Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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João Daniel de Andrade Gomes Luís Técnico Superior Funchal, Portugal 2K

Durante um debate entre parlamentares num canal de TV, vi uma deputada cumprimentar os participantes referindo-se aos telespectadores em casa com a expressão «aos que nos assistem».

Ora, dito assim, parece-me que que a senhora estará a dizer «aos que nos ajudam», e deveria ter dito «aos que nos veem/ouvem» em casa.

Em todo, porque tenho dúvidas na utilização deste verbo na construção frásica, solicito o vosso esclarecimento.

Melhores cumprimentos.

Patrícia Silva Assistente administrativa Amadora, Portugal 1K

Gostaria de saber se é correto utilizar tanto os qualificativos maior/menor como mais alta/mais baixa com o termo "prioridade". Ou seja:

1. A prioridade do processo A é mais alta do que a prioridade do processo C

2. A prioridade do processo A é maior do que a prioridade do processo C

Estão ambas corretas?

Obrigada.

José Antonio Fernández Professor (reformado) e psicólogo Pontevedra, Espanha 3K

No uso de formas verbais, tenho dúvidas sobre o uso dos verbos ter e haver como auxiliares.

– Em expressões como «Tinha-me preparado para a docência»/ «havia-me preparado para a docência», gostaria de saber se são equivalentes, se se pode usar um verbo ou o outro indistintamente. Neste caso coincidiria com o tempo verbal chamado em espanhol pretérito pluscuamperfecto: «Me había preparado para la docencia».

E também [queria saber] se é equivalente à expressão: «preparara-me para a docência.» Acho que neste caso a forma verbal em português é o pretérito-mais-que-perfeito, e coincidiria com o que dizemos em galego: «Preparárame para a docencia.»

Outros exemplos similares: «Ele disse que havia tido uma espécie de alergia na pele.»/«Ele disse que tinha tido uma espécie de alergia na pele.»/«A moça entrou e disse que tivera um sonho terrível

– Em espanhol: «Él dijo que había tenido una especie de alergia en la piel.»/ «La chica entró y dijo que había tenido un sueño terrible.»

–  Em galego: «El dixo que tivera unha especie de alergia na pel.»/ «A rapaza entrou e dixo que tivera un soño terrible.»

Daniel Camargo Professor Limeira, Brasil 3K

Na região de onde sou, no interior paulista, é muito comum ouvirmos, quando em referência a um mendigo, o termo "lige(i)ra", como em «Esse lige(i)ra fica pedindo esmola sempre nessa esquina», segundo o Dicionário Informal.

De acordo com o Aulete e o Michaelis, porém, ligeiro, no papel de substantivo, é que consta como sinônimo de pedinte ou andarilho – uma verdadeira surpresa para mim, que desconhecia tal acepção. Isso me leva, então, a deduzir que "lige(i)ra" seja uma variação regional (?) de ligeiro, termo em desuso por aqui.

Nesse sentido, minha pergunta é: considerando o contexto referido, haveria ocorrências ou relatos da mesma prevalência, a de "lige(i)ra" em detrimento de ligeiro, entre falantes de outras comunidades de língua portuguesa?

Obrigado.

Sandra Pinho Docente Aveiro, Portugal 8K

Relativamente à palavra floresta, gostaria de confirmar se se trata de uma palavra simples ou pode ser considerada complexa. Tendo em conta que não deriva de flor, eu consideraria simples.

Qual a opinião mais generalizada?

Cristina H Moor Tradutora Lisboa, Portugal 11K

Sou tradutora e recebi recentemente uma avaliação onde se que afirma que a frase "Voltaremos a contactá-la assim que recebermos uma resposta" está incorrecta.

De acordo com a avaliação, a solução correcta seria "quando recebermos" ou "assim que recebamos". Parece-me, no entanto, que a locução "assim que" admite o futuro do conjuntivo. Importam-se de esclarecer esta dúvida?

Obrigada.

Eji Akaso Estudante Tóquio, Japão 1K

«Faça o tempo que fizer, vou dar um pequeno passeio todos os dias.»

Nesta oração concessiva, o elemento de ligação é «o tempo que» ou «que»? Porque é que usa «que» aqui e o que significa a oração concessiva?

Bernardo Monteiro Estudante Porto, Portugal 5K

A estrutura «o que implica não só ouvi-la» está correta, ou tem de ser «o que implica não só a ouvir»? Porquê?

Não entendo o porquê, especialmente porque estamos perante os vocábulos não e , que, teoricamente, exigem a posição proclítica.

Agradecido.

António Ferreira Economista Porto, Portugal 3K

É comummente utilizado por vários políticos, jornalistas, comentadores e várias outras figuras públicas, na televisão, no início de qualquer discurso o "dizer que", "observar que", "acrescentar que", sem qualquer continuação na sintaxe que permita que a utilização do verbo no infinitivo seja um sujeito. Exemplo:

«Boa noite a todos os presentes. Em primeiro lugar, dizer que, estamos a fazer todos os esforços necessários para contenção desta pandemia. Acrescentar que, apresentaremos ainda hoje um conjunto de medidas de auxílio á economia. Observar que, estaremos atentos ao aumento de casos.»

Não tenho qualquer dúvida do erro. Na minha opinião, é um erro grosseiro, que se está a generalizar.

Gostaria que o Ciberdúvidas deixasse registado o quão grave é este erro, para bom uso da língua portuguesa.

Diogo Morais Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 3K

Acabo de ler, escrita por um autor muito bom, a seguinte frase: «Todas quanto abraçaram esta via foram bem-sucedidas».

A minha dúvida prende-se com o «quanto» invariável, que me soa mal. Admito, porém, que o erro seja meu.

Em suma: devemos escrever como acabo de referir ou antes «Todas quantas abraçaram [...]»?