Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
Antonio Lima Professor Bonito-PA, Brasil 2K

A gramática Amini Boainain Hauy, no livro Da necessidade de uma gramática-padrão da língua portuguesa (1983), diz que «os verbos que contêm passividade , como levar, sofrer e receber consideram-se neutros: Ele levou uma surra. Ele sofreu uma punição» (pág. 181).

Nas frases abaixo :

A) A ambulância levou Marcos.

B) Marcos foi levado pela ambulância.

A frase A está na voz ativa e a frase B na voz neutra?

Grato pela resposta .

Antonio Lima Professor Bonito-PA, Brasil 24K

A conjunção aditiva e apresenta valores semânticos, como adversidade («mas», porém»), conclusão /consequência («portanto, por isso, então»). Além desses, alguns estudiosos dizem que o e pode apresentar:

1) Sequenciação temporal, quando ligar dois eventos sucessivos: «depois da discussão, Maria fechou o rosto e João foi para o quarto em seguida» (Fernando Pestana).

2) Finalidade: «Ia telefonar-lhe e (=para) desejar-lhe parabéns.»

3)) Condicional: segundo a estudiosa Cilene Rodrigues (PUC-RJ) no artigo "No escape from syntax! das (in)subordinadas condicionais entonacionais", A) «Você publica este artigo, e sua carreira vai para o brejo» seria equivalente a frase B) «Se você publicar este artigo, a sua carreira vai para o brejo.»

#1) Gostaria de saber se estes três valores semânticos já são aceitos pelos gramáticos?

#2) E se há algum outro valor semântico dessa conjunção e além desses ?

#3) Com relação ao sentido de condicional, vocês concordam?

No Google acadêmico só achei esse trabalho sobre o assunto. Nunca tinha lido sobre esse valor condicional.

Grato pela resposta. Parabéns pelo belo trabalho de vocês.

Helena Miranda Técnica de museu Lisboa, Portugal 1K

Claviarpa é um instrumento musical. Eu escrevo sem h, mas dizem-me que leva um h no meio: "claviharpa".

Podem responder-me?

Obrigada.

Erik da Silva Simões Estudante Pernambuco, Brasil 3K

A justaposição de várias orações subordinadas adverbiais num só período composto subordinadas é considerada mal escrita? Haveria outra alternativa? Por exemplo:

«O estudante leu o texto científico para que pudesse iniciar sua pesquisa ainda que não gostasse do tema mas se saiu bem porque tinha domínio do conteúdo.»

Obrigado.

Evandro Braz Lucio dos Santos Professor Santa Quitéria, Brasil 4K

Por favor, esclareça a minha dúvida nas seguintes frases:

1) Fui convencido de como deveria viver a partir de então, sem recursos, na miséria.

2) Estou convencido de onde devo morar.

3) O gramático ficou rodeado de admiradores.

Qual o critério para identificar se as palavras destacadas são verbos ou adjetivos?

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 3K

O prefixo vice-, por sua origem, tem mais que ver com substituição ou com inferiorização?

Obrigado.

Thiago Camargo Professor Campinas, Brasil 12K

É comum observar-se a expressão "Se ocorre P, então ocorre Q", tanto na linguagem coloquial quanto em contexto técnico.

Neste caso, ocorrem-me duas possíveis classificações, que parecem ser, em princípio, conflitantes.

1) A oração «Se ocorre P» é subordinada adverbial condicional, e a oração «então ocorre Q» é a oração principal, em que «então» desempenha função de advérbio. Observa-se que a omissão ou troca de "então" não resulta em qualquer diferença nas sentenças.

2) A oração «Se ocorre P» não parece assumir o papel de oração coordenada sindética. Contudo, é possível omitir-se a partícula se e manter-se a sentença «Ocorre P, então ocorre Q», de sorte que ocorram duas orações coordenadas, sendo a segunda uma oração sindética conclusiva.

Parece-me razoável concluir que a ocorrência de se na primeira oração implica a classificação obtida em (1), dado que não é possível atribuir a se outro valor morfológico senão o valor de conjunção.

Gostaria, por gentileza, de vossa opinião a respeito do assunto.

Grato.

Valeria Orrú Comercial eventos Barcelona, Espanha 3K

Encontrei a frase «Duvido que o Zé fosse capaz de fazer uma coisa dessas» nas soluções dum livro de exercícios de Português para estrangeiros.

Embora as regras da consecutio temporum indiquem que a subordinada deveria levar o conjuntivo presente «Duvido que o Zé seja capaz de fazer uma coisa dessas», ao mesmo tempo, parece-me correta a utilização do imperfeito, com o fim de atribuir à oração uma perspetiva presente de um momento no passado: duvido (agora) que o Zé fosse capaz (no passado)...

Por outro lado, poderíamos utilizar o pretérito-mais-que-perfeito do conjuntivo: «Duvido que o Zé tenha sido capaz de fazer uma coisa dessas»?

Muito obrigada pela ajuda.

José Silva Operário fabril Lisboa, Portugal 6K

Após um fadista cantar, normalmente o público manifesta o seu agrado pelo artista.

Em bom português escrito, o público exclama: "Há fadista!" ou "Ah, fadista!"? Ou será de outro modo?

Agradeço a ajuda. Obrigado.

Frederik Paulussen Professor de geografia Leuven, Bélgica 7K

Estou à procura da origem específica da palavra cachaça.

Pelo que consegui achar até agora, entendo que este nome foi dado à bebida pelos escravos africanos no Brasil.

Há uma chance grande de ter origem em uma língua banta. Infelizmente é muito difícil descobrir mais.O fato de que existem várias línguas bantas não me ajuda.

Um professor brasileiro [...] acha que a palavra vem do quicongo. Mas ele não dá nenhuma referência, nem menciona a palavra original.

Eu procurei no dicionário português-quimbundu, mas não consegui aqui achar nenhuma palavra parecida, a não ser um destilado de cana-de-açúcar que se chama kisungu em quimbundu.

Gostaria muito conhecer a origem específica da palavra cachaça (qual língua, qual palavra, qual significado original).

Se puderem ajudar-me com isto, ficaria muito obrigado e feliz.

Obrigado.