O constituinte «como forma de mascarar as suas imperfeições e criar uma imagem de sublimidade, beleza e até de semelhança a(os) deus(es)» inclui um grupo nominal que tem a função de modificador do grupo verbal. Este apresenta, no seu interior, uma oração com a função de complemento do nome.
Tradicionalmente, as orações introduzidas pela conjunção como são classificadas como subordinadas adverbiais comparativas.
No entanto, alguns gramáticos têm vindo a propor que este tipo de orações seja classificado como oração subordinada adverbial de modo. Entre os argumentos apresentados para justificar esta classificação, encontra-se o facto de estas orações surgirem na mesma posição que um advérbio de modo:
(1) «As pessoas usam as máscaras como lhes ensinaram.» = «As pessoas usam as máscaras mal.»
Não obstante, não é esta a situação gramatical que se encontra na frase apresentada pelo consulente, pois a conjunção como não introduz, neste caso, uma oração, mas antes um grupo nominal, que tem o nome forma como elemento central. Apresentamos, em baixo, a frase dividida de acordo com as funções sintáticas dos seus diferentes constituintes:
(2) «[A nobreza e pessoas de fortuna]sujeito [utilizavam [adereços e substâncias aromáticas]complemento direto [como forma [de mascarar as suas imperfeições e criar uma imagem de sublimidade, beleza e até de semelhança a(os) deus(es)]complemento do nome]modificador do verbo]predicado.»
Como se pode observar, a oração infinitiva que a frase inclui não se relaciona diretamente com o verbo, mas sim com o nome forma, assumindo a função de complemento desse nome.
Disponha sempre!