Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Isabel Campos Portugal 4K
Fixei aquela gotinha de luz naquele céu imenso.
Gostaria de saber qual ou quais são os adjectivos.
J. Pinheiro Faro, Portugal 12K

Topo frequentemente com um comparativo deste género:

«Paulo pediu-lhe que fizesse mais do que ele pedia.»

Não no sentido de o outro fazer mais das coisas que Paulo pedia; mas de fazer mais do que aquelas coisas que Paulo pedia.

Pergunto: É aceitável esse comparativo «mais do que ele pedia», no sentido de «mais do que aquelas coisas que ele pedia»?

O comparativo de superioridade, neste caso que está em causa um termo de comparação de quantidade, é «mais do que», não é verdade? Estarei certo?

Virgínia Matos Montijo, Portugal 5K

Tendo lido os esclarecimentos que prestou a Armando Dias, a propósito do topónimo "Bagdade" (24/02/2003), ficar-lhe-ia muito grata se contribuísse para desfazer algumas ambiguidades, informando os consulentes e leitores do Ciberdúvidas do seguinte:
1 – O texto que transcreveu do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 nada tem de original, posto que faz parte das Bases Analíticas do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1945, que é a norma ortográfica em vigor (cuja aplicação o Brasil, signatário do Acordo, não cumpriu). A este propósito, recomendo vivamente que se coteje a Base I do Acordo de 1990, por si citada, com as Bases I, II e IV do Acordo de 1945 (vide Tratado Ortográfico da Língua Portuguesa, do Prof. Rebelo Gonçalves (Atlântida Editora–Coimbra, 1947). Facilmente se apurará que o texto, exemplos incluídos, é o do Acordo de 1945. Infelizmente, um texto tão importante para a compreensão dos princípios que regem a ortografia da nossa Língua só pode ser consultado em bibliotecas, por falta de reedição. Contudo, e a despeito da indisponibilidade deste texto tão importante nos circuitos editoriais, não devemos contribuir para reforçar, junto dos utentes da Língua, a ideia de que a ortografia desta sofre de confrangedora carência de regras, apenas colmatada pelo advento do benfazejo Acordo de 1990. Seria iludir a verdade histórica e pouco honesto do ponto de vista científico. As regras estão devidamente consignadas no Tratado Ortográfico, profusamente ilustradas com exemplos, pelo que só não sabe escrever quem se demitir da tarefa de se informar e de esclarecer as suas dúvidas. O Acordo de 1990 limita-se a transcrever (seria pecar por excesso falar em plagiar?) as Bases do Acordo de 1945, introduzindo-lhe depois algumas (polémicas) alterações, de forma por vezes desordenada e avulsa.
Recomendo vivamente a consulta do Tratado, que, além de paradigma de erudição e "honesto estudo", é um verdadeiro exemplo de bom uso da Língua Portuguesa.
2- Tecidas as considerações acima, devo ainda confessar não ter entendido qual o objectivo da inclusão, na sua resposta, do primeiro parágrafo, intitulado Câmara aprova Acordo Ortográfico. Não se me afigura óbvia a articulação deste parágrafo com o esclarecimento solicitado pelo consulente. Além disso, os leitores mais desatentos poderão pensar que o Acordo de 1990 já foi ratificado, o que não corresponde à verdade. Queira corrigir-me se, porventura, esta minha afirmação estiver desactualizada.
Grata pela atenção,

Armando Dias Lagos, Portugal 4K

Pesquisando no vosso arquivo, encontrei como correcta a designação de casapiano para os alunos daquela instituição. Ora, isso parece-me incorrecto, pois sempre vi escrito que, para designar a nacionalidade, naturalidade ou outra procedência de alguém, se a origem é, por exemplo, um país com dois nomes, então deve utilizar-se hífen.
Exemplificando:
– cabo-verdiano e não caboverdiano (pelo menos até entrar em vigor o novo Acordo Ortográfico);
– serra-leonês e não serraleonês;
– nova-iorquino e não novaiorquino;
– vila-novense e não vilanovense;
– são-tomense e não sãotomense;
– porto-santense e não portosantense, como erradamente existe para designar um clube de futebol – quando muito portossantense;
– estado-unidense e não estadounidense;
– norte-americano e não norteamericano;
– sul-africano e não sulafricano;
– porto-riquenho e não portorriquenho;
– sul/norte-coreano e não sul/nortecoreano;
– vila-franquense e não vilafranquense.
E muitos outros exemplos poderia referir, bastando consultar um prontuário. Aliás, o Prontuário Ortográfico de M. Bergström e Neves Reis, 38.ª edição, nas páginas 83 e 84, refere que o hífen é obrigatório nestes casos. As únicas excepções que conheço dão-se quando o primeiro elemento do composto vem reduzido - noviorquino e neozelandês.
Será que casapiano é mais uma excepção à regra?

Carlos Ferreira Suécia 26K

Fiquei realmente intrigado com a resposta de Prada sobre eu/eus, em 28/02/2003. Gostaria que ela explicitasse o conceito de "plural" que aplica e que indicasse expressamente a tal "norma" a que se refere.
Dizer que o plural de "eu" é "nós" é digno do Pelourinho aí do sítio.
Deveria, simplesmente, ter dito que os pronomes pessoais de 1.ª e 2.ª pessoas não possuem flexão de número enquanto tais. E quanto aos "eus" do consulente, uma consulta a qualquer dicionário da língua lhe diria que "eu" há muito é arrolado como substantivo com vários significados, todos eles susceptíveis de pluralização.

Rogério Palma Portugal 24K

A palavra "rapidamente" na frase «a notícia espalhou-se rapidamente» deve considerar-se como complemento circunstancial de modo ou de tempo.

Valdemir Pereira Funcionário federal Brasil 96K

Úm dia destes tive uma experiência desagradável, pois no local onde trabalho temos um quadro negro no qual fazemos anotações de recados, etc. Neste dia eu escrevi no mesmo a seguinte afirmação:
Qual é a função de um ar condicionado?
É criar um atmosfera onde temperatura e umidade "podem" ser controladas. Na verdade, foi exatamente este podem ser controladas que causou um tremendo reboliço, pois eu tenho quase certeza de que eu escrevi certo, e queria ter a certeza de que escrevi certo ou não. Gostaria muito de que vocês me tirassem essa dúvida.
Agradeço desde já.

Manuel da Silva Portugal 6K

Gostava de saber se sou eu quem pensa mal ou se as "pessoas" que entram diariamente em nossas casas falam bem. Não me parece, mas gostava de ser esclarecido seriamente. (Isto acontece na rádio, na TV, etc.)

Exemplos:

“nós não vamos poderes...”

“senhor presidentes...”

“todos devem saberes...”

etc., etc., etc.

Ajudem-me a perceber isto, para não «dar em doido».

Carla Heitor Secretária de escola secundária Connecticut, EUA 3K

Gostaria de saber qual a diferença e a origem da fogaça e do bodo pela seguinte razão. Não consigo explicar o que levam as raparigas à cabeça na Festa dos Tabuleiros na cidade de Tomar. Será o bodo ou a fogaça?

Amadeu Leal Portugal 2K

... Conjunto de actividades com as seguintes prioridades:
a) tratamento e organização técnicos do acervo documental...
A pergunta concreta é: a palavra técnicos estará correcta?
Muito obrigado pela informação.