Vexilação
A julgar que há muito se introduziu no português termos como vexilo e vexilário, e inclusive temos vexilologia, qual a forma mais adequada para grafar, à lusófona, o também latino vexillatio?
Valor modal desiderativo
Na frase «Oxalá que eles pudessem dizer mais qualquer coisa», configura-se uma modalidade apreciativa? Oxalá, que exprime desejo, pode ser tido como um juízo de valor?
E, dado que o verbo está conjugado no pretérito imperfeito do conjuntivo, não podemos também considerar válida a presença da modalidade epistémica com valor de probabilidade?
Grata.
A função sintática de quase numa frase
Na frase «Eu gosto de quase todos os desportos», o quase modifica o verbo ou o nome desportos? É que não está em causa se "quase" gosta, mas que gosta de quase todos os elementos pertencentes ao grupo "desporto".
Quase, aqui, não tem mais valor de quantificador existencial do que de advérbio?
Grata.
A pontuação no discurso direto (2)
O meu grande agradecimento ao ciberduvidas. E felicitações pelo contributo para a Língua Portuguesa.
A resposta foi dada em várias entradas. Parece consensual esta forma:
«— Amanhã vai chover — disse o Manuel. — O céu está muito escuro. Neste exemplo, o primeiro travessão serve para introduzir a fala da personagem (3), e o segundo, para separar o que é fala da personagem do que é discurso do narrador. O primeiro ponto justifica-se porque termina o período (2). O terceiro travessão é de novo sinal de introdução do discurso directo e termina com a pontuação respetiva. Como o locutor é o mesmo, não há mudança de linha.»
Encontro uma forma diferente de pontuação e de uso da maiúscula na frase intercalada num autor e peço esclarecimento sobre a sua correção e aceitação:
A «– Nem desses plenários tive conhecimento. – Garanti. – Nada tenho a ver com isso.»
B «– Simplifiquei ao máximo e menos do que isto é impossível. – Explicou. – Mas eles não querem estudar e não vão concordar com nada.»
C «– Como não há?! – E eu próprio fui procurar aquele produto insubstituível. – Ora vê! Está aqui!...»
Muito obrigada.
Uso metáfórico do verbo girar
Na frase, «as conversas giram sempre sobre essa palavra: férias», pode considerar-se uma metáfora, ou é, simplesmente, um significado que a própria palavra assume?
Temos sempre de ver, apenas, o sentido mais literal das palavras, caso contrário temos de assumir sempre um uso metafórico?
Muito obrigada pelo esclarecimento.
A sintaxe do verbo encontrar
Na frase «O velho moleiro encontrou o frade no caminho», o complemento «no caminho» será um complemento oblíquo, ou um modificador?
Subordinadas e subordinante
Sou professora de português e surgiu a dúvida entre colegas relativamente à divisão de orações da seguinte frase:
«Apesar de todas as dificuldades que o país enfrenta, importa estar ciente que é no mar que voltaremos ao desejado rumo para um futuro melhor para Portugal.»
Na nossa perspetiva, na frase há quatro orações pela seguinte ordem: subordinada adjetiva relativa restritiva, subordinante, substantiva completiva, substantiva completiva. Pensamos que «Apesar de todas as dificuldades» e «para um futuro melhor para Portugal» não constituem só por si orações, visto que não existe verbo.
Gostaríamos que nos explicitassem este assunto.
Desde já agradeço a atenção dispensada.
Nogado e nógado
Sempre considerei que a grafia (e a pronúncia) da palavra nogado deveria ser assim mesmo, ou seja, sem acento e tendo como sílaba tónica a sílaba ga.
Hoje tive ocasião de ver uma reportagem da RTP [1] onde não só se escrevia como se pronunciava "nógado". Em todos os dicionários onde procurei só mencionam nogado, com exceção da Infopedia, que admite as duas formas.
A minha dúvida é se "nógado" é simplesmente uma versão corrompida da palavra original, que ganhou força por via da repetição, ou se existe algo mais que justifique a adoção dessa forma, que me parece estranha e afastada tanto do latim nucatus quanto do francês nougat (havendo até a versão nugá na língua portuguesa).
Muito obrigado pela atenção.
[1 O consulente refere-se a um apontamento da RTP sobre um nógado de mais de 60 m, confecionado para assinalar os festejos do Carnaval de 2019 na localidade de Vimieiro, no concelho de Arraiolos (Évora).]
A grafia dos diminutivos de Álvaro, Rúben e Tomás
Tenho esta dúvida: os diminutivos dos nomes das pessoas também perdem o acento?
Por exemplo: Álvaro – "Alvarinho" ou "Àlvarinho"? Rúben – "Rubeninho" ou "Rùbeninho"? Tomás – "Tomazinho" ou "Tomàzinho"?
Muito obrigado.
«Cancro do....» vs. «cancro de...» II
Apesar das abonações citadas pela consultora Sara Mourato, em 27/2/2019, em que se omite o artigo definido, creio que ele deve ser obrigatório quando se nomeiam órgãos do corpo humano.
Dizemos, por exemplo: «o pâncreas produz insulina» (e não «pâncreas produz insulina»); «o coração batia forte» (e não «coração batia forte»); «o útero compõe o aparelho reprodutor feminino» (e não «útero compõe o aparelho reprodutor feminino»). Portanto também: «moléstia do pulmão», «ele sofre do coração», «tumor da próstata», «inflamação dos rins», sempre com o artigo.
Cordialmente.
