Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
Antonio Carlos Costa Engenheiro São Bernardo do Campo, Brasil 2K

«Maria estava mal/bem da cabeça.»

Amigos, recorro mais uma vez a vocês para perguntar-lhes que função sintática exerce o sintagma «da cabeça».

Complemento nominal, talvez?

Daniel Camargo Professor Limeira, Brasil 74K

Numa sentença como «Saudade de sair sem lenço nem documento... Ô, saudade», ô expressaria o mesmo sentido da interjeição de vocativo ó?

Em caso afirmativo, a vírgula que o separa do termo saudade seria desnecessária?

Obrigado.

Margarida Amado Professora Lisboa, Portugal 1K

Gostava de saber se é mais correto dizer «criar um perímetro de segurança», «montar um perímetro de segurança» ou «estabelecer um perímetro de segurança».

Muito obrigada.

Armando Dias Reformado Lagos, Portugal 3K

A propósito do termo infodemia – que, salvo erro, só se encontra dicionarizado na Priberam: «Excesso de informação sobre determinado tema, por vezes incorreta e produzida por fontes não verificadas ou pouco fiáveis, que se propaga velozmente (ex.: infodemia de notícias falsas nas redes sociais*).» – já vi a seguinte formulação: «Infodemia de desinformação»

Não haverá aqui conceitos distintos? É que infodemia não é necessariamente desinformação (quando muito pode levar a isso) e a desinformação não é quantificável: é desinforrmação, ponto.

Obrigado.

* Ver aqui explicação.

Ismael Maumane Estudante Beira, Moçambique 13K

De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea publicado em 2001 pela Academia das Ciências de Lisboa, «procedimento cautelar é o mesmo que providência cautelar».

A extensa explicação que vem no Dicionário Jurídico de Ana Prata (Volume I, Almedina, Maio de 2006) parece indicar que procedimento cautelar e providência cautelar são duas coisas distintas. Concretamente, procedimento cautelar é um requerimento apresentado a um juiz para que este emita uma providência cautelar. Só é emitida uma providência cautelar depois do juiz assegurar-se da plausibilidade da existência do direito do requerente.

O mesmo Dicionário Jurídico define «providências cautelares como medidas decretadas pelo tribunal nos procedimentos cautelares».

Agradecia um esclarecimento.

 

N. E. – Manteve-se a ortografia seguida pelo consulente, a qual é anterior ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.

Luís Guimarães Jornalista Amadora, Portugal 14K

Exemplo: «a pequena linha azul apareceu devagar *como que* por artes mágicas»

Sugestão: «a pequena linha azul apareceu devagar *como se* por artes mágicas».

Está difundido o «como que», quando faz muito mais sentido (para mim) utilizar a segunda opção, *como se* (fosse)...

Estou certo ou estou errado?, perguntaria o Sinhôzinho Malta (e eu também, já agora).

Obrigado.

Antonio Lima Professor Bonito-PA, Brasil 2K

A gramática Amini Boainain Hauy, no livro Da necessidade de uma gramática-padrão da língua portuguesa (1983), diz que «os verbos que contêm passividade , como levar, sofrer e receber consideram-se neutros: Ele levou uma surra. Ele sofreu uma punição» (pág. 181).

Nas frases abaixo :

A) A ambulância levou Marcos.

B) Marcos foi levado pela ambulância.

A frase A está na voz ativa e a frase B na voz neutra?

Grato pela resposta .

Antonio Lima Professor Bonito-PA, Brasil 24K

A conjunção aditiva e apresenta valores semânticos, como adversidade («mas», porém»), conclusão /consequência («portanto, por isso, então»). Além desses, alguns estudiosos dizem que o e pode apresentar:

1) Sequenciação temporal, quando ligar dois eventos sucessivos: «depois da discussão, Maria fechou o rosto e João foi para o quarto em seguida» (Fernando Pestana).

2) Finalidade: «Ia telefonar-lhe e (=para) desejar-lhe parabéns.»

3)) Condicional: segundo a estudiosa Cilene Rodrigues (PUC-RJ) no artigo "No escape from syntax! das (in)subordinadas condicionais entonacionais", A) «Você publica este artigo, e sua carreira vai para o brejo» seria equivalente a frase B) «Se você publicar este artigo, a sua carreira vai para o brejo.»

#1) Gostaria de saber se estes três valores semânticos já são aceitos pelos gramáticos?

#2) E se há algum outro valor semântico dessa conjunção e além desses ?

#3) Com relação ao sentido de condicional, vocês concordam?

No Google acadêmico só achei esse trabalho sobre o assunto. Nunca tinha lido sobre esse valor condicional.

Grato pela resposta. Parabéns pelo belo trabalho de vocês.

Helena Miranda Técnica de museu Lisboa, Portugal 1K

Claviarpa é um instrumento musical. Eu escrevo sem h, mas dizem-me que leva um h no meio: "claviharpa".

Podem responder-me?

Obrigada.

Erik da Silva Simões Estudante Pernambuco, Brasil 3K

A justaposição de várias orações subordinadas adverbiais num só período composto subordinadas é considerada mal escrita? Haveria outra alternativa? Por exemplo:

«O estudante leu o texto científico para que pudesse iniciar sua pesquisa ainda que não gostasse do tema mas se saiu bem porque tinha domínio do conteúdo.»

Obrigado.