Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Variedades linguísticas
Vicente Martins Professor universitário (UVA, em Sobral) Sobral, Brasil 1K

Durante a leitura de Jubiabá (1935), de Jorge Amado (1912-2001), deparei com a palavra "encongruado" no seguinte contexto:

«A vida é boa, velho... Você fala porque tá encongruado.... – o ex-soldado riu» (Amado, 1935, p.215).

Não há registro deste verbete nos dicionários gerais. Vocês poderiam me ajudar na atribuição de sentido à palavra "encongruado"?

Grato por qualquer luz.

Domingos Xavier Gomes da Cunha Ferreira Lopes Jornalista Vila Verde, Portugal 1K

Existe alguma controvérsia sobre a origem etimológica do termo talefe, enquanto sinónimo de marco geodésico. Terá alguma relação com a palavra telégrafo?

Joana Cruz Administrativo Rio Maior, Portugal 5K

Qual o termo correto (ou mais correto), fresco (português europeu) ou afresco (português brasileiro)?

Uriel Serna Funcionário de escritório Cidade do México, México 3K

Eu sempre [soube] que o ditongo õe se pronuncia nos padrões europeu e brasileiro como um ditongo /õj/, mas um dia vi que o Instituto Camões registra a pronúncia deste ditongo como um monotongo [õ] na sua página de Internet.

É por esta razão que solicito a sua ajuda, a fim de esclarecer esta questão.

Obrigado.

Antonio Cabral Reformado São Brás de Alportel, Portugal 2K

Qual o significado da exclamação «e vai roupa!»?

Continuação de bom trabalho em prol da língua portuguesa.

Vicente de Paula da Silva Martins Professor Universitário (UVA, Brasil, Ceará, Sobral) Sobral, Brasil 3K

Ao longo da releitura de Capitães da Areia (edição de 1937), de Jorge Amado, deparei com esta construção: «– Tú não pode passar um dia sem bater coxas com esta bruaca, não é? Tú vae acabar tútú..» (CA, 1937, p.92). O que intrigou aqui foi a acepção para "tutu". Das quatro possibilidades de sentido para "tutu" (sem tantos agudos), nenhum se encaixa perfeitamente ao que espero do contexto. Qual o sentido para "tutu" no caso em tela?

Joaquim Avelino Júnior Professor Limeira, Brasil 10K

Como se dá a classificação dos termos que compõem construções como «dar-se-vos-á», «abrir-se-vos-á», «abrir-se-lhe-á», encontradas no Evangelho de Lucas, capítulo 11, versos 9 e 10: «Pedi, e dar-se-vos-á»; «buscai, e achareis»;«batei, e abrir-se-vos-á»; «Porque qualquer que pede recebe»; «e quem busca acha»; «e a quem bate abrir-se-lhe-á»?

Sei que se trata de mesóclise, porém, a dúvida que fica é: em «dar-se-vos-á» («será dado a vós»), «abrir-se-vos-á» («será aberto a vós»), «abrir-se-lhe-á» («será aberto a ele») porqu o uso dessa partícula se? Como ela se classifica no contexto?

Obrigado.

Rodrigo Vasconcelos Advogado Belo Horizonte, Brasil 10K

O correto é dizer «deixei à Joana recado à Maria», ou «deixei com a Joana recado à Maria»?

Eu poderia dizer, simplesmente, que deixei recado à Maria, mas quero explicitar a quem incumbi de transmitir à Maria o recado que lhe deixei. Aqui, no Brasil, dizemos, comumente, «deixei com a Joana recado à Maria», mas acredito que esta forma não seja adequada à norma padrão do português, seja brasileiro, seja europeu, pois quem deixa algo o deixa a alguém, e não com alguém, salvo melhor juízo.

Procurei exemplos em corpos linguísticos (prefiro esta forma ao plural latino corpora: é tradução correta?) do português, mas encontro sempre «deixar recado a alguém», sem que se explicite a/com quem se deixou o recado a outrem.

Luís Varela Controlador de qualidade Porto, Portugal 15K

Surgiu uma controvérsia em torno da expressão «tá-se bem», a que, por curiosidade, fui dar num site de conjugação de verbos onde me surgiu o verbo "estar-se". Está todo conjugado e parece-me correcto, embora tenha dúvidas se tal pode ser chamado de verbo. Apesar da dúvida, penso que se trata de assuntos diferentes.

Portanto, no primeiro caso a dúvida é se o correcto é "tá-se", ou "tasse". No segundo caso, se existe este verbo e se o se é um pronome pessoal reflexo que depois nas diferentes conjugações se ajusta ao sujeito.

Desde já agradeço a ajuda que possa receber.

Pedro Múrias Jurista Lisboa, Portugal 44K

Pode dizer-se «duzentos cinquenta», «quinhentos cinquenta», etc., ou tem de dizer-se «duzentos e cinquenta», «quinhentos e cinquenta», etc.? Há alguma regra que explique a presença do «e» em «vinte e quatro» e a sua ausência em «vinte cinco»?