O verbo magoar é geralmente transitivo («o choque/a notícia magoou muito a Joana») e a ocorrência de -se pode ser compreendida por esse comportamento, pelo que que se dirá que «magoou-se» também ilustra o uso transitivo do verbo.
No entanto, numa análise mais aprofundada, observa-se que o pronome reflexo se cancela de alguma forma a transitividade do verbo, razão pela qual certos linguistas consideram que é intransitivo um uso como «o João magoou-se», ou seja, trata-se de um uso próximo do valor inerente de se, conforme se refere no Dicionário Terminológico. Na Gramática da Língua Portuguesa (Caminho, 2003, pp. 841-843) encontra-se este assunto mais desenvolvido.
No contexto do ensino básico e secundário, talvez seja de evitar casos na fronteira entre o se efetivamente reflexo, que decorre da transitividade do verbo (ex. lavar-se), e o se de esquecer-se ou portar-se, casos em que o pronome é considerado meramente como parte da flexão verbal.