Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
Manuel José Ginja Seixas Professor Braga, Portugal 1K

Após ler em vários suportes sobre o aspeto verbal, continuo com algumas dúvidas:

a) quando, por exemplo, se afirma que o aspeto gramatical imperfetivo «apresenta a situação expressa pelo enunciado como ainda em curso e não concluída», por exemplo «O Ricardo pintava uma aguarela» (Aura Figueira, 24 de outubro de 2017, in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa,  consultado em 03-10-2021), parece haver uma contradição; pois pela afirmação «a situação está e ainda em curso e não concluída», depreende-se que está em curso no momento da enunciação, isto é, quando o enunciador pronuncia a afirmação, o que, embora o contexto não seja totalmente preciso, não estará correto, pois tudo indica que a ação já terá terminado antes da enunciação;

b) o valor imperfetivo pode combinar-se com outros valores, nomeadamente o habitual e o iterativo? Por exemplo, em «Tenho encontrado gente admirável por todo o lado», temos concomitantemente o valor iterativo e imperfetivo? Seria possível esclarecerem-me? Muito obrigado    

Farajollah Miremadi Engenheiro Lisboa, Portugal 2K

Queria compreender se a preposição a é corretamente usado na seguinte frase, e se utilizar de em vez de a não estará melhor:

«Assim que entraram no teatro sentiram o nariz contrair-se devido ao cheiro intenso [a] tintas, madeiras cortadas de fresco, vernizes.»

Muito obrigado.

Diogo Morais Barbosa Revisor Lisboa, Portugal 6K

À pergunta sobre se se escreve «um dia, encontrei o João», ou «num dia, encontrei o João, responderam em 1998 o seguinte:

«Atendendo à maneira como é formulada a pergunta, a expressão «um dia, encontrei o João» parece a melhor. No entanto, há casos em que a outra forma está mais correcta. Por exemplo: «Num dia de chuva, encontrei o João».' in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, [consultado em 01-10-2021]

Qual o motivo para «de chuva» alterar a construção? Qual a formulação correta?

Obrigado.

Graça Soares Estagiária Porto, Portugal 2K

Tenho uma dúvida sobre o emprego da expressão: «todos os (...)»

Num texto, escrevi a seguinte frase:

«O serviço militar é um dever obrigatório destinado a homens maiores de 18 anos, que pode ser prestado em (...).»

Disseram-me para incluir a expressão «todos os» antes do elemento frásico «homens maiores de 18 anos».

Pois bem, a minha dúvida é precisamente se o emprego da expressão «todos os» é realmente necessário para a correta compreensão da frase...

Creio que ao dizer simplesmente «destinado a homens maiores de 18 anos (...)» já se compreende que diz respeito a «todos os homens», mas não tenho a certeza, e por isso, muito agradecia uma resposta.

Audrey Mattos Estudante Rio Claro, Brasil 2K

Em português europeu, o sufixo -oco/-oca serve para fazer o aumentativo ou o diminutivo?

Vi, num material da Editora Leya, que servia para diminutivo. Como exemplos, davam as palavras bicharoco, fraldoca e pernoca. No entanto, no dicionário online Infopedia.ptpernoca é referida como aumentativo de perna e bicharoco como bicho repugnante (fraldoca não consta).

Qual o uso correto, em português europeu?

Evandro Braz Lucio dos Santos Professor Santa Quitéria, Brasil 9K

Na frase «quem o feio ama, bonito lhe parece», qual o sujeito do verbo parece? Qual a função sintática do pronome lhe? O termo «bonito lhe parece» exerce que função sintática em relação à primeira oração?

Obrigado.

Joana Domingues N/A Lisboa, Portugal 1K

Como explicar a alguém que está a aprender português como segunda língua, que o verbo fazer não pode ser usado com o adjectivo grávida?

Estão correctas as frases «Ela engravidou», «Ele fez com que ela ficasse grávida» e ainda «Ela está grávida».

No entanto, está incorrecto dizer «Ele vai fazê-la grávida», o que o aluno não compreende, porque conhece a expressão «Ele vai fazê-la feliz».

Farajollah Miremadi Engenheiro Lisboa, Portugal 6K

Podiam esclarecer se a resposta dada em "O relativo quem e a preposição a" está em contraste com o que já se tinha dito na resposta "O emprego dos relativos que e quem" (26/09/2018, ponto iii), no qual se diz que «quem não pode ter a função de sujeito, nem complemento direito»?

Segundo o primeiro documento, quem pode ter qualquer destas funções, como podemos ver nos exemplos 4 e 5 ali.

Como é que é possível que a frase «Sei quem a Rita encontrou no cinema» esteja correta, enquanto a frase «Chegou o rapaz quem conheci» é gramatical?

Será forma correta se removermos «o rapaz» e dissermos «Chegou quem conheci»?

Maria João Gouveia Explicadora Sesimbra, Portugal 2K

Quando falamos nas ordens sociais – clero, nobreza e povo –, poderemos considerá-los nomes comuns (conceitos) ou nomes coletivos?

Se coletivos, povo é um conjunto de quê? A dúvida surgiu-me ao colocar a hipótese de ser tratar de pessoas, já que o clero e a nobreza também são constituídos por pessoas, embora com títulos específicos.

Daniel Camargo Professor Limeira, Brasil 16K

A expressão temporal «até então» pode, modernamente, ter como equivalente também «até agora»?

À luz da tradição gramatical, então, nesse tipo de contexto, se refere a tempo passado, mas, no Brasil, é muito comum esse outro tipo de registro.

Em Portugal, comportamento semelhante talvez indique mudança em curso, não?

Obrigado.