Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Rafael N. Sousa Tradutor/revisor São Paulo, Brasil 3K

Seguindo o princípio dos compostos sem elemento de ligação, deveríamos escrever "Estados-não-membros"? Ou o "não" pode ser considerado elemento de ligação, sendo correto "Estados não membros"?

João Carlos Araújo Desempregado Lisboa, Portugal 3K

Gostava de saber como se diz o nome do clube cipriota Apoel. Oiço na rádio e na televisão portuguesas ora com “o” soando “u”, ora com o “o” aberto. A mim, porque é um nome entrado há muito na nossa língua, deve ler-se /apuel/. Tal como, por exemplo, se diz Manchester ou Barcelona à portuguesa e não à inglesa e em catalão, respectivamente. Estarei, ou não, certo?

Luís Romero Revisor Barcelona, Espanha 6K

Gostaria que me indicassem se esta palavra, "ambiencial", existe ou não. Se não, a palavra ambiental será a correcta?

Grato desde já pela vossa atenção.

Celso Muniz Rodrigues Engenheiro Rio de Janeiro, Brasil 13K

Em primeiro lugar, muito obrigado pelo acesso a consulta.

Dúvidas:

1 — Remido pode ser considerado um título honorífico, ou é uma condição (ou qualidade) que se alcança, atinge?

2 — No caso do emérito, esse pode ser considerado um título honorífico também?

3 — Nos casos em que o emérito e o remido ocorrem por tempo decorrido (permanência em uma determinada instituição), tempo esse estabelecido em regulamentos próprios dessa instituição, ainda assim serão títulos honoríficos?

Ficarei grato se me esclarecerem essas dúvidas.

Bernardo Fachini Servidor público federal Porto Alegre, Brasil 17K

Se eu utilizar a locução «em que pese» na função de conjunção subordinativa adverbial concessiva (isto é, como sinônimo de embora ou de apesar de), o verbo que sucede a ela fica no subjuntivo, ou no infinitivo?

Resumindo, qual é o correto:

«Em que pese o réu ter negado a autoria do fato delituoso, ele foi condenado a uma pena severa», ou «Em que pese o réu tenha negado a autoria do fato delituoso, ele foi condenado a uma pena severa»?

Thomas Schlemmermeyer Professor de Alemão Língua Estrangeira Blumenau, Brasil 6K

Um dia desses, no dia 6 de outubro para ser mais exato, uma frase deu na cabeça do Paulo Coelho (eu não faço idéia por que "cargas d´água"), e ele resolveu publicá-la então no Twitter.

Eis a frase:

«Dê poder a alguém, e ele lhe venderá no mercado de escravos.»

Entendi essa frase imediatamente. Mas, por eu ser um estrangeiro no idioma português, estou sempre desconfiado e leio tudo duas vezes. Quando li a frase a segunda vez, o sentido gramatical que dela extraí não bateu em nada com o que entendi na primeira lida.

Depois mostrei a frase para vários brasileiros, e o sentido que esses extraíam dela era 100% de acordo com o meu primeiro entendimento da frase. Depois o Paulo Coelho publicou uma tradução para o inglês, a qual também confirmou esse sentido original da frase.

Reproduzo aqui a tradução de Paulo Coelho para o inglês:

«Empower someone, and he will sell you in the slave market.»

Agora, minha dúvida gramatical e minha segunda lida: eu suponho aqui que no português brasileiro use-se muito o objeto nulo. Ou seja, em vez de reafirmar o complemento direto por um pronome, omite-se este pronome. O objeto nulo é perfeitamente aceitável no português do Brasil? Então, esse não é meu problema com a frase.

Em vez de escrever

«Dê poder a alguém, e ele LHO venderá no mercado de escravos»,

o Paulo Coelho optou então pelo objeto nulo escrevendo:

«Dê poder a alguém, e ele LHE venderá no mercado de escravos.»

Resta saber, então, a quem se refere o pronome lhe. Por mais que eu me esforce em pensar tanto mais confuso fico. Mas pensando bem simples, só pode ser a pessoa que recebe a mercadoria vendida? A frase diz então, se você der poder a alguém, depois você recompra esse poder no mercado de escravos. Ou seja, no mercado de escravos, você não compra, por exemplo, um carro usado, mas o que você compra é o seu próprio poder vendido anteriormente. Como a tradução inglesa mostra, isso não foi o sentido da frase. Mas me surge quase que inevitavelmente em nível gramatical.

Ou o lhe poderia também significar «para você»? Daí, surgiria uma terceira interpretação: você dá o poder a alguém, e esse alguém então faz fiel uso do mandato, vendendo "para você" no mercado de escravos, sem que você mesmo teria que lidar com isso.

Ou tenho me dar conta de uma outra particularidade do português contemporâneo que é o "lheísmo", ou seja, um uso indevido e exagerado do pronome lhe? Como é que até mesmo escritores com muito sucesso em vendas possam cair nesta armadilha? Por que nenhum dos brasileiros que perguntava sobre a frase sequer chegava a ver esse problema que aqui expus e todos eles entendiam a frase corretamente (de acordo com a tradução para o inglês)?

Ou há aqui outros aspectos envolvidos que me fogem?

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Brasil 7K

O adjetivo e o substantivo relativos aos Emirados Árabes Unidos e aos seus naturais ou habitantes poderiam ser "emiradense"? "Árabe-emiradense", "emiradense-árabe", "árabo-emiradense" também seriam formas corretas? O Ciberdúvidas, todavia, proporia outra(s)?

Muito obrigado.

Nuno Marques da Silva Consultor Odivelas, Portugal 20K

O que distingue um logograma de um ideograma? Se é que há alguma distinção. Consultei os mais variados dicionários e sítios online e, apesar de a maioria parecer tentar distingui-los, não consegui depois, lendo as definições, perceber o que os distingue de facto.

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Brasil 4K

A região de "Ungro-Valáquia" (Europa Oriental) deve ter o seu nome escrito em português assim mesmo, ou seria melhor grafarmos "Húngaro-Valáquia"? O Aulete Digital consiga moldo-valaco e moldo-valáquio como gentílicos de Moldo-Valáquia, antigo principado e berço da atual Romênia, em que o elemento antepositivo é forma reduzida de Moldávia ou moldávio. Como o adjetivo húngaro, extenso, faz também as vezes de adjetivo antepositivo reduzido, creio que provavelmente é ele que devemos usar no caso. Já do topônimo Hungria, penso não haver forma reduzida dele.

Com a palavra o nosso auríssimo Cibedúvidas.

Muito obrigado.

Isabel Fernandes Professora Porto, Portugal 31K

Na linguagem corrente usam-se várias designações para o que julgo ser uma mesma realidade: «acordos internacionais»; «convenções internacionais»; «tratados internacionais» (e outras: «protocolo», por exemplo).

A própria Constituição tem todas estas terminologias, mas sem as distinguir.

Quais as diferenças?