Em primeiro lugar peço desculpa por ter posto um problema, a meu ver, muito complexo. Sabe-se que em português não se usa a preposição "a" no acusativo. (Excepcão amar a Deus, amá-Lo). A Ana ajudou o Pedro. Mas tenho algumas dúvidas. Por exemplo: Vejo-vos (a?) todos. Porque é que se diz: O Pedro a quem a Ana ajudou… (Claro que se podia dizer: O Pedro que a Ana ajudou…). Mas a pergunta não (?) tem o "a". (A?) Quem ajudou a Ana?
Com este problema prende-se uma outra questão, a saber: como distinguir o "a" (vestígio do acusativo) com o "a" (regência verbal). O verbo pedir pede o acusativo precedido pelo "a". Daí temos: pedir-lhe uma coisa.
A grande consequência deste problema é o uso dos clíticos. Vejam-se os exemplos seguintes: obedecer às pessoas, obedecer às regras, ou seja em dois casos podemos substituir os substantivos pelo "lhes". Mas por que razão tal não é verdadeiro no caso do verbo: sobreviver?. Temos sobreviver-lhe (= sobreviver à pessoa), mas o mesmo não se pode fazer com: sobreviver ao acidente (sobreviver-lhe*). Também é o caso de faltar ao exame, assistir à aula.
Desde já vos agradeço.
Em 1º lugar gostaria de felicitar a equipe do Ciberdúvidas pelo excelente trabalho que têm realizado e fazer um apelo para que não abandonem o projecto que tanto tem contribuído para a qualidade do português, falado e escrito. 2º ponto:
Se possível, gostaria que me informassem se a palavra conceptor existe e se esta poderá ser utilizada no seguinte contexto:
"... um conjunto de funcionalidades que permitem ao conceptor dos produtos a definição...".
Certa da vossa melhor atenção, desde já agradeço e me despeço.
Muito atenciosamente.
Pequena contribuição: (ver a pergunta) se se aceitam os substantivos femininos terminados pela vogal "o" no sentido amplo, há ainda a "mão", a "acção", a presente "contribuição", etc...
Verifiquei que existem algumas gralhas nas regras indicadas pelo Ciberdúvidas para o uso do hífen com alguns prefixos. No Glossário, na entrada Hífen, as indicações para o uso do hífen com os prefixos ante, anti, arqui, pan, semi, sobre e sub não estão totalmente correctas. No entanto essas indicações estão correctas nas entradas dos respectivos prefixos.
Para os prefixos circum, com e sob existem diferenças entre as indicações do Ciberdúvidas e as do Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa, de M. Bergstrom e N. Reis, Editorial Notícias, 22ª edição. Comparemos:
Prefixo | Ciberdúvidas | Prontuário |
circum | vogal, H | vogal, H, M,N |
com | vogal | vogal, H |
sob | R | B,H, R |
O Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, 8ª edição, dá razão ao Ciberdúvidas nos casos dos prefixos com e sob, e está de acordo com o Prontuário no caso do prefixo circum.
No Ciberdúvidas diz-se também que nunca se usa hífen com os prefixos agro, mini e tele, entre outros. No entanto no dicionário citado aparecem as palavras agro-alimentar, agro-indústria, agro-meteorologia, agro-pecuária, mini-saia e tele-receptor. (Já agora, se mini-saia leva hífen, maxi-saia também leva? O Ciberdúvidas diz que com o prefixo maxi também não se usa hífen e dá como exemplo maxissaia!).
Relativamente ao prefixo agro surge uma situação curiosa.
A Dra. Teresa Álvares, vossa colaboradora, é de opinião que o prefixo agro deve levar hífen quando seguido de vogal. No entanto no vosso Glossário dizem que é agroindústria! Qual é, afinal, a versão correcta?
O uso do hífen na língua portuguesa não é nada fácil! A existência destas disparidades só ajuda a complicar a situação. Será possível confirmarem de que lado estão as gralhas?
Muito obrigado.
A grafia dos títulos supra, nos "mass media" escritos, ora são grafados em minúscula ora em maiúscula.
Agradecia informação.
Quando se quer explicar que, no último minuto, aconteceu qualquer coisa, diz-se: "à última hora" ou "à última da hora"?
Há diferença ou é a mesma coisa?
Ouço com frequência, sobretudo na rádio, frases como esta, "Dificuldades acrescidas na estrada n.º..." sem que seja acrescentado qualquer motivo para o "acrescimento" das ditas dificuldades. Ora, julgo que a frase só terá sentido se for completada pela indicação de uma razão para tal. Por exemplo "dificuldades acrescidas na estrada tal, por motivo de um acidente ali ocorrido às primeiras horas da manhã".
Estou certo ou errado?
Em resposta a uma pergunta sobre a pronúncia do "r", JNH responde que o r «forte» se deve pronunciar «como se pronuncia em Coimbra e nas Beiras» e que «não convém pronunciá-lo à maneira de Lisboa», mas não explica porquê. Pergunto eu: será possível que acreditem que há pronúncias melhores ou superiores às outras? Se acham que sim, como é que explicam tal coisa? O que faz com que uma pronúncia seja melhor do que outra? Por favor ,não me digam que é uma questão de estética ou de eufonia, porque já se sabe que aquilo que é feio para uns pode ser bonito para outros e vice-versa.
E já viram o que acontecia se de repente toda a gente decidisse seguir os vossos conselhos?
De um dia para o outro toda a gente passava a falar da mesma maneira e desaparecia toda a riqueza de pronúncias que há em Portugal (ou até no mundo inteiro, quem sabe se por exemplo os angolanos não decidiriam também seguir o conselho de falar à moda de Coimbra?). É isso que realmente pretendem?
Ficariam contentes se desaparecesse o falar alentejano ou a pronúncia do Norte?
Como já perceberam, isto são perguntas retóricas, "cum grano salis", mais em jeito de desabafo do que outra coisa. Eu sei que "linguística" é palavra proibida no Ciberdúvidas, mas abster-se de fazer juízos neste domínio parece-me uma questão de bom senso.
Banca de fruta ou banca de frutas?
Salada de fruta ou salada de frutas?
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