As opções apresentadas pelo consulente são todas corretas. A diferença está na opção por uma construção passiva com -se impessoal ou por um uso intransitivo do verbo abrir.
As frases apresentadas pelo consulente são próximas das construções impessoais ou de sujeito indeterminado, que, em português, se podem realizar como1:
(i) frases com sujeito nulo e verbo na 3.ª pessoa do plural:
(1) «Abriram a porta.»
(2) «Abriram a loja cedo.»
(ii) frases com -se impessoal:
(3) «Abriu-se a porta.»
(4) «Abriu-se a loja cedo.»
(iii) frases passivas pronominais:
(5) «Abriram-se as portas.»
(6) «Abriram-se as lojas.»
Assim, em (i), o sujeito não está expresso na frase, mas poderá ser recuperado pelo contexto. A diferença entre (ii) e (iii) reside no facto de o sujeito semântico de (ii) ser equivalente a alguém. Em (iii) o sujeito é portas ou lojas2. Embora estes termos não desempenham a função de agente do evento descrito, tem a função de sujeito da frase passiva, desempenhando a função semântica de paciente («A porta / a loja foi aberta por alguém»).
Pode optar-se por usar o verbo abrir como impessoal, o que implica que não seleciona nenhum complemento. Neste uso, o verbo significa «começar a funcionar»:
(7) «A porta abriu (às sete).»
(8) «A loja abriu cedo.»
Disponha sempre!
1. Cf. Duarte in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 446-447.
2. As palavras foram colocadas no plural para assinalar a sua ação enquanto sujeito frásico