Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
Valeria Orrú Comercial eventos Barcelona, Espanha 3K

Encontrei a frase «Duvido que o Zé fosse capaz de fazer uma coisa dessas» nas soluções dum livro de exercícios de Português para estrangeiros.

Embora as regras da consecutio temporum indiquem que a subordinada deveria levar o conjuntivo presente «Duvido que o Zé seja capaz de fazer uma coisa dessas», ao mesmo tempo, parece-me correta a utilização do imperfeito, com o fim de atribuir à oração uma perspetiva presente de um momento no passado: duvido (agora) que o Zé fosse capaz (no passado)...

Por outro lado, poderíamos utilizar o pretérito-mais-que-perfeito do conjuntivo: «Duvido que o Zé tenha sido capaz de fazer uma coisa dessas»?

Muito obrigada pela ajuda.

José Silva Operário fabril Lisboa, Portugal 6K

Após um fadista cantar, normalmente o público manifesta o seu agrado pelo artista.

Em bom português escrito, o público exclama: "Há fadista!" ou "Ah, fadista!"? Ou será de outro modo?

Agradeço a ajuda. Obrigado.

Frederik Paulussen Professor de geografia Leuven, Bélgica 7K

Estou à procura da origem específica da palavra cachaça.

Pelo que consegui achar até agora, entendo que este nome foi dado à bebida pelos escravos africanos no Brasil.

Há uma chance grande de ter origem em uma língua banta. Infelizmente é muito difícil descobrir mais.O fato de que existem várias línguas bantas não me ajuda.

Um professor brasileiro [...] acha que a palavra vem do quicongo. Mas ele não dá nenhuma referência, nem menciona a palavra original.

Eu procurei no dicionário português-quimbundu, mas não consegui aqui achar nenhuma palavra parecida, a não ser um destilado de cana-de-açúcar que se chama kisungu em quimbundu.

Gostaria muito conhecer a origem específica da palavra cachaça (qual língua, qual palavra, qual significado original).

Se puderem ajudar-me com isto, ficaria muito obrigado e feliz.

Obrigado.

Alberto José Domingues Pires Funcionário público Vimioso, Portugal 4K

Considerando estas duas definições,

(1) «bó | interj. bó interjeição [Regionalismo] Expressão que indica admiração ou espanto. = ORA ESSA "bó» (in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa; consultado em 04-05-2020].

(2) «bô adj. Pop. e ant. O mesmo que bom: “pois que tinha bô lugar”. G. Vicente, J. da Beira.» (in Novo Diccionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo 1913)

Como devemos escrever/dizer: "bó" ou"bô"?

Bó! — Bô!

Bó-era! — Bô-era!

Bó-geira — Bô-geira

Bó! Já agora? — Bô! Já agora?

Bó! Não querias mais nada? — Bô! Não querias mais nada?

Bó! Quem me dera? — Bô! Quem me dera?

Muito obrigado.

Erick Silva Estudante Pernambuco , Brasil 4K

Desconsiderando a substituição do futuro do pretérito simples do indicativo pelo pretérito imperfeito do indicativo em condicionais, que os lusofalantes fazem, gostaria de saber a diferença de significação entre:

(1) «Se ele não tivesse roubado isso, nós teríamos fugido.»

(2) «Se ele não roubasse isso, nós fugiríamos.»

Não consigo identificar a distinção de condicional contrafatual quando formada pelo (1) pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo + futuro do pretérito composto do indicativo e pelo (2) pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito simples do indicativo. E ainda, não sei se é possível combinar as formas supracitadas e quais seriam os novos significados, como em:

(3) «Se ele não tivesse roubado isso, nós ganharíamos»;

(4) «Se ele não roubasse isso, nós teríamos ganhado».

Obrigado pela atenção.

Catarina Meira Consultoria Oeiras, Portugal 7K

A palavra acarta está errada na seguinte frase? Deveria ser acarreta?

«Escrevo-lhe sobre um tema que tem estado em agenda e que necessita de clarificação e algumas elucidações, na vertente das repercussões que o mesmo acarta para a privacidade de cada um de nós.»

Obrigada!

José de Vasconcelos Saraiva Estudante de Medicina Foz do Iguaçu, Brasil 4K

Que advérbios de tempo é que podem ser usados com a perífrase «ter vindo a» mais infinitivo? Os que indicam tempo passado ou presente?

Pode usar-se atualmente com a mesma locução, como em: «Atualmente tem vindo a dar-se esse fenómeno»? Pode essa perífrase denotar o mesmo que um verbo finito acompanhado da preposição a seguida dum infinitivo, sendo equivalente a «Atualmente está a dar-se esse fenómeno»?

Obrigado

Lucas Tadeus Oliveira Estudante Mauá, Brasil 8K

Donde surgiu "mó": de mor (maior) ou muito? Por exemplo, «ela é mó linda».

Li em algum sítio de português que isso veio de muito, mas eu discordo.

É normal ouvir também «ele é o maior babaca», então me parece que vem de maior, e não de muito, como dizem alguns.

Simon Tang Funcionário Público Macau, China 6K

Gostava de saber se o adjectivo elegível tem o significado de «qualificado». Por exemplo: «os trabalhadores elegíveis podem receber um subsídio de 100 euros.»

Perguntei a vários portugueses e eles responderam que sim, equivalente à expressão «que reúnam os requisitos». Contudo, não consegui encontrar este significado («qualificado») nos dicionários portugueses.

Obrigado.

Patricia Domíguez Professora Santander, Espanha 2K

Gostava de saber se a construção «Um bom amigo deve ser uma pessoa com que puderes partilhar o tempo e passá-lo bem» é correta e se poderia ser igualmente válida com presente de conjuntivo («com a que possas partilhar o tempo»)

E qual seria a explicação da razão de usar uma ou outra?

Obrigadíssima e parabéns pelo trabalho.