadas condicionais entonacionais", A) «Você publica este artigo, e sua carreira vai para o brejo» seria equivalente a frase B) «Se você publicar este artigo, a sua carreira vai para o brejo.»

#1) Gostaria de saber se estes três valores semânticos já são aceitos pelos gramáticos?

#2) E se há algum outro valor semântico dessa conjunção e além desses ?

#3) Com relação ao sentido de condicional, vocês concordam?

No Google acadêmico só achei esse trabalho sobre o assunto. Nunca tinha lido sobre esse valor condicional.

Grato pela resposta. Parabéns pelo belo trabalho de vocês.

Cláudio Silva Técnico Compras Gondomar, Portugal 2K

Relativamente à seguinte frase:

«No momento imediatamente anterior à execução de um pontapé de saída pela equipa visitante, na sequência da obtenção de um golo pela equipa visitada, os árbitros apercebem-se que esta se encontrava a jogar com um jogador a mais.»

O esta (apercebem-se que esta) está a mencionar a equipa visitante ou a equipa visitada? E quais os termos técnicos que suportam essa mesma resposta?

Obrigado.

Cristina Castro Professora Porto, Portugal 2K

«[...] Ao todo, os cientistas da Universidade de Quioto dissecaram o cérebro de 51 cobaias humanas. Dissecar, neste caso, significa sujeitar 26 mulheres e 25 homens a exames psicológicos e neuronais. Os primeiros tiveram como referência a Escala de Felicidade Subjetiva – inventada por Lyubomirsky e Lepper em 1999 e que até hoje é usada pelos psicólogos. O instrumento serviu para medir o grau de felicidade geral de cada um dos objetos das experiências e quão intensamente foram capazes de sentir as emoções – tanto as negativas como as positivas. A esses objetivos acrescentou-se o nível de satisfação com as próprias vidas. Os segundos testes envolveram o uso de um aparelho de ressonância magnética, que captou as imagens do cérebro de cada um dos participantes. E os mais felizes, concluem os autores do estudo, tinham sempre mais massa cinzenta naquela área do cérebro [....].»

Pergunta: os vocábulos «cobaias humanas», «26 mulheres e 25 homens» e «participantes» mostram a presença de um mecanismo de:

A – coesão lexical.
B – coesão referencial.
C – coesão temporal.
D – coesão interfrásica.

 

Carolina Monteiro Estudante Lisboa, Portugal 9K

Nas frases «O colégio de carcavelos é o melhor. Passei lá sete anos da minha vida.» o advérbio de lugar tem função de coesão referencial ou interfrásica?

Carlos Martínez Sánchez Tradutor e intérprete Múrcia, Espanha 3K

Tenho uma dúvida sobre esta frase, a qual julgo que está mal construída. Não sei o que quer dizer: «É tão cedo ainda e já tão tarde o que sei.»

Aparece na canção "No dia seguinte", interpretada por Paulo Brissos (Festival RTP da Canção 1993), com letra de Nuno Gomes dos Santos e música de Jan Van Dijck.

Contexto: «Era tão certo o amor que eu inventei/Estava tão perto e, mesmo assim, não sei/Se fui eu que bebi demais, se fui eu que entornei/Este copo de água da sede que não matei/Se fui eu que bebi demais, se fui eu que entornei/Este copo de água da sede que não matei/É tão cedo ainda e já tão tarde o que sei.»

Obrigado.

Elsa Feliciano Santos Professora Torres Vedras, Portugal 3K

Na frase «E agora, se me permitem, vou falar um pouco da obra em apreço.», o advérbio agora contribui para a coesão temporal, ou para a coesão interfrásica?

Maria João Dias Estudante Porto, Portugal 6K

Gostaria de saber se os advérbios certamente, efetivamente, realmente e decerto pertencem à subclasse dos advérbios de afirmação.

Obrigada.

João Pimentel Engenheiro Haia, Holanda 2K

Aqui na Holanda, quando neva, como agora no Inverno, eles colocam sal sobre as ciclovias.

Julgava que o verbo salgar se poderia aplicar a este contexto, mas o [Dicionário] Priberam assim define este verbo:

«Temperar com sal (ex.: já temperei e salguei o peixe). ≠ DESSALAR, DESSALGAR Pôr demasiado sal (ex.: acho que salguei o arroz). ≠ DESSALAR, DESSALGAR Pôr sal sobre carnes cruas ou outros alimentos, para os conservar. = ENSALMOURAR, SALMOURAR [Antigo] Espalhar sal em terreno onde se cometeu crime de profanação, para que fique estéril. [Ocultismo] Fazer feitiço, espalhando sal à porta de alguém. Tornar mais intenso ou mais engraçado (ex.: ele gosta de salgar as conversas). [Informal] Fazer subir o preço ou o valor de algo (ex.: a seca vai salgar a conta da água; salgar os preços).»

Afinal, pode ou não pode o estado holandês salgar as ciclovias?

Rita Ferraz Professora Santa Comba Dão, Portugal 10K

No excerto «um país que, recentemente, em termos históricos, passou quatro décadas sob uma ditadura e que ainda exibe as suas cicatrizes», a palavra ainda contribui para a coesão interfrásica ou para a coesão temporal?

Margarida Isabel de Brito Janeiro Jornalista Faro, Portugal 2K

XIII Mostra de Teatro do Concelho de Loulé denomina-se Cenários, daí que, em texto recente, mais concretamente em Nota de Imprensa, referi-me a ela como A Cenários – Mostra de Teatro de Loulé. Na verdade, outros colegas denominam o evento como «O Cenários». Creio que estou correta, mas já duvido.

Agradecia o vosso melhor esclarecimento.

Obrigada.