DÚVIDAS

A analogia na flexão verbal

Várias realizações da língua portuguesa são explicadas pela analogia. Vejam-se exemplos em «teu» e «seu», que se formaram por analogia com «meu» e não seguiram a evolução directa a partir de ‘tuum’ e ‘suum’. Ora no pretérito imperfeito do indicativo (como, aliás, noutros tempos) do verbo dizemos «cantávamos» (não "cantavamos") e «cantáveis» (não "cantaveis") por analogia com as formas anteriores do mesmo tempo verbal. Porque não fazemos o mesmo no presente do conjuntivo: *Cântemos, *cânteis?
Muito grato ficaria com a vossa amável resposta.

Resposta

O povo pratica tal analogia nos verbos pôr, fazer, ser, estar, ter, etc. (pônhamos, fáçamos, sêjamos, estêjamos, tênhamos) e nos verbos regulares em -ir (pártamos, etc.) e -er (cômamos, etc.), mas não nos verbos regulares da 1.ª conjugação ( -ar), p. ex., cantar, andar, lavar.

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