Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Diego Cruz Psicólogo Florianópolis, Brasil 10K

A regra de que sujeito oracional deve seguir a concordância na terceira pessoa do singular se aplica no caso de orações relativas livres?

Ex.: «Quem acredita sempre alcança»... (está OK)... Mas «Quem acredita sou eu» parece melhor do que «Quem acredita é eu». Há gramáticas que afirmam que numa frase como «Sou eu quem acredita» o quem manteria uma relação anafórica com eu... Mas eu vejo com reservas o quem como um pronome relativo-anafórico na posição sujeito, pois uma frase igual à que eu vou mencionar, apesar de comum no Brasil, parece deveras estranha: «Ela é a pessoa quem fez isso.» O que me leva a supor que as frases «Sou eu quem acredita» e «Quem acredita sou eu» possuem a mesma estrutura sintática, com a subordinada constituindo um sujeito oracional através de uma oração relativa livre; e como sujeito oracional nessa condição de ser uma oração relativa livre, o verbo da oração principal apresentaria a particularidade de poder concordar com um predicativo. Na verdade, parece-me que o pronome quem introduz orações limítrofes entre a função de sujeito simples e oracional, pois, numa frase como «Aquele que acredita sempre alcança», o sujeito é simples, e só se torna oracional, no caso do uso do quem, justamente porque o quem pode equivaler, por si mesmo, à forma «aquele que».

Agora, apresentando uma frase um pouco diferente de uma anteriormente mencionada, a oração principal dela parece apresentar um atributo — ou predicativo — mas sem um sujeito do ponto de vista sintático: «Sou eu que acredito nisso.» O eu aqui não me parece sujeito e, sim, um atributo semelhante aos que aparecem nas orações sem sujeito que acontecem com o verbo ser. Apesar de que, do ponto de vista lógico (não sintático), sabe-se quem é o sujeito. E nesta última oração, do ponto de vista sintático, a subordinada me parece, sim, uma subordinada adjetiva.

Outra coisa que eu penso como curiosa é o fato de no Brasil ser extremamente comum dizer frases como «Eu imagino de quem falas», ou seja: uma subordinada relativa livre, na posição de objeto direto, mas introduzida pela preposição que é regida pelo verbo da subordinada... Li, numa tese de mestrado produzida em Portugal, que sentenças como essas são extremamente marginais em Portugal...

Gostaria, se possível, da opinião de Carlos Rocha sobre minhas indagações.

Vítor Martins Professor Águeda, Portugal 7K

Uma pergunta (colocada por um aluno do 5.º ano):

Já que a personificação corresponde, grosso modo, à atribuição de qualidades humanas (de persona) a seres não humanos, como se designa o processo inverso, quando eu dou qualidades dos animais às personagens (como, no exemplo: «O Luís voava sobre a cidade...»)?

Grato.

Ana Correia Estudante Fundão, Portugal 9K

Incluso e inclusive são equivalentes?

Queria saber a etimologia destas duas palavras.

Ana dos Santos Tradutora Luanda, Angola 16K

Qual a diferença entre minimizar e diminuir? Serão a mesma coisa, ou têm alguma diferença?

Obrigada.

Olavo Panseri Intérprete Paris, França 6K

Qual é o plural do substantivo matacão? Embora o Dicionário Houaiss só traga "matacães", essa forma praticamente não aparece nos trabalhos científicos sobre geologia. Os profissionais da área só escrevem praticamente "matacões".

Jairo Pedro Aux. de escritório Aracruz, Brasil 7K

Pé-de-moleque é uma palavra derivada, ou primitiva?

Paulo Mário Beserra de Araújo Economista Rio de Janeiro, Brasil 10K

Estou escrevendo um glossário de retórica e poética e admiro particularmente certas figuras, como a litotes, o oximoro, o quiasmo e a antimetábole. Cada página é um verbete exemplificado com a poesia galega, portuguesa ou brasileira.

Compreendo a litotes como a sugestão meio eufemística, irônica de uma ideia; ou em dizer pouco para sugerir muito; atenuantemente. Portanto, um conceito um tanto mais elástico, tirado da etimologia da palavra, contrariando a maioria das definições que encontro, costumeiras em enfatizar apenas a negação do oposto. Como um dos exemplos, dentro da minha formulação, escolhi os seguintes versos de Guerra Junqueiro (A Morte de D. João, Introdução):

E o povo... o povo é rei! E rei como Jesus,

Para beber o fel, para morrer na cruz.

Disse-o pouco, mas sugeriu muito o tipo, e de forma irônica, da única "realeza" que cabe ao povo. Se a Sra. Eunice Marta me der o prazer de comentar minha proposição, tomarei por fé seus ensinamentos, ainda que contrários ao que imagino.

Agradeço antecipadamente.

Isabel Machado Professora de Geografia Vila Real, Portugal 5K

Há uma aldeia na serra do Alvão com o nome de Muas. Gostaria de saber qual o significado ou a origem deste nome.

Obrigada.

Marta Oliveira Estudante Oliveira do Hospital, Portugal 7K

Bosque é um nome comum, ou coletivo?

Filipe Direito Estudante Porto, Portugal 13K

Gostaria de saber o plural da palavra látex, caso exista. A formação do plural desta palavra segue alguma regra?

Obrigado.