Durante a releitura de Capitães da Areia, do escritor brasileiro Jorge Amado, deparei-me com a palavra treita no seguinte contexto:
«– Tu vai longe, menino. Tu pode enricar com essas treitas» (Capitães da Areia, 2008, p. 45).
Fiquei com a dúvida quanto à acepção da palavra treita no contexto acima e a consulta ao dicionário me levou à palavra treta ou, insistindo na busca do significado, «à treita». No contexto dado, treita, assim ditongada, será alteração fonética de treta com sentido de «ação que se vale de astúcia; ardil, estratagema, manha» (Houaiss, 2009)?
A minha dúvida está relacionada com a pronuncia do R, pois tenho reparado que algumas pessoas pronunciam o R no início das palavras de forma diferente, pronunciando-o quase como o R em cara, e não tão carregado como se estivesse a arranhar a garganta. Porquê?
Outra dúvida é se essas diferenças são devido a sotaques específicos do local em questão, ou se é devido a outro fator, como a forma que a pessoa diz a palavra. É uma dúvida que tenho e gostaria imenso de ver esclarecida.
Obrigada.
A propósito da alusão à popular «alma até Almeida», no Pelourinho A "intensão" da SIC, assinado por Domingos Lopes, gostava de saber a origem da expressão «alma até almeida».
Numa canção alentejana temos o seguinte refrão:
«Dançando, pulirando
brincando mais ele,
dançando, pulirando
brincando mais ela;
dançando, pulirando
brincando mais ele,
és uma rosa amarela.»
Esta canção de título Dançando, Pulirando está na Internet, em várias versões, desde a mais clássica à mais popular. Não encontro no dicionário o significado de "pulirando"!
Obrigado.
Em português de Portugal, podemos dizer que fazemos algo «de coração» (e.g. «ela desejava de coração que o António fosse viver com ela outra vez»; «eu sei que ele me perdoou de coração e não guarda nenhum tipo de rancor», «o que eu fiz pela minha mãe, fi-lo de coração», etc.)?
O que significa exatamente a palavra eido? Encontrei-a na leitura da seguinte frase da obra Morgadinha dos Canaviais de Júlio Dinis:
«Primeiro, trilhou o pavimento mole de um quinteiro ou eido, estradado de altas camadas de mato e embebido de chuva, donde se exalava um cheiro de curtumes, pouco de lisonjear o olfacto mal habituado a estes aromas campesinos.»
É o mesmo que quinteiro, ou tem mais significados?
Qual o significado da expressão «ser um rabo de porco»?
Veja-se esta frase:
«Você é um rabo de porco, mesmo!?»
Desde criança que ouvi uma expressão relativa ao enchimento em demasia ou no limite de uma colher, por exemplo – juntar uma «colher de cagulo». "Googlando" o termo "cagulo" obtêm-se alguns resultados que referem a existência desta terminologia. Contudo, no dicionário online da Porto Editora – Infopédia –, só existe o termo cogulo com o significado que acima refiro. A utilização do termo "cagulo" é ou não correcta?
Obrigado.
Gostava de saber a origem deste fenómeno que tenho reparado que acontece no norte de Portugal com o som nasal "em", antes de uma vogal.
Exemplos: "Quenhé?" («quem é?»); "benhalto" («bem alto?»); "tambenhaparecem" («também aparecem»).
Em Lisboa, o som nasal pronuncia-se "ãe" a rimar com mãe.
Obrigado.
Essa expressão, «em meio a», acaso tem alguma legitimidade, ou é [uma particularidade do português do Brasil] brasileira sem sentido, à semelhança do «por que...?», em vez de «porque...?»? É que a tenho encontrado unicamente entre brasileiros, e sempre lhes respondo que é erro, e que não faz sentido nenhum, e que correcto é «no meio de», porque não se está em meio a alguma coisa, mas, sim, no meio de alguma coisa. Frases como estas: «tenho uma casa em meio à floresta», «em meio ao espectáculo, ele levanta-se e vai-se», «em meio à contenda, ele desmaia»: isto faz algum sentido? Não é evidente que deve ser: «tenho uma casa no meio da floresta», «no meio do espectáculo, ele levanta-se e vai-se" (ou, também, «durante»), «e no meio da contenda, ele desmaia»(também faria sentido usar «durante»)?
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