Habitualmente, o uso de um sintagma nominal no plural deve associar-se ao determinante artigo definido se se pretender designar a totalidade de entidades que correspondem ao que é referido.
Assim, na frase (1), o locutor dá a entender que viu a globalidade dos filmes produzidos por Almodóvar:
(1) «Eu vi os filmes de Almodóvar.» (= todos os filmes)
Neste contexto, a utilização do quantificador todos revela-se redundante. Como referem Miguel e Raposo na Gramática do Português: «O uso explícito de todos é usualmente evitado por ser redundante e por tornar o enunciado pragmática e estilisticamente “pesado”, a menos que o falante queira enfatizar o aspeto quantitativo»1.
Desta forma, se pretender tornar claro que todos os homens maiores de 18 anos estão abrangidos pela afirmação será preferível a construção:
(2) «O serviço militar é um dever obrigatório destinado aos homens maiores de 18 anos, que pode ser prestado em (...).»
Se a intenção for realçar os aspetos quantitativo da afirmação, associado, por exemplo, à inferência de que ninguém está livre desta obrigação, então justificar-se-á o recurso ao quantificador todos.
Disponha sempre!
1. Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, p. 825.