Não há diferença entre «da próxima vez» e «na próxima vez». Em relação a «a próxima vez», trata-se de uma expressão adverbial sem preposição, sem contraste semântico com «da próxima vez» e «na próxima vez»; contudo, tem carácter coloquial e uma distribuição diferente, porque é seguida pela conjunção que: «a próxima vez que me provocares, levas!»
É ainda de referir que a expressão pode ter a forma «para a próxima», que parece pressupor uma outra, «ficar para a próxima vez» (que tem uma versão mais curta: «fica para a próxima»).
Nos corpora correspondentes aos jornais portugueses Avante! (1997-2002) e Público, disponíveis no Projecto AC/DC da Linguateca, é possível recolher os seguintes exemplos:
1. «na próxima vez»
«Terminada a tarefa, promete voltar, mas, na próxima vez, gostava de ver mais jovens e mulheres a praticar a modalidade» (corpus CetemPúblico).
2. «da próxima vez»
«Nas suas palavras, os ataques foram legitimados pela advertência que dirigiu às autoridades iraquianas durante a crise de Novembro, em que explicou que anularia o ataque mas que da próxima vez actuaria sem avisar» (corpus Avante!).
3. «para a próxima vez»
«Bebido o chá, acalmados os ânimos, terminada a leitura, a vítima voltará para casa, à falta de alternativa, com muitos conselhos e uma recomendação: para a próxima vez que o seu marido lhe bater, não se esqueça de arranjar uma testemunha, está bem?» (corpus Avante!).
4. «a próxima vez» (expressão adverbial sem preposição)
«Se há na verdade justiça no mundo, então a próxima vez que Henry Kissinger puser os pés em solo estrangeiro deverá haver um mandado de captura e um pedido de extradição» (corpus Avante!).