De imediato, surgem-nos as seguintes construções/estruturas, decerto, por se tratar daquelas que mais frequentemente ouvimos/lemos/dizemos: «tomar uma decisão», «tomar uma atitude» e «fazer uma opção».
De qualquer modo, para que possamos responder com maior rigor, importa verificar a etimologia e o significado de cada uma dessas palavras.
Assim, opção (do latim optiōne-) designa «acto ou efeito de optar; optação; livre escolha; preferência; tomada de posição; aquilo que se escolhe, ou por que se opta» (Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, 2010).
Por sua vez, o verbo fazer — «do latim facĕre, “fazer; executar; exercer uma profissão; fazer de maneira que; supor; representar; fingir; procriar; formar; modelar; criar; eleger; calcular, estimar; ser conveniente; ser adequado» (José Pedro Machado, Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, 4.ª ed., Lisboa, Livros Horizonte, 1987) — significa «dar existência ou forma a; criar; produzir; gerar; construir; inventar; realizar; arranjar; representar; completar; concluir; alcançar; percorrer; formar; conceder (título, graça ou mercê) a; causar; haver» (Grande Dicionário da Língua Portuguesa, op. cit.).
Por outro lado, tomar («de origem incerta», segundo o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa) tem os seguintes significados: «pegar em; agarrar; apanhar (ar); conquistar (território); prover-se de; apoderar-se de; ficar com; ingerir (alimento, bebida, medicamento); confiscar; apreender; roubar; escolher; optar por; adoptar; assumir; adquirir (aspecto, estado); utilizar; receber; aceitar; ocupar; gastar; consumir; fazer perder; considerar; julgar; interpretar» (idem).
Perante estes dados, torna-se fácil concluirmos que a forma correcta é «fazer uma opção», uma vez que seria um pleonasmo usarmos o verbo tomar — que já encerra a ideia de «optar», «escolher» — com o termo opção. E, para usarmos com precisão a nossa língua, devemos evitar a redundância.