A gramática Amini Boainain Hauy, no livro Da necessidade de uma gramática-padrão da língua portuguesa (1983), diz que «os verbos que contêm passividade , como levar, sofrer e receber consideram-se neutros: Ele levou uma surra. Ele sofreu uma punição» (pág. 181).
Nas frases abaixo :
A) A ambulância levou Marcos.
B) Marcos foi levado pela ambulância.
A frase A está na voz ativa e a frase B na voz neutra?
Grato pela resposta .
A conjunção aditiva e apresenta valores semânticos, como adversidade («mas», porém»), conclusão /consequência («portanto, por isso, então»). Além desses, alguns estudiosos dizem que o e pode apresentar:
1) Sequenciação temporal, quando ligar dois eventos sucessivos: «depois da discussão, Maria fechou o rosto e João foi para o quarto em seguida» (Fernando Pestana).
2) Finalidade: «Ia telefonar-lhe e (=para) desejar-lhe parabéns.»
3)) Condicional: segundo a estudiosa Cilene Rodrigues (PUC-RJ) no artigo "No escape from syntax! das (in)subordinadas condicionais entonacionais", A) «Você publica este artigo, e sua carreira vai para o brejo» seria equivalente a frase B) «Se você publicar este artigo, a sua carreira vai para o brejo.»
#1) Gostaria de saber se estes três valores semânticos já são aceitos pelos gramáticos?
#2) E se há algum outro valor semântico dessa conjunção e além desses ?
#3) Com relação ao sentido de condicional, vocês concordam?
No Google acadêmico só achei esse trabalho sobre o assunto. Nunca tinha lido sobre esse valor condicional.
Grato pela resposta. Parabéns pelo belo trabalho de vocês.
Claviarpa é um instrumento musical. Eu escrevo sem h, mas dizem-me que leva um h no meio: "claviharpa".
Podem responder-me?
Obrigada.
A justaposição de várias orações subordinadas adverbiais num só período composto subordinadas é considerada mal escrita? Haveria outra alternativa? Por exemplo:
«O estudante leu o texto científico para que pudesse iniciar sua pesquisa ainda que não gostasse do tema mas se saiu bem porque tinha domínio do conteúdo.»
Obrigado.
Por favor, esclareça a minha dúvida nas seguintes frases:
1) Fui convencido de como deveria viver a partir de então, sem recursos, na miséria.
2) Estou convencido de onde devo morar.
3) O gramático ficou rodeado de admiradores.
Qual o critério para identificar se as palavras destacadas são verbos ou adjetivos?
O prefixo vice-, por sua origem, tem mais que ver com substituição ou com inferiorização?
Obrigado.
É comum observar-se a expressão "Se ocorre P, então ocorre Q", tanto na linguagem coloquial quanto em contexto técnico.
Neste caso, ocorrem-me duas possíveis classificações, que parecem ser, em princípio, conflitantes.
1) A oração «Se ocorre P» é subordinada adverbial condicional, e a oração «então ocorre Q» é a oração principal, em que «então» desempenha função de advérbio. Observa-se que a omissão ou troca de "então" não resulta em qualquer diferença nas sentenças.
2) A oração «Se ocorre P» não parece assumir o papel de oração coordenada sindética. Contudo, é possível omitir-se a partícula se e manter-se a sentença «Ocorre P, então ocorre Q», de sorte que ocorram duas orações coordenadas, sendo a segunda uma oração sindética conclusiva.
Parece-me razoável concluir que a ocorrência de se na primeira oração implica a classificação obtida em (1), dado que não é possível atribuir a se outro valor morfológico senão o valor de conjunção.
Gostaria, por gentileza, de vossa opinião a respeito do assunto.
Grato.
Encontrei a frase «Duvido que o Zé fosse capaz de fazer uma coisa dessas» nas soluções dum livro de exercícios de Português para estrangeiros.
Embora as regras da consecutio temporum indiquem que a subordinada deveria levar o conjuntivo presente «Duvido que o Zé seja capaz de fazer uma coisa dessas», ao mesmo tempo, parece-me correta a utilização do imperfeito, com o fim de atribuir à oração uma perspetiva presente de um momento no passado: duvido (agora) que o Zé fosse capaz (no passado)...
Por outro lado, poderíamos utilizar o pretérito-mais-que-perfeito do conjuntivo: «Duvido que o Zé tenha sido capaz de fazer uma coisa dessas»?
Muito obrigada pela ajuda.
Após um fadista cantar, normalmente o público manifesta o seu agrado pelo artista.
Em bom português escrito, o público exclama: "Há fadista!" ou "Ah, fadista!"? Ou será de outro modo?
Agradeço a ajuda. Obrigado.
Estou à procura da origem específica da palavra cachaça.
Pelo que consegui achar até agora, entendo que este nome foi dado à bebida pelos escravos africanos no Brasil.
Há uma chance grande de ter origem em uma língua banta. Infelizmente é muito difícil descobrir mais.O fato de que existem várias línguas bantas não me ajuda.
Um professor brasileiro [...] acha que a palavra vem do quicongo. Mas ele não dá nenhuma referência, nem menciona a palavra original.
Eu procurei no dicionário português-quimbundu, mas não consegui aqui achar nenhuma palavra parecida, a não ser um destilado de cana-de-açúcar que se chama kisungu em quimbundu.
Gostaria muito conhecer a origem específica da palavra cachaça (qual língua, qual palavra, qual significado original).
Se puderem ajudar-me com isto, ficaria muito obrigado e feliz.
Obrigado.
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