Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Cláudia Meira Engenheira civil Porto, Portugal 6K

É correcta a expressão «cabelo peroxidado», ou deve-se dizer «cabelo oxigenado»?

Teresa Cruz Estudante universitária Moledo, Portugal 5K

Começo por dar os parabéns pelo vosso serviço que muito aprecio!

Gostaria de saber se é correcto empregar as expressões «dupla grafia» e «dupla acentuação»? A expressão «dupla acentuação» parece referir-se a uma palavra com dois acentos e não a uma palavra com duas acentuações gráficas possíveis.

Não encontrei estas designações em nenhuma gramática, nem no Portal da Língua Portuguesa, ocorrendo apenas no anexo do novo Acordo Ortográfico para exemplificar casos como "concepção ou conceção" (grafia dupla) e "ténis ou tênis" (dupla acentuação). Que designações devemos realmente empregar para referir estes casos?

Agradeço, desde já, o tempo despendido.

Álvaro José de Barros Lima Estudante Ipiaú, Brasil 11K

Saudações à equipe do Ciberdúvidas!

Desde algum tempo que me há uma questão pendente, trata-se dos estrangeirismos. Eu gostaria que me ajudassem a formar uma posição sobre o tema: estrangeirismos. Precisamos, às vezes, de material para escrever textos dissertativos na escola, e torna-se difícil encontrar informações confiáveis, portanto recorro a vós.

Debatemos já em sala de aula o tema, mas não cheguei a consenso acerca do tema. Como podemos fazer uma abordagem das questões linguísticas que envolvem o tema? Qual a opinião dos gramáticos, linguistas e especialistas sobre o tema? Por um lado, nas discussões que vimos, foi-se destacando muito o lado da variedade linguística, que o falante é que faz a língua, que ele mostra verdadeira maturidade quando resolve incorporar os estrangeirismos, etc. Também se enfatizou, por outro lado, a questão do imperialismo norte-americano, sua influência nas culturas, principalmente na nossa brasileira, e por isso o uso exagerado em lojas, propagandas, etc. A que abordagem poderíamos verdadeiramente chegar? Houve até um projeto de lei para proibir os estrangeirismos no Brasil, segundo um colega — numa pesquisa no Google vi até a opinião de que era uma tentativa de puristas nacionalistas de uniformizar a língua no Brasil, que é tão diversificado.

Os estrangeirismos empobrecem a língua sob que circunstâncias? Há evidências para demonstrá-lo? Podem citar algum exemplo que comprove o uso indevido? Pode-se utilizar a variedade linguística e o livre arbítrio dos falantes, como vimos da parte de alguns amigos, para não se corrigir os abusos? Como se pode utilizá-los sabiamente, e em que contextos? Que autores e obras se pode consultar sobre a questão?

Aqui me despeço, sempre muito agradecido por me auxiliarem.

Pedro Baptista Designer gráfico Lisboa, Portugal 8K

É correcto dizer-se «o intervalo "por entre" [ou só "entre"?] alguma coisa», ou é «o intervalo "de"» alguma coisa»?

«Intervalo entre as árvores/casas/etc.», ou «intervalo por entre as árvores/casas, etc.», alguma das formas é a mais correcta, ou trata-se de uma redundância, uma vez que intervalo já implica ser «entre» alguma coisa?

Muito obrigado.

Julio Reija Tradutor Madrid, Espanha 38K

Quais as diferenças semânticas e/ou de utilização de «a próxima vez», «da próxima vez» e «na próxima vez»?

Muito obrigado

Virgílio Dias Professor Castelo Branco, Portugal 9K

Saúdo o regresso do nosso Ciberdúvidas. Ele faz falta a quem, diariamente, há anos, se lhe habituou à companhia.

1. Pequeno comentário à seguinte resposta vossa:

«a palavra queijo, apesar de não ter uma concretização lexical na segunda oração, acaba por estar presente de forma subentendida: «Eu comprei um queijo, e tu ainda me deste um [queijo].»

— Logo, aquele segundo um seria artigo indefinido, como o primeiro.

Não seguimos tal opinião. Os pronomes estão sempre em vez duma palavra que, ausente, poderia estar presente. Mas, porque o não estão, é que há pronomes.

Se fosse válido este princípio do Ciber, desapareceriam os pronomes possessivos, demonstrativos e muitos indefinidos. E eles fazem falta ao estudo da frase.

A análise categorial tem de ser capaz de atribuir categoria às palavras da frase — independentemente daquelas que lá poderiam estar.

2. Embora seja aceitável (?) a classificação daqueles um como determinantes artigos indefinidos, é minha opinião que se trata de dois quantificadores, sendo um adjectival e outro pronominal.

«Eu comprei um queijo, e tu ainda me deste um» [Fiquei com dois].

3. Porque tenho muito respeito pelo trabalho dos colegas, só discordo se propuser uma alternativa. É o que faço agora:

«Eu comprei um queijo...»

— um: quantificador adjectival determinativo (numeral cardinal)

«e tu ainda me deste um»

— um: quantificador pronominal  (numeral cardinal).

Justificação:

Os quantificadores constituem uma categoria gramatical de cariz predominantemente semântico que, no entanto, lhes não cumula a função. Na realidade, eles desempenham uma função transversal a diversas categorias de palavras, e podem ser quantificadores adjectivais, pronominais e adverbiais.
Na análise categorial, é nossa opinião que deveremos sempre referir a classe própria: quantificador, seguida da classificação categorial complementar.

Foi o que fizemos na descrição proposta.

Eu teria muito gosto em discutir esta análise com o Autor da resposta — eu não sou dono da Verdade! —  mas não é — não tem sido — esse o entendimento do Ciber, e só me resta aceitar.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 5K

«E o que é a vida, senão o bem maior a que o ser humano pode almejar?»

Há na frase acima a possibilidade de não se colocar o sinal de interrogação?

Obrigado.

Joaquim Gomes Miranda Advogado Sorocaba, Brasil 7K

Com os meus cumprimentos pelo vosso regresso.

Gostaria de saber a origem e o significado da expressão: «Não há figos pra ninguém.»

Nuno Moniz Economista Ponta Delgada, Portugal 41K

Prevê o novo acordo ortográfico, na sua Base XIX, 1, f), que «A letra minúscula inicial é usada nos axiónimos/axiônimos e hagiónimos/hagiônimos (opcionalmente, neste caso, também com maiúscula): senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel Mário Abrantes, o Cardeal Bembo; santa Filomena (ou Santa Filomena)».

A questão prende-se com o uso de abreviaturas nestes casos, quer quando obrigatórios, quer quando opcionais. Devem também grafar-se em minúsculas?, de onde teremos: «sr. dr. Joaquim da Silva», «s. António», etc.

Agradeço a atenção.

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Brasil 28K

Existiria a palavra "apóstola" como feminino de apóstolo?

Caso a resposta seja positiva, deve ser, suponho, uma palavra com o sentido de mulher cristã que evangeliza ou de mulher que propaga alguma ideia ou doutrina não necessariamente religiosa ou cristã.

Muito obrigado.