A pronúncia de príncipe e o uso de vós, de novo
Em primeiro lugar, desde já agradeço a resposta […]. Quanto à explicação que me foi dada, embora eu seja um ignorante nessa matéria, ela levanta-me dúvidas. Se o segundo "i" passou a "e" na fala por dissimilação e se manteve imutável na escrita, então porque é que vemos escrito "príncepe" e não "principe" em livros mais antigos, com cerca de cem anos ou até menos? Veja-se, por exemplo, o frontispício de qualquer volume da "Monarquia Lusitana". Mais explícito que isso é difícil. Não teria sido antes pelo contrário? Quanto à palavra "princesa", pode ter origem em francês, mas eu acho que seria mais lógico provir do latim, até porque é mais parecido com a forma portuguesa, mas isto já sou só eu a dar palpites, provavelmente errados. Havia um senhor que colocou há tempos uma questão acerca do uso de "vós" e de "vocês" e foi-lhe dito que ambas as formas eram correctas embora a segunda estivesse hoje mais vulgarizada. Eu não concordo e parece-me que qualquer pessoa que tenha alguns conhecimentos de gramática facilmente verificará que o uso de "vós" é o modo correcto porque o emprego de "você" e "vocês" constitui em si mesmo uma incoerência pelo facto de no singular se usar de modo formal e no plural de modo informal, isto sem falar no facto do uso de "vocês" implicar uma tremenda confusão de tempos e modos verbais. Assim sendo, gostaria que me forre explicado, se possível, qual a origem deste emprego e porque é que se diz que é tão correcto quanto o de "vós", embora eu não concorde. […]
Ainda os gentílicos relativos a países
Sou mestrando em Relações Internacionais e gostaria de saber qual a designação correcta dos habitantes dos seguintes países:
Eritreia Bangladesh Myanmar Chade Níger Djibuti Omã
Continuem com o bom trabalho! Viva a Língua Portuguesa!
Sobre as locuções prepositivas
Expressões como «Antes de» (que, neste caso, exprime uma circunstância de tempo) podem ser consideradas locuções adverbiais (por exprimirem uma determinada circunstância) ou são locuções prepositivas (porque terminam em preposição)?
O diminutivo de museu
“Museuzinho” ou “museusinho”? Ou seja, é com z ou com s? Obrigada.
A analogia na flexão verbal
Várias realizações da língua portuguesa são explicadas pela analogia. Vejam-se exemplos em «teu» e «seu», que se formaram por analogia com «meu» e não seguiram a evolução directa a partir de ‘tuum’ e ‘suum’. Ora no pretérito imperfeito do indicativo (como, aliás, noutros tempos) do verbo dizemos «cantávamos» (não "cantavamos") e «cantáveis» (não "cantaveis") por analogia com as formas anteriores do mesmo tempo verbal. Porque não fazemos o mesmo no presente do conjuntivo: *Cântemos, *cânteis? Muito grato ficaria com a vossa amável resposta.
A existência do aspecto perfeito resultativo em português
No artigo de Edite Prada em Ciberdúvidas O conceito de aspecto linguístico 1 , ela não menciona a existência de aspecto perfeito (diferente do aspecto perfectivo). Acho que este aspecto existe em português, porém tem uma importância reduzida em comparação com o papel que tem em outras línguas romanas. Se aceitamos que o aspecto é a relação não dêictica entre dois intervalos de tempo, o aspecto perfeito é a variedade aspectual que focaliza os resultados de uma ação. No aspecto perfeito resultativo, falamos do resultado de um único evento. Ofereço os seguintes exemplos de frases em português que para mim expressam o aspecto perfeito resultativo:
(1) Doroti confirma que já têm chegado vários protestos de quem transporta os idosos. (já têm chegado = aspecto perfeito resultativo)
(2) Quando Isabel chegou, Suely já tinha saído. (já tinha saído = aspecto perfeito resultativo)
(3) Às 21h00 uma amiga enfermeira que tinha-me encaminhado a um médico de posto de saúde ligou para ele mas este já tinha ido embora. (já tinha ido embora = aspecto perfeito resultativo).
Os senhores concordam com minha análise de estas frases?
Eugênio Geppert Florida EUA
1O consulente parece ter feito uma confusão, porque a resposta a que se refere é de Carlos Rocha. No entanto, a consultora Edite Prada, que é autora da resposta O aspecto dos verbos acedeu amavelmente em responder.
Sobre o adjectivo expansível
Um dos meus filhos colocou-me a questão da possibilidade de dizer "expandível" (adjectivo verbal saído directamente do verbo expandir) em vez de "expansível" e... deixou-me, de facto, na dúvida, pois jamais me ocorrera essa possibilidade. Contudo, e se recuarmos aos estudos de linguística, não me pareceu de todo disparatada a questão, pois o "sistema" linguístico português permite a formação de imensas palavras, ainda que não contempladas nos dicionários, como é o caso vertente. Existe, por exemplo, "distinto" e "distinguível", com significado idêntico. Muito grato pela V. disponibilidade e parabéns por este sítio da Internet!
Sobre sala de aula/sala de aulas
Acabo de ler a resposta A expressão «sala de aula/aulas» e fiquei com dúvidas. Se é indiferente «Sala de aula e salas de aulas», também será indiferente «Sala de jantar e sala de jantares», «quarto de banho e quarto de banhos»... “Quid iuris"?! Se estiver errado, as minhas desculpas e pedido de correcção.
As formações com prefixos e por recomposição no Acordo Ortográfico de 1990
Sou estudante de mestrado em Coimbra e estou a desenvolver um trabalho sobre as alterações contempladas pelo Acordo Ortográfico de 1990. No que diz respeito aos casos de hifenização, gostaria de saber se vão passar a aglutinar todas as formações com prefixos e formações por recomposição que não são mencionadas nas alíneas da Base XVI, artigo 1.º («Nas formações com prefixos (...) e em formações por recomposição (...) só se emprega o hífen nos seguintes casos (...)»)? Em nenhuma destas alíneas é referida a obrigatoriedade da utilização de hífen quando o segundo elemento começa por -r. Deste modo, passaremos a escrever abreação (em vez de ab-reacção), obrogar (em vez de ob-rogar), subregião (em vez de sub-região), sobroda (em vez de sob-roda) ou adrenal (em vez de ad-renal). E já agora, o que acontece com a forma sub-bibliotecário? Perde um 'b' ao aglutinar? Parece-me que esta regra tem implicações fonéticas muito sérias, na medida em que interfere com a pronunciação das palavras afectadas. Será que estou a fazer a leitura correcta desta base do Acordo Ortográfico? Consultei já a lista de palavras cuja grafia altera, incluída no livro "Novo Acordo Ortográfico - Afinal o que vai mudar?", mas gostaria muito de saber a vossa opinião.
O conceito de vocabulário mórfico
As partículas enclíticas e proclíticas em português são vocábulos mórficos? Um exemplo que comprove.
