Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Manuela Correia Médica Lisboa, Portugal 5K

Tenho-me confrontado com a tradução de «near miss sudden infant death syndrome» por síndrome de morte súbita do lactente abortada. Não me parece que o abortada esteja correcto (como em near drowning – que geralmente traduzo por pré-afogamento, mas não sei se correctamente). Existe uma forma mais adequada de traduzir o near miss nestas duas situações? Obrigada.

Paulo Aimoré Oliveira Barros Servidor federal Garanhuns, Brasil 9K

Certa vez li um artigo cujo autor expressou a opinião de que o pronome relativo cujo está na realidade com os dias contados, ou seja, previu-se a sua extinção para dentro em breve. De fato, pelo menos aqui no Brasil, quase ninguém o emprega na linguagem falada e, quando se usa na escrita, muitas vezes esse pronome está fora de propósito (sem função ou com função errada). Vendo o quadro por esse lado, realmente não existem boas perspectivas para a sobrevivência do cujo, o qual tende a sumir-se como tem acontecido à mesóclise. Parece-me que o cujo sofre da «síndrome de Filinto Elísio», que o empregava muito mal. Qual é, portanto, a vossa opinião? Credes também que o cujo não sobreviverá?

Fábio Vasco Estudante universitário e operador de call center Qta. Conde, Sesimbra, Portugal 8K

Ainda em relação à resposta à questão A pronúncia do plural do substantivo gosto (português do Brasil), colocada por uma consulente brasileira, não poderemos dizes "gostos" com "o" aberto ao referirmo-nos ao plural do famoso "gosto" ("gósto") do Facebook...? Exemplo: «Colocaram muitos "gostos" ("góstos") na minha publicação do mural ontem.»

Obrigado!

Carolina Macedo Estudante Braga, Portugal 23K

[...] [T]enho um outro comentário a fazer [sobre a forma engripar]: [...] à forma "gripar" (com remissão no Houaiss a "grimpar") corresponde o étimo francês "gripper" (na acepção de mecânica), no entanto, o mesmo, bem como outros dicionários — o Priberam, por exemplo — apresentam o verbo gripar como produto de uma formação portuguesa (mesmo se a palavra primitiva tenha entrado na língua portuguesa através de um empréstimo ao francês grippe, atestado em português desde 1881), sendo constituído por gripe+ar, um derivado sufixal, portanto é homónimo do primeiro (por isso mesmo têm direito a entradas diferentes). A forma gripar na acepção de «provocar ou ficar com gripe» é atestada pelo menos desde 1942 e o seu particípio, grippado (sic), desde 1928, como nos informa o Houaiss.

Quanto a engripar, foi-lhe acrescentado o prefixo en- à forma já existente gripar (de gripe+ar e não de gripper), sendo por isso decomposto em: en-+ a base gripe +sufixo -ar, tendo, então todas as características para ser um derivado parassintético, embora me custe a compreender, pelas razões já anteriormente expostas e que conto com a vossa magistral ajuda para a sua resolução.

Ainda a propósito deste tema, teria uma outra pergunta (de resposta bem mais fácil, segundo creio).

Na vossa primeira explicação à minha questão, que remetia então a engripado, foi-me dito que este era "apenas" o particípio passado de engripar, e que engripar, esse sim, teria sido formado parassinteticamente. Mas, seguindo essa lógica de raciocínio, deveríamos responder também que engripar é o infinitivo impessoal. Ambos têm a marca da desinência do tempo verbal a que pertencem: engripado- ado, do lat.-atu, engripar - ar, do lat -are, forma do infinitivo dos verbos da primeira conjugação.

Por último gostava de vos pedir um conselho para uma obra de referência acerca das regências verbais e nominais que não fosse uma gramática.

Um grande bem-haja a toda a vossa equipa por todo o excelente trabalho que tem vindo a realizar.

Margarida Barradas Investigadora literária Oxford, Inglaterra 7K

O que quer dizer redivivo?

Antecipadamente grata.

Inês Esteves Estudante Coimbra, Portugal 7K

Os versos de Florbela Espanca «É ser mendigo e dar...» e «É ter de mil desejos o esplendor/ E não saber sequer que se deseja» são exemplos de antíteses, ou paradoxos?

Obrigada.

Helenita Thomé Jornalista Porto Alegre, Brasil 13K

Gostaria de saber qual é a pronúncia no português do Brasil para o plural da palavra gosto. No plural, primeiro o é aberto, ou fechado?

Agradecida.

Rita Tavares Professora Aveiro, Portugal 7K

Com a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, surge a dúvida: «Narrador não participante»/ «não-participante», por qual optar?

Atendendo a que «não participante» surge como adjetivo (qualifica o narrador), acredito que o emprego do hífen se deve manter, mas a dúvida permanece.

Perdoem-me a redundância mas, da leitura que fiz do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa e de várias pesquisas que realizei paralelamente, não consegui tirar uma “conclusão conclusiva”.

Agradeço, desde já, a disponibilidade!

Um bem-haja.

Márcia Daniela Santos Cruz Estudante Lisboa, Portugal 6K

Estou a analisar uma estrofe de Os Lusíadas para a disciplina de Língua Portuguesa e gostava que me ajudassem. Qual é a figura de estilo presente na estrofe 89 no verso que diz «Que brandura é de amor mais certo arreio» e também gostava de saber nesse contexto o que significa a palavra arreio.

Fico à espera da resposta.

Marina Zdelar Estudante Zagreb, Croácia 11K

Eu estaria muito agradecida se me podia responder qual é o significado do provérbio «às três é de vez».

Obrigada!