Após ler em vários suportes sobre o aspeto verbal, continuo com algumas dúvidas:
a) quando, por exemplo, se afirma que o aspeto gramatical imperfetivo «apresenta a situação expressa pelo enunciado como ainda em curso e não concluída», por exemplo «O Ricardo pintava uma aguarela» (Aura Figueira, 24 de outubro de 2017, in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, consultado em 03-10-2021), parece haver uma contradição; pois pela afirmação «a situação está e ainda em curso e não concluída», depreende-se que está em curso no momento da enunciação, isto é, quando o enunciador pronuncia a afirmação, o que, embora o contexto não seja totalmente preciso, não estará correto, pois tudo indica que a ação já terá terminado antes da enunciação;
b) o valor imperfetivo pode combinar-se com outros valores, nomeadamente o habitual e o iterativo? Por exemplo, em «Tenho encontrado gente admirável por todo o lado», temos concomitantemente o valor iterativo e imperfetivo? Seria possível esclarecerem-me? Muito obrigado
Queria compreender se a preposição a é corretamente usado na seguinte frase, e se utilizar de em vez de a não estará melhor:
«Assim que entraram no teatro sentiram o nariz contrair-se devido ao cheiro intenso [a] tintas, madeiras cortadas de fresco, vernizes.»
Muito obrigado.
À pergunta sobre se se escreve «um dia, encontrei o João», ou «num dia, encontrei o João, responderam em 1998 o seguinte:
«Atendendo à maneira como é formulada a pergunta, a expressão «um dia, encontrei o João» parece a melhor. No entanto, há casos em que a outra forma está mais correcta. Por exemplo: «Num dia de chuva, encontrei o João».' in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, [consultado em 01-10-2021]
Qual o motivo para «de chuva» alterar a construção? Qual a formulação correta?
Obrigado.
Tenho uma dúvida sobre o emprego da expressão: «todos os (...)»
Num texto, escrevi a seguinte frase:
«O serviço militar é um dever obrigatório destinado a homens maiores de 18 anos, que pode ser prestado em (...).»
Disseram-me para incluir a expressão «todos os» antes do elemento frásico «homens maiores de 18 anos».
Pois bem, a minha dúvida é precisamente se o emprego da expressão «todos os» é realmente necessário para a correta compreensão da frase...
Creio que ao dizer simplesmente «destinado a homens maiores de 18 anos (...)» já se compreende que diz respeito a «todos os homens», mas não tenho a certeza, e por isso, muito agradecia uma resposta.
Em português europeu, o sufixo -oco/-oca serve para fazer o aumentativo ou o diminutivo?
Vi, num material da Editora Leya, que servia para diminutivo. Como exemplos, davam as palavras bicharoco, fraldoca e pernoca. No entanto, no dicionário online Infopedia.pt, pernoca é referida como aumentativo de perna e bicharoco como bicho repugnante (fraldoca não consta).
Qual o uso correto, em português europeu?
Na frase «quem o feio ama, bonito lhe parece», qual o sujeito do verbo parece? Qual a função sintática do pronome lhe? O termo «bonito lhe parece» exerce que função sintática em relação à primeira oração?
Obrigado.
Como explicar a alguém que está a aprender português como segunda língua, que o verbo fazer não pode ser usado com o adjectivo grávida?
Estão correctas as frases «Ela engravidou», «Ele fez com que ela ficasse grávida» e ainda «Ela está grávida».
No entanto, está incorrecto dizer «Ele vai fazê-la grávida», o que o aluno não compreende, porque conhece a expressão «Ele vai fazê-la feliz».
Podiam esclarecer se a resposta dada em "O relativo quem e a preposição a" está em contraste com o que já se tinha dito na resposta "O emprego dos relativos que e quem" (26/09/2018, ponto iii), no qual se diz que «quem não pode ter a função de sujeito, nem complemento direito»?
Segundo o primeiro documento, quem pode ter qualquer destas funções, como podemos ver nos exemplos 4 e 5 ali.
Como é que é possível que a frase «Sei quem a Rita encontrou no cinema» esteja correta, enquanto a frase «Chegou o rapaz quem conheci» é gramatical?
Será forma correta se removermos «o rapaz» e dissermos «Chegou quem conheci»?
Quando falamos nas ordens sociais – clero, nobreza e povo –, poderemos considerá-los nomes comuns (conceitos) ou nomes coletivos?
Se coletivos, povo é um conjunto de quê? A dúvida surgiu-me ao colocar a hipótese de ser tratar de pessoas, já que o clero e a nobreza também são constituídos por pessoas, embora com títulos específicos.
A expressão temporal «até então» pode, modernamente, ter como equivalente também «até agora»?
À luz da tradição gramatical, então, nesse tipo de contexto, se refere a tempo passado, mas, no Brasil, é muito comum esse outro tipo de registro.
Em Portugal, comportamento semelhante talvez indique mudança em curso, não?
Obrigado.
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