O termo em questão tem uso especializado e está correto.
Ocorre em referência às propostas do psicólogo norte-americano Jerome Bruner (1915-2016), segundo as quais são três os modos de representar o mundo: representação enactiva, representação icónica e representação simbólica. Num artigo intitulado "Bruner e a aprendizagem pela descoberta", disponível no sítio eletrónico do Colégio dos Carvalhos, definem-se os três termos do seguinte modo (mantém-se a ortografia do original, anterior à norma em vigor; texto consultado em 24/01/2019)1:
• O modo de representação "enactivo" consiste em representar coisas mediante a reacção imediata da pessoa. É a representação através da manipulação e acção que ocorre marcadamente nos primeiros anos do indivíduo[, quando] a criança define os acontecimentos pelas acções que evocam. Bruner relacionou-a com a fase sensório-motora de Piaget, na qual ocorre uma fusão entre a acção e a experiência externa.
• O modo de representação icónica consiste em representar coisas mediante uma imagem ou esquema espacial independente da acção. O indivíduo, com o tempo, começa a tornar-se mais autónomo face à acção passando a representar a informação através da organização perceptiva da imaginação, da organização visual e da utilização de imagens, ou seja, já é capaz de representar mentalmente os [o]bjectos apreendidos.
• O modo de representação "simbólica" é aquela que ocorre depois, através das palavras e da linguagem. Consiste em representar uma coisa mediante um símbolo arbitrário que na sua forma não mantém necessariamente relação com a coisa representada. No fundo, quer dizer que o indivíduo já consegue utilizar símbolos, sem necessidade de imagens e/ou acção.»
1 Ver também "A Pedagogia de Jerome Bruner", de Ramiro Marques.