Eu tinha de fazer essa pergunta a vocês antes, porém não me foi possível, então faço a vocês agora.
A consultora Carla Marques respondeu a um consulente a respeito do verbo alcançar, presente na obra de Machado de Assis O Alienista. Confesso que, depois da explicação dela, fiquei confuso, pois não consegui compreender a construção em outras situações: «[…] não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, [… ]» (Machado de Assis, O Alienista)
Leve em consideração a seguinte exposição:
1.º Se se trata do verbo alcançar como transitivo direto e indireto (conforme foi apontado por Carla Marques), por que o pronome dele parece exercer a função de sujeito de «ficasse em Coimbra», quando na verdade tal exerce função de objeto indireto? Assim sendo, é como se a frase pudesse ser estruturada do seguinte modo: «… não podendo el-rei alcançar de que ele ficasse em Coimbra…».
2.º Se eu estiver errado a respeito da observação do pronome como sujeito, então seriam permitidas as construções do tipo: «… não podendo el-rei alcançar de mim/ti que ficasse/ficasses em Coimbra…»
3.º Mas, se eu estiver certo na minha observação do referido pronome como sujeito, então permitidas seriam tais construções: «… não podendo el-rei alcançar de eu/tu que ficasse/ficasses em Coimbra…» Ou: «… não podendo el-rei alcançar de que eu/tu ficasse/ficasses em Coimbra…»? Se sim, por quê?
4.º A frase de Machado de Assis poderia escrever-se no modo reduzido assim: «… não podendo el-rei alcançar de ele que ter ficado em Coimbra…»?
5.º Seria correto substituir o verbo alcançar pelos verbos conseguir e obter (já que o dicionário Aurélio as apresenta como sinônimas) na frase original de Machado de Assis: «… não podendo el-rei conseguir/obter dele que ficasse em Coimbra…»?
Desculpem-me por minha exposição ser tão extensa.
Desde já, meu muitíssimo obrigado.
Caros amigos do fórum, muito obrigado por sempre responderem de forma rápida, completa e atenciosa. Aqui vai outra dúvida com que me deparei ao escrever:
«Por as mãos estarem escorregadias...[acontecimento x]»
«Pelas mãos estarem escorregadias...[acontecimento x]»
Esta contração é obrigatória ou facultativa?
Na frase «A Coreia do Sul é um dos países que mais bem têm controlado a pandemia» não será preferível escrever melhor?
Obrigado.
Eu venho estudando a gramática italiana, e me deparei com o vocábulo italiano ovvero, «congiunzione disgiuntiva».
A respeito desse vocábulo italiano, o dicionário bilíngue Martins Fontes: Italiano–Português (São Paulo: 2012) apresenta como possíveis traduções: ou, «ou então».
Minha dúvida é esta: se pode usar a locução «ou então» no lugar da conjunção disjuntiva ou em qualquer oração?
Exemplos:
1. «Suas palavras podem ser sinceras ou (ou então) falsas.» (Dicionário: italiano–português, p.685)
2. «Ou (ou então) preste atenção, ou (ou então) saia.»
Caso contrário, como usar de modo certo «ou então»?
Em que situação usá-lo? Se não for pedir demais. Por favor, gostaria que explicasse de modo mais acurado.
Desde já, o meu muitíssimo obrigado.
Está correto dizer «uma coisa que nunca mais me esquece ...»?
Obrigada.
Maria Helena Mira Mateus, na sua Gramática da Língua Portuguesa, pág. 266, diz que «quando o objecto directo é o pronome relativo quem, ocorre obrigatoriamente precedido da preposição a.»
Em virtude disso fiquei na dúvida se construções, como «Eu vi quem o viu» e «Eu vi quem o atropelou» – bem que corriqueiras – não seriam erróneas.
Em que contexto é que o relativo quem deve vir obrigatoriamente precedido da preposição a?
Muito obrigado!
«Ele sempre costumava fazer comentários maldosos sobre os colegas, contra o que sempre fui.»
Há alguma impropriedade na frase acima?
Obrigado.
Gostaria de saber qual a forma do feminino do particípio passado do verbo ser.
A flexão do verbo deveria ser "sida"/"sidas", porém eu não consegui encontrar um exemplo prático com essas palavras.
Desde já agradeço e continuação do bom trabalho que têm desenvolvido.
«Este homem acordava de um derrame», ou «Este homem acordou de um derrame»?
Ambas as frases estão certas em português europeu?
Impedir e evitar são sinônimos?
Leio, vejo e ouço por aí afora bastantes pessoas falando em evitar alguém ou algo de algum(a) lugar ou coisa, mas o correto não é impedir? Já que, em meu entendimento (que é limitado...), evitar é fazer o possível e o impossível para que algo não aconteça ou deixar que só aconteça em bem poucas e raras vezes, enquanto que impedir é garantir que não aconteça em nenhuma vez.
Obrigado.
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